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Continuamos a xuxar

A Televisão
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Se criticas a música da Bernardina, estás a contribuir automaticamente (e sem saber) para o sucesso da mesma. Mesmo que só vejas o teledisco durante uns míseros três segundos, é óbvio que serás contabilizado como mais uma visualização. Se disseres ao teu primo que o som «Minha Xuxa» é uma ofensa para todos os cantores, provavelmente isso poderá ser considerado um ato de publicidade gratuita. Ao clicares em «Não Gosto» no Youtube, significa que deste importância ao vídeo (o desprezo é a melhor arma). Concordas com Manuel Luís Goucha, que recusa uma atuação no seu programa da manhã? Então, só demonstras que te preocupas realmente com esta polémica.

Não gostam, ignorem. Perder tempo com pessoas que não gostamos?! Jamais. Uma coisa é exprimir uma opinião (algo que é possível desde a Revolução dos Cravos), outra coisa é bater sempre na mesma tecla. Não, a culpa não é do país – a culpa é de quem fala mal, mas contribui para a decadência. E digo mais: todos nós continuamos a cair que nem uns verdadeiros patinhos. Parvo é quem assiste. Para quem não tem noção, estes «assuntos do momento» são muito bem estudados e delineados. São arquitetados para provocar impacto, histeria, discussões, comentários, e tudo isso. Em setembro do ano passado, Miley Cyrus, por exemplo, fez uma jogada de mestre na cerimónia anual da MTV. Agora, Canuco Zumby e Bernardina foram pelo mesmo caminho: uma concorrente polémica; um tema oco que despoleta reações; e um lançamento na altura perfeita (a coincidir com a estreia de Casa dos Segredos – Desafio Final 2).

E não, Bernardina não é uma cantora, nem tenciona vir a ser. A «Xuxa» foi apenas uma brincadeira, assim como a «Vida Loca» de Fanny Rodrigues e o «Lobo Mau» de Rúben Boa-Nova e Tatiana Magalhães. Ninguém obriga ninguém a ouvir estes temas (suponho). Se, por algum motivo, sentires a tentação de clicar no Play, então vai até à rua apanhar ar. Tão simples, tão eficaz.

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