Cruel e oportunista, é desta forma que a generalidade da imprensa portuguesa aproveitou e aproveita mais uma tragédia na vida de uma figura pública. Nem as palavras de Judite Sousa contiveram as palavras dos colegas com a certeza que também neste particular a TVI assume a sua mea culpa ao abrir os seus espaços noticiosos e a porta para este aproveitamento.
Se a morte trágica do filho de uma celebridade e super estrela de televisão é notícia, já todo o circo mediático criado à volta deste momento é puro voyeurismo e de uma crueldade que apenas a autoregulação dos jornalistas pode definir. A tragédia anda de mãos dadas com o jornalismo e também aqui Judite acaba por pagar a fatura do estatuto que alcançou nesta sociedade em que as fronteiras se estreitaram.
À profissional e mulher, e independentemente do estilo, os portugueses e outras figuras influentes na sociedade mostraram a sua solidariedade e a saudade que já sentem de uma das mais carismáticas e populares jornalistas de televisão que vive por estes dias a maior das infelicidades. Que o luto dos nossos pares seja respeitado, porque juntos, seremos todos melhores.
