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A minha «Decisão» é não ver!

A Televisão
4 min leitura

Chegou ontem à RTP1 – finalmente! – o novo programa de cultura geral da estação. «Decisão Final» veio então substituir o já cansativo «O Elo Mais Fraco» e o novo formato promete ficar no ar, pelo menos, até à próxima rentrée. E pelo que vi ontem, espero que fique por aí!

Dizem que José Carlos Malato está mais magro, mas para mim, ele continua a ser grande, continua a preencher todo o ecrã, continua a «assentar que nem uma luva» neste tipo de programa. Ele é, quanto a mim, a melhor opção para este tipo de formato. É mesmo melhor que, por exemplo, o Jorge Gabriel; o Malato tem o carisma de tornar o formato em algo menos sério e mais popular, com mais piada, mais apetecível de ver (se bem que, por vezes, corre o risco de cair em exageros). Aliás, ele é a mais-valia deste novo formato!

O formato, em si, é pobre. A ideia de os concorrentes, à medida que vão sendo eliminados, caírem num buraco, é engraçada… mas só isso chega? E o resto? Vamos por partes…

O grafismo é terrivelmente amador. Soa a programa dos anos 90! O logotipo é antiquado e não tem nenhum rasgo de criatividade, para além de ser demasiado básico. O grafismo – oráculos – de quando surgem as questões, é demasiado estático, sem qualquer ar moderno. Neste programa, tudo soa a velho, pobre e enfadonho!

O estúdio é escuro: não há cor, a luz parece insuficiente e há um sentimento de que o cenário não foi todo construído. Em suma, há uma clara falta de investimento! Houve só a preocupação de construir o chão onde os participantes caem no buraco, mais a entrada do apresentador e dos concorrentes. Até o público do programa está sentado numa estrutura forrada a preto, à frente de um fundo preto.

Para o tempo de duração do programa, o número de participantes parece-me insuficiente. Há demasiados «encher chouriços» durante a emissão, a começar pelo tempo excessivo na resposta a uma pergunta (quando, em 5 segundos, se percebeu a resposta de tão básica que é a questão). Depois, a própria edição do programa não está feita de modo a dar-lhe ritmo; nem se quer há uma música de fundo que crie ambiente, que dê tensão, que nos prenda ao que está a acontecer…

Se compararmos «Decisão Final» com a versão brasileira do formato (transmitida na TV Bandeirantes com o nome de «Quem Fica em Pé?»), sentimo-nos logo pequeninos! E isto é para não comparar com a versão original e ficar pela análise de uma outra adaptação… Em relação à produção do formato no outro lado do Atlântico, põe a nossa a um canto, pois é exatamente o oposto de tudo o que disse acerca de «Decisão Final». E é triste que, em vez de darmos um passo para a frente, demos dois para trás!

Sem dúvida alguma que foi uma mais-valia o surgimento deste formato. Pelo menos fez com que chegasse ao fim «O Elo Mais Fraco» que, quanto a mim, não foi um bom regresso (Onde estava a novidade? O que trouxe de novo, além do apresentador? Onde estava a diferença do formato de há uns anos atrás?). A estreia de «Decisão Final» até não foi má, mas a questão é se, pelo menos, manterá aquele valor, sendo que o ideal seria subir. O programa está mesmo no início e, sinceramente, para o bem do formato, espero que façam alterações consideráveis… vão bem a tempo, mas duvido que o façam!

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