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A ficção que marca uma vida

A Televisão
4 min leitura

Falar_Televisao 2012

A ficção entra todos os dias em casa dos telespectadores. De segunda a sábado, há alguns anos, os portugueses habituaram-se a consumir novelas e séries. Atualmente, chegam a ser seis novelas emitidas por dia nos dois principais canais privados de Portugal. Contudo, nem todas as novelas são iguais.

O assunto que me traz aqui hoje é precisamente a ficção que me marca, ou que me marcou em tempos. Não posso deixar de referir as novelas Tempo de Viver, Ninguém Como Tu, Laços de Sangue e Dancin’ Days. Escolhi estas quatro porque são as que no geral têm, para mim, pouco apreciador de novelas, o que deve ter. Estas são as novelas que foram/são capazes de me prender (até ao ponto de chegar a dizer: «Não posso mesmo perder o próximo episódio!»).

No passado ano a TVI transmitiu a novela Tempo de Viver, escrita por Rui Vilhena. A produção prendia-me completamente! Sempre que tinha disponibilidade, à hora de almoço, via um episódio. É incrível como as situações retratadas, os núcleos e as personagens estão escritas. Parecem novelas atuais, com ritmo, com todos os ingredientes que fazem prender o espectador e que espelham os portugueses. O mais triste, talvez, é que das novelas conseguimos perceber que em pouco mais de cinco anos, não mudámos nada… No entanto, a novela, também de Rui Vilhena, é Ninguém Como Tu. Esta trama retrata de forma exata, clara e ao pormenor a grande maioria da população portuguesa – especialmente a classe média/média baixa.

O mesmo aconteceu com Laços de Sangue e acontece  com Dancin’ Days, ambas escritas por Pedro Lopes. Porém, noto que há uma certa diferença entre estas duas novelas – de Pedro Lopes – e as duas referidas no parágrafo anterior. Se nas primeiras produções a acção central é muito mais focada no «jogo» classe média baixa contra classe alta; nas últimas duas novelas existe um ritmo diferente, retratando os problemas atuais, mas com uma história central específica. Ou seja, trocando isto por miúdos: a escrita de Rui Vilhena retrata a sociedade pura e dura, sem rodeios com todos os defeitos e qualidades que existem. Por outro lado a escrita de Pedro Lopes é muito mais abrangente conseguindo retratar a sociedade, referindo os seus problemas, mas nunca distanciando a história central. E isto não é bom? Duas formas de escrever que deixam o espectador colado ao ecrã.

São produtos riquíssimos que Portugal tem nas mãos. Quatro novelas muito boas, com bons autores, escritores, realizadores (e os restantes técnicos) capazes de prender qualquer pessoa, em qualquer ano. Daqui a cinco ou dez anos, quando a SIC emitir novamente Dancin’ Days o espectador vai sentir conseguir perceber isso. Acontecerá, de certo, com  Laços de Sangue.

Tudo isto para dizer, sem qualquer diferenciação entre estações de televisão, que Portugal faz boa ficção. Ficção que marca realmente uma vida. A novela não é um formato chato. Existem é novelas chatas e temos de ser seletivos! Se fizerem novelas assim, podem contar com a minha audiência pois, não apreciando a 100% o formato, eu vejo.

Até quarta! E vejam boa ficção.

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