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A inconstância da televisão

A Televisão
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Registou-se no passado domingo um poderoso indicador a somar a muitos outros que mostram que em televisão não há estabilidade. 18,8% foi quota de mercado média da TVI, televisão líder de audiências e preferências dos portugueses nos últimos 60 meses, que é como quem diz, 5 anos. Se incluirmos o universo dos canais por cabo na competição direta, apenas podemos contabilizar 59 meses de liderança por parte da estação agora liderada por João Cotrim de Figueiredo, isto porque a televisão por cabo fez história e arrebatou o primeiro lugar no passado mês de julho.

Mas de números, valores e dados audiométricos já todos ouvimos falar e discutir, resta-nos fazer considerações acerca do que se passou e o que se passará daqui para a frente. O medíocre valor do passado domingo pode ser remitido para a concorrência e a sua oferta programática, ainda assim, prefiro enveredar pela horripilante e desastrosa prestação da televisão que se diz líder absoluta. Não houve um único horário em que a TVI se tenha posicionado no primeiro lugar entre as principais generalistas, sendo que, toda a grelha e programação idealizada foi um autêntico “flop”. A informação colocada em último lugar, com um desempenho assombroso de “Jornal da Uma” e um terceiro lugar de “Jornal das 8” (já nem Marcelo Rebelo de Sousa convida audiência), manhãs e tardes fracas e a o prime-time uma autêntica desilusão.

Mais uma vez relembro que não me esqueço da “saga do futebol”, ainda assim, a SIC conseguiu manter firmes as apostas da noite e a TVI, que estreava aquele que se dizia ser “o programa mais fresco do verão”, fez história, pondo a estreia de um talent-show abaixo dos cinco programas mais vistos do dia.

Toda esta crítica não é mais do que uma grande desilusão e um tentar disseminar a origem de tamanho fracasso. José Fragoso e Cotrim de Figueiredo são para mim os grandes responsáveis pela queda que se vai verificar naquela que foi em tempos, a melhor televisão de Portugal. Desde a saída de José Eduardo Moniz que a estação de Queluz de Baixo perdeu qualidade, criatividade, inovação e o mais importante, espírito de liderança. A ficção nacional perdeu os encantos, a informação, ainda que bem renovada, não é a escolha dos portugueses e as tardes, em vez de melhorarem, tendem a piorar a cada decisão de Fragoso.

É precoce todo este julgamento e muitos me dirão que tudo o que afirmo e julgo saber é errado e o futuro o provará. Não estou em desacordo, aliás o tempo me dará ou não razão, mas ou eu muito me engano ou a TVI vai descer, descer e descer. Talvez não tão rapidamente, pois em setembro chega, ao que tudo indica, a “senhora televisão” com mais uma edição da polémica Casa dos Segredos e quiçá renovadas tardes tragam à TVI a inovação e singularidade que não se vêem há muito. Ainda assim, não haja ambição, criatividade e o dito do espírito de liderança e é ver Queluz a ficar ainda mais para Baixo.

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