Foi esta terça feira que Nuno Markl, em parceria com a Globo, apresentou no Teatro Villaret um projeto ambicioso em que irá visitar o Projac e recordar as suas memĂłrias das novelas da Globo – Tudo O Que Sei Aprendi Com as Novelas da Globo. Esta epopeia representa, de certa forma, um sonho para tantas pessoas que nas Ăşltimas dĂ©cadas tĂŞm acompanhado as novelas da emissora brasileira. Eu incluo-me aqui.
Muitos sĂŁo os comentários que mostram uma rivalidade entre as produções portuguesas, com as duas generalistas a aprimorarem-se a nĂvel tĂ©cnico, e as produções desta fábrica de histĂłrias que Ă© o Projac. Mas será que podemos mesmo comparar ambas? É certo que a nĂvel de histĂłrico, sĂŁo absolutamente incomparáveis, já que a Globo tem dĂ©cadas de produção em sĂ©rie e de elevada qualidade. De facto, foi naquele espaço que nasceu o gĂ©nero novelesco, assim como tantas lições de vida.
Ă€ semelhança daquela que foi a experiĂŞncia de Nuno Markl, tambĂ©m eu cresci a ver novelas da Globo, onde muitas foram as coisas que aprendi… sobre a vida. Sempre me fascinou aquela vida em que o trabalho Ă© de apenas uma horita por dia… Hoje queria viver nesse mundo.
De facto, como Ă© possĂvel ter um leque de tĂŁo bons atores, que vĂŁo rodando entre as produções mas que nĂŁo cansam, sĂŁo mais do que caras bonitas (tambĂ©m os há, naturalmente). Por outro lado, argumentos bem escritos (tambĂ©m haverá uns mais fracos, claro) e uma banda sonora que sempre foi uma das minhas predileções, porque aqui as mĂşsicas sĂŁo realmente parte das personagens. SĂŁo elas que tambĂ©m ajudam a construir uma personalidade, uma histĂłria de vida e o cuidado na sua seleção Ă© minucioso.
Em Portugal, estamos melhores em alguns aspetos do que estavamos há uns anos, mas também noutros está mais repetitivo. Não é por acaso que as generalistas portuguesas procuram com frequência «inspiração» e a «cooperação» da emissora brasileira, porque realmente é lá que se aprende. Ou por outra, se não se aprende por lá, não se aprende em mais lado nenhum.