Para surpresa de muitos, Factor X levou a melhor sobre Casa dos Segredos. Ok, perfeitamente normal. Eu próprio comecei por sintonizar no canal quatro, mas depressa senti uma necessidade extrema de ver outro programa qualquer. Os novos concorrentes do reality da TVI não aquecem nem arrefecem, os confessionários de domingo são enfadonhos, os trocadilhos da apresentadora já cansam, as nomeações são sempre uma confusão imensa. E pronto, a fórmula Secret Story em Portugal está totalmente viciada e não saímos daquilo. Não saímos. Enquanto houver audiência, vamos levar com mais do mesmo.
Quanto ao novo talent show da SIC… Bom, pessoalmente, tenho a dizer que não acho grande interesse à fase dos castings. Pá, não acho. Isto porque neste formato também temos fórmulas demasiado batidas: os «cromos», as histórias de vida dos candidatos, os jurados a tentarem ser mauzões, etc. Pela internet fora, muitos foram os comentários a criticar a postura de Sónia Tavares, Paulo Ventura e Paulo Junqueiro: «Portugal nunca será UK ou USA», «Eles querem tentar “imitar” ou ser iguais aos outros», «Os portugueses adoram copiar os programas», «Ai aquela imitação barata do Simon…», entre outros. Em parte, concordo com algumas destas frases que surgiram durante a estreia do programa. O estilo e as expressões dos «nossos» jurados fazem lembrar algumas situações que acontecem lá fora. E isso não era necessário, de todo. Para quê copiar quando podemos ser originais? Geralmente, o público sabe identificar aquilo que é verdadeiro, aquilo que é realmente genuíno. E, em qualquer lado, se formos nós mesmos (sem máscaras), depressa percebemos que os outros gostam mais de nós. Estarei errado?
No entanto, dou nota positiva a Sónia Tavares, vocalista dos The Gift. Simpática, ponderada, divertida, empenhada. E vale mais (muito mais) uma Sónia no painel de jurados, do que qualquer outra estrela pop fabricada nos Morangos (e quem diz “morangos”, diz “maçãs” ou “amendoins”, se é que me entendem).
Antes de mais, excelente artigo.
Os portugueses nunca gostam das produções nacionais/adaptações por muito boas que sejam. Existe sempre um grande estigma contra aquilo que é nacional. Sempre foi e sempre será (infelizmente).
A versão portuguesa do X Factor na minha opinião é tal vez das melhores adaptações de formatos internacionais. Se o programa é um formato estrangeiro acho bastante natural tentarem “copiar” (quase tudo) pois se fosse um formato inédito aí sim, tal não aconteceria mas como não é o caso considero bastante normal.
Concordo. têm de mostrar que o “Factor X” é sem dúvida o “The X Factor”… mas em Portugal.
Discordo por inteiro da introdução. O actual elenco da Casa dos Segredos é, quanto a mim, o melhor dos últimos (largos) anos de reality shows nacionais. Desde logo, é mais versátil e identificável que os anteriores. Como se viu ontem, tem também mais opções credíveis para um confessário, não havendo necessidade de se repetirem sempre as mesmas figuras. A Teresa Guilherme certamente terá essa noção.
Quanto ao X-Factor, também o vi (através das gravações automáticas) e teve os seus momentos de interesse, mas parece-me que sofre de excesso de rigidez no que respeita à adaptação à realidade nacional. Claro que, quando se trata de uma importação, há que “copiar” sempre qualquer coisa, mas em Ídolos, por exemplo, havia uma adequação de conteúdos que, pelo menos por enquanto, não existe.
Vocês pensam que Portugal tem que fazer igual aos países grandes, mas não temos. Não temos porque não temos capacidade para o fazer. Somos pequenos. Sinceramente, achei uma boa produção, limitaram (bastante) o Meo Arena porque sabiam que não iam ser correspondidos ao facto de terem a casa com 15 000 pessoas. Achei a produção fantástica para um país como o nosso. Quanto aos cromos, muitos não perceberam, mas o aviso da Sónia à plateia foi um aviso também para o público português (não vai haver cromos), e até ao fim do programa houve mais algum? Não! O único ponto negativo a destacar foi sem dúvida o Paulo Ventura. Achei-o peneirento e uma linguagem pouco correta (falo de português, claro).
Gostei do publico interativo, dinâmico e muito participativo.
Acho injusto quando falam que o programa é igual ou pior que os Ídolos ou quando tentaram imitar uma marca. Quando pegamos numa marca temos que a seguir ao risco, daí para muitos não passar de uma mera imitação.
Acho um programa francamente melhor que todos os outros relacionados com música, e não é por acaso que tenha saído desta marca grandes vozes e talentos a nível mundial, falo por exemplo de Leona Lewis ou Alexandra Burke.
Concordo parcialmente com o teu texto.