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Excessos jornalísticos

A Televisão
3 min leitura

Falar Televisão

1. Esta semana deu para perceber como o público está muito mais dividido ao Domingo à noite. No dia em que a TVI estreou a novela Mulheres (que conseguiu ser o programa mais visto do dia), nenhum dos grandes programas de entretenimento dos três canais conseguiu ter mais de 25% de share. No entanto as posições relativas estiveram bem definidas: Rising Star (TVI) com 24,9% de share, O Poder do Amor (SIC) com 21,9% e The Voice Portugal (RTP1) com 15,1% (embora o concurso apresentado por Catarina Furtado e Vasco Palmeirim tenha concorrido em parte com as novelas das privadas). Com a estreia do inenarrável concurso de Bárbara Guimarães a SIC conseguiu subir cerca de 6 ou 7 pontos de share relativamente ao antecessor Vale Tudo, causando dificuldades a The Voice Portugal, que parece ter perdido algum fôlego, e a Rising Star. Não chega para ameaçar a liderança da TVI, mas veio dividir ainda mais o mercado. Por outro lado, a fatia dos canais de cabo continua a crescer…

2. Junho vai ser mês de Campeonato do Mundo de Futebol. Sabemos o que isto quer dizer: futebol a toda a hora (com a RTP a ter uma cobertura bastante extensa). O que me preocupa não é tanto a quantidade de transmissões diretas ou o acompanhamento da competição e do percurso da seleção nacional, mas sim a completa loucura jornalística em torno do evento. E pudemos assistir a um aperitivo desses excessos jornalísticos ontem, com todos os canais informativos a dedicarem toda a tarde à partida da seleção. Quem viu as diferentes emissões teve direito à já habitual (e interessantíssima) perseguição do autocarro da seleção como se isso fosse uma notícia em si, o acompanhamento da visita dos jogadores a uma loja do aeroporto (com a devida explicação das compras que iam fazendo, é claro), e finalmente a perseguição do avião em pleno voo com recurso até a um site que acompanhava a trajetória do avião. Por momentos julguei que os jornalistas queriam, não fosse acontecer alguma desgraça, ter essa notícia em primeira mão. Felizmente não aconteceu, ficámos todos mais descansados. Força Portugal.

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