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Brincar com o telespectador

A Televisão
2 min leitura

Falartelevisãodestaque

Não sei quanto a vocês, mas a mim faz-me alguma confusão as constantes trocas de horário dos programas televisivos. Belmonte era novela para as 21h (podia muito bem vencer nessa faixa) e passou para o fim da lista; Senhora do Destino não aguentou o fôlego dos fins de tarde da SIC e mudou-se para os inícios; Os Filhos do Rock começou por ser uma série de domingo à noite, mas rapidamente foi transferida para os sábados (nem sequer teve tempo para aquecer o lugar); por fim, I Love It é a «vítima» mais recente, ao ver a sua transmissão alterada para as manhãs de fim de semana da TVI. A questão que se impõe é: onde é que fica o telespectador no meio deste regabofe? Tem que comer e baixar as orelhas, certo? E provavelmente habitua-se às novas medidas, que remédio.

O telespectador jamais poderá ser visto como um rato de laboratório, isto é, como uma cobaia com quem se pode brincar a todo o instante. E não me parece muito correto alterar o dia/hora de exibição de um produto só porque sim, ou só porque as audiências justificam o ato. Dizia Ruy de Carvalho, com toda a sua razão, numa entrevista ao A Televisão: «Quem manda não ouve quem sabe». E eu digo a esses «tais» superiores: as audiências não são tudo e mais alguma coisa nesta vida. A qualidade também vence, assim como o respeito pelos outros (neste caso, pelo público). Os valores audiométricos ganham-se com o público, o público ganha-se com respeito. Não é que uma mudança ou outra na grelha de programação faça muito mal, mas quando acontece em demasia… É só chato. É mesmo só chato…

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