Não foi fácil encontrar quem tenha gostado do especial A Solução dos Gato Fedorento. Na última sexta-feira, a maioria das reações geradas nas redes sociais era negativa. Uns queixavam-se da curta duração do programa (que não chegou a ter 10 minutos), outros diziam que não tinham achado piada. Houve até quem, mais por razões polÃticas do que outra coisa, visse incitamento à violência no sketch dos Gato. Como não podia deixar de ser, houve também aqueles do «antigamente é que eles eram bons». Há sempre alguém ansioso por prever a morte do artista, esses nunca falham.
Confesso que também não achei o sketch particularmente inspirado. Não foi um dos mais brilhantes momentos do quarteto de humoristas, longe disso. Os momentos em estúdio, que serviram de «embalagem» para aquele pequeno vÃdeo gravado nos EUA, também não ajudaram. Mas eu não partilho totalmente da desilusão que por aà vi. Se calhar não tinha expectativas tão elevadas. Era sabido que seria uma pequena intervenção, e não um programa de sketches mais longo, como alguns esperariam. Não foi brilhante, mas foi um happening televisivo interessante e engraçado.
A gestão de carreira dos Gato Fedorento é discutÃvel, mas é problema deles. Eu até posso achar (como acho) que é uma pena que eles estejam fora da TV há quatro anos e se limitem a aparecer ocasionalmente em anúncios do MEO ainda mais desinspirados que o especial A Solução. Mas eles são das poucas figuras que têm o privilégio de poder escolher quando querem sair e regressar à televisão. As televisões continuam interessadas neles, e isso não é obra do acaso.
O Gato tem estado escondido, e resolveu (finalmente!) pôr o rabo de fora. Estou certo que próxima vez que o fizer, aqueles que agora se mostram desiludidos com o grupo serão os primeiros a sentar-se em frente à TV. Tomara que seja brevemente.