fbpx

Há limites!

A Televisão
2 min leitura

Falar Televisão

Ontem assisti a um dos momentos mais abjetos do jornalismo televisivo português nos últimos tempos. Na sequência do escândalo entre Bárbara Guimarães e Manuel Maria Carrilho, a CMTV tem dedicado bastante tempo de antena ao assunto. Não questiono o valor noticioso da matéria, não só pelo mediatismo das duas figuras, mas principalmente pelas suspeitas de violência doméstica que recaem sobre Carrilho, o que constitui crime público. Também os canais generalistas (com exceção da RTP) têm abordado o assunto nos seus noticiários, recorrendo até a imagens recolhidas pela CMTV.

No entanto, ao contrário da SIC e da TVI que têm falado do escândalo sem grande exagero, a CMTV não só tem dado atenção desmedida ao caso, como tem violado sistematicamente a ética e a deontologia em busca de notícias polémicas (uma velha tradição do Correio da Manhã). E é isto que leva uma jovem repórter (certamente a cumprir instruções dos seus superiores), de microfone em punho e em plena rua, a confrontar Bárbara Guimarães com as declarações do seu marido que dizia que o padrasto de Bárbara a tinha tentado violar na juventude. Isto enquanto a apresentadora da SIC ajuda os seus filhos menores a entrar num carro.

Nada pode justificar esta devassa da vida privada, principalmente na presença de crianças envolvidas no caso. Por muito que o assunto dê audiências e venda jornais, por muito que Bárbara e Carrilho se tenham exposto publicamente e que este último até tenha aproveitado para «deitar achas para a fogueira». Mas a CMTV não só é responsável pela situação como pôs no ar a referida peça (tendo entretanto editado a reportagem e retirado a polémica pergunta), disponível no seu site. Lamento que nomes como José Carlos Castro (outrora colega de Bárbara Guimarães nos primórdios da TVI), Andreia Vale ou João Ferreira acabem por estar associados a este «jornalismo» degradante.

Siga-me:
Redactor.