Na despedida de 2013, e olhando para o ano televisivo que passou, é a TVI quem tem mais razões para sorrir. Apesar de alguns acidentes de percurso e opções falhadas, a estação de Queluz termina este ano na liderança isolada, devendo rondar os 24,5% nas contas finais. O valor é praticamente igual ao de 2012, mas com a diferença de que a SIC está mais longe.
Não se pode dizer que o ano tenha corrido de feição para a estação de Carnaxide. A SIC deverá fechar o ano com cerca de 21,2% de share, uma ligeira queda relativamente aos 21,9% do ano passado. Mas o pior é que a SIC esteve abaixo da barreira dos 20% em cinco meses de 2013, entre os quais os últimos três. A distância para com a TVI aumentou no final deste ano. Os desafios da SIC em 2014 passam pela resolução de alguns problemas crónicos, sendo o maior deles o daytime.
Quanto à RTP, depois do turbilhão à volta da empresa em 2012, este foi um ano de alguma acalmia. Nas audiências, a RTP1 acaba por voltar a cair na média anual (de 15% para 13.2%). Depois de um início de 2013 complicado, em que a renovação da grelha teve maus resultados iniciais, o primeiro canal tem registado uma recuperação notável desde o verão, devido em boa parte ao sucesso de Bem-vindos a Beirais (e com uma ajuda da seleção nacional). A SIC que tome cuidado. Para a RTP2, 2013 foi um annus horribilis. Esteve para não existir, e acabou por ter de existir quase sem orçamento. Com uma grelha repleta de repetições (e sem os Jogos Olímpicos), a «Dois» teve uma acentuada queda de 3.4% para cerca de 2.5%. Espero que em 2014 o canal consiga subir estes valores residuais e continue a contribuir para uma maior qualidade e diversidade da nossa televisão.
Em 2013 o cabo continuou a estar imparável. As mudanças efetuadas no painel de audimetria permitiram ao conjunto dos canais por subscrição uma nova subida: de 25,1% em 2012 para um valor que deverá rondar os 28%. Público que foge da oferta das generalistas, e que cada vez será mais difícil de reconquistar.
Bom ano a todos!