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Fifias e Fintas da RTP

A Televisão
4 min leitura

Falar Televisao2012 Fifias E Fintas Da Rtp

Durante esta semana dois assuntos despertaram particular interesse na minha retina. Como o que é bom vem aos pares, o Falar Televisão de hoje debruça-se sobre dois acontecimentos que marcaram de alguma forma esta semana.

1. Foi com alguma surpresa para alguns e nenhuma para outros, que a grande maioria dos portugueses mais atentos foram surpreendidos com os ecos que vieram do país vizinho e que anunciavam o encerramento da RTP Internacional.Depressa, a notícia se espalhou mas tal foi a prontidão com que o diretor do canal se apressou a enviar uma nota informativa às redações da comunicação social, que tal notícia antes de o ser, já não o era. A mesma direção que veementemente desmente qualquer informação relativa ao encerramento ou suspensão das emissões da RTP Internacional seja por satélite ou qualquer outra plataforma. Qualquer cenário que passasse pelo encerramento do maior operador de satélite em língua portuguesa ganharia para mim honras de Estado e causaria tal frisson na opinião publica apenas ao nível de encerramento da RTP2 e da concessão a privados do primeiro canal da RTP.
Preocupa-me portanto, que afastada esta hipótese a mesma direção não se preocupe com o que de facto importa, a sua programação. O canal que tanto se orgulha, ainda que obrigado pelo contrato de concessão e enquadramento legal português, a emitir 72 horas por dia espalhados pelos três continentes (Europa, Ásia e América) tem uma programação obsoleta. A  grelha temperada de programas repetidos e em repetição até à exaustão estão ainda virados para o emigrante dos anos 60 que outrora partiu e provavelmente não voltará. Mas os tempos mudaram, e os emigrantes também. A nova geração, em grande parte licenciada procura lá fora uma oportunidade de vida tem na saudade do seu país o direito de poder ver televisão, feita em Portugal, e para portugueses que não passe por concursos e programas de variedades para o típico emigrante de bigode e garrafão de vinho na mão. A qualidade e a seriedade precisam-se e não custam certamente um milhão de euros.

2.Por falar em milhão de euros, a novela Mário Crespo e RTP não parece ter fim. É que os episódios que se vão escrevendo são dignos de uma qualquer novela da Plural. Dá-me a sensação que chegar a jornalista de elite tira algum discernimento a alguns jornalistas portugueses, é quase como sair de um reality show e achar que nunca mais se terá que trabalhar na vida. Provavelmente a nata do jornalismo português anda esquecida que nesta profissão alegadamente não se pode ter opinião, e ou eu ando muito distraído ou «Jornal das 9» da SIC Notícias ainda não é uma crónica do jornalista que o apresenta e  termina todos os dias com a frase: “A RTP custa um milhão de euros por dia.” É que a campanha contra a mesma RTP a quem se ofereceu para ser correspondente nos Estados Unidos da América é um ruído suplementar que me deixa desagradado. À comissão de trabalhadores da RTP um Xanax não calhava nada mal, mas paguem do vosso bolso porque a RTP já “custa um milhão de euros por dia”.Será mentira? A ser verdade é mau, muito mau.

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