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Entretenimento ou Desalento?

A Televisão
3 min leitura

Penso já ter falado sobre este tema, mas visto que o panorama televisivo português pode estar a mudar (ou aparentar mudar), e que importamos cada vez mais formatos de entretenimento internacionais, vou voltar ao assunto.

O “insólito” é um tipo de programação que está a crescer nos Estados Unidos. Deixo claro que não existe uma categoria de programa com este nome específico, mas é a minha forma de clarificar o tipo de programa a que me refiro. Não me refiro a género (reality-shows, etc.), mas a uma linha de características semelhantes que percorre determinados programas.

Jersey Shore terá sido talvez um dos percursores desta característica. As aventuras já bastante conhecidas do grupo ítalo-americano em New Jersey, EUA, trouxeram à televisão o fator insólito e de espanto, do que é fora do comum. Além disso, fizeram as televisões perceber que uma nova onda de programas poderia dar audiência, pelo fator ‘estranheza’.

Hoarders, OCD Project, My Strange Addiction e mais recentemente, Virgin Diaries, representam a próxima vaga de programas.

Hoarders é um programa case-by-case à semelhança de My Strange Addiction, ou seja, cada episódio mostra um ou mais casos de diferentes pessoas, com mini-apresentações.

O primeiro, explora a casa de pessoas que têm por hábito juntar um absurdo de coisas, ao ponto de não se conseguirem muitas vezes movimentar lá dentro (desde refrigerantes, livros, lixo e outras coisas que não valem a pena ser mencionadas); o segundo, mostra o dia-a-dia de pessoas com hábitos estranhos: uma mulher que dorme com o secador ligado ao lado, outra que adora comer papel higiénico, entre outros).

O OCD Project, apesar do cariz mais sério, não deixa de fazer parte da mesma categoria. Um grupo de pacientes com perturbações obsessivo-compulsivas junta-se numa casa com um psiquiatra de renome e ao longo de algum tempo, trabalham em conjunto para serem curados. Claro que o fator insólito entra na tipologia das perturbações, que passam pelo “comum” lavar de mãos frequente, até à paciente que pensa que atropela alguém se for conduzir (independentemente da velocidade, ou se está ou não alguém na rua).

Já o Virgin Diaries estreou há pouco tempo e conta a vida de casais que resolveram guardar-se para o casamento. Muitos até resolvem guardar o primeiro beijo, o que dá um resultado engraçado.

Estes programas primam pelo fator do insólito, como referi, e de suscitarem conversas. São viciantes, até esgotarem a fórmula. Poderão “visitar” a televisão portuguesa em breve? Talvez não tão cedo, enquanto programas como Secret Story ainda suscitarem polémicas. Talvez quando o público se fartar do mesmo tipo, então estes programas tenham um lugar nos nossos canais.

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