Uma perolazinha apareceu no meu iPad com o nome de NPolls: uma aplicação de inquéritos que dá a possibilidade ao utilizador de ganhar dinheiro com as respostas (conceito longe de ser novo). Confesso que inicialmente fui atraído por essa mesma razão (ou pechincha), mas cedo percebi a grande utilidade do aplicativo: a possibilidade de consultar resultados de inquéritos dos mais variados temas, incluindo televisão.
Dois chamaram-me particularmente a atenção, um sobre hábitos televisivos (nacional) e outro sobre canais de notícias (internacional). Deste último, deixo alguns dos resultados e reflexões, retirados de uma amostra de cinco mil pessoas dos mais diversos países.
80% dos inquiridos revelaram que vêem regularmente as notícias na televisão; 73% concordam que os canais de notícias são enviesados de alguma forma; 80% acreditam que as estações por detrás de canais noticiosos têm agendas políticas subjacentes; a maioria dos inquiridos apontou como tempo ideal de notícias/reportagens, 30 minutos (em média).
Como é possível constatar, alguns destes dados corroboram a maioria das “opiniões de rua”, que tecem críticas às agendas dos canais. A utilidade destes inquéritos é muitas vezes subvalorizada, mas ainda existem canais e estações atentos. Um dos exemplos é o espaço noticioso da RTP 2, Hoje, que aposta na condensação das notícias, e mantém, a meu ver, a qualidade informativa. O mesmo se tem passado nos outros canais, embora não com a redução dos noticiários em si, mas com a reformulação dos tempos de notícia, de forma a ceder espaço para outras rubricas. De uma forma geral, acho o panorama noticioso nacional bastante positivo, mas claro, sempre com espaço para melhoramentos. Reitero mais uma vez a minha satisfação pela aposta da RTP 2, e sugiro que outros canais enveredem por essa via. Informação rápida e de qualidade, é o que se quer numa sociedade tão rápida e volátil como a de hoje.
Eu também costumo ver o Hoje e gosto bastante desta forma de apresentar o telejornal. Em pé, sem grandes falas e de uma forma simples, mas que talvez consiga captar mais a atenção dos telespectadores. Só é pena ter apenas 2 pontos ou menos em termos audiométricos, pois a jornalista tem qualidades e merece mais.
Se a RTP2 for privatizada, acabam – se os documentários National Geographic de semanas, acaba – se ZIG zag, acaba um dos mundos para pessoas que não tem TV por cabo.
Se virmos por outro ponto, a RTP é o ponto forte do grupo e se for privatizada melhor, mas acabaria o serviço público e aumentaria a concorrência para a SIC e TVI num piscar de anos.
É uma decisão importante que só o estado deve tomar, mas penso que a melhor decisão, é mesmo a RTP 2 infelizmente