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A Entrevista – Rui Paula

A Televisão
7 min leitura

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Foi aos 22 anos que descobriu que queria ser uma Chef profissional, mas antes disso já tinha o gosto pela cozinha. Começou por um restaurante de comida tradicional mas rapidamente se formou em cozinha internacional. Atualmente chefia a cozinha de dois importantes restaurantes deste país, o DOP e DOC, prepara-se para abrir um novo e pode ser visto no papel de jurado do Masterchef Portugal.

Sempre quis ser um profissional da gastronomia, ou foi algo que surgiu espontaneamente?

Sempre adorei cozinhar, mas tornar-me um profissional surgiu aos 22 anos.

 Antes de chegar à chefia de uma cozinha, quais foram as etapas pelas quais passou?

As casas fazem-se pelos alicerces. Comecei num restaurante pequeno onde passei a dominar tudo o que é comida tradicional. Com o passar do tempo tive que me formar em comida internacional e dominar todas as técnicas recentes, resolvi este problema estagiando com grandes Chef’s em grandes cozinhas.

Atualmente é responsável por quatro grande cozinhas. Como é que consegue levar o seu barco a bom porto?

No decorrer destes 20 anos de trabalho fui formando vários  profissionais tanto de sala como de cozinha, hoje somos quase uma escola.Tenho vários trabalhadores a trabalhar comigo, há 8/10 anos, portanto é fácil de perceber. Por detrás de um Grande Chef está uma grande equipa!

Ter um restaurante seu sempre foi um objetivo a alcançar?

Sempre, desde a primeira hora, aliás o primeiro restaurante que tive, tinha eu 26 anos.

Quais são as principais atrações dos restaurantes DOP e DOC?

O Restaurante DOC tem 8 anos, começa por uma vista magnífica situado no Património do Douro Vinhateiro. Encontram-se menus de degustação e serviço à la carte, num misto de comida com grande raiz cultural e outra mais elaborada. O DOP, desde o dia 22 de Abril que está a trabalhar num conceito diferente, o lema é «Comida com Memória»; isto significa o voltar às origens, que ao fim ao cabo me tornou conhecido.

Permitam-me agora dizer que muito em breve irei abrir um novo Restaurante: A Casa de Chá de Leça da Palmeira. Um edifício histórico do arquiteto Sisa Vieira e aí sim, irei implementar o antigo conceito que o DOP tinha: uma cozinha muito mais elaborada e focada na criatividade e inovação de pratos jamais degustados outrora.

Mais recentemente estreou-se no mundo da televisão. Como surgiu o convite para integrar a equipa de jurados do MasterChef Portugal?

Simplesmente fui convidado pela Shine Ibéria para participar.

1 A Entrevista - Rui Paula

O MasterChef tem sido muito bem recebido pelo espectador. O que acha que tem ditado o sucesso do programa?

É um programa verdadeiro, honesto e muito profissional. Em termos de realização também foi muito bem feito. Isto tudo é possível porque todos, desde os jurados, concorrentes e equipa de realização foram uma verdadeira família, todos remaram para o mesmo lado logo o sucesso está explicado.

Algo que tem sido criticado é a maneira como os jurados têm avaliado os pratos dos concorrentes. Um formato deste género requer essa exigência?

Embora sendo cozinheiros amadores e levando isso em consideração, temos de ser exigentes, pois é a única forma de eles evoluírem. É bom realçar que os concorrentes tinham Masterclass’s e isso não se vê no programa.

2 A Entrevista - Rui Paula

Estrear-se neste meio ao lado de Manuel Luís Goucha, que começou a sua carreira através da culinária, foi um fator decisivo para ter aceite o convite?

Ser colega do Manuel Luís foi uma honra. É uma pessoa extremamente trabalhadora e extremamente profissional. Em termos gastronómicos também soube cumprir  muito bem esse papel.

Não acha que a exigência pode estar presente, sendo conciliada com um lado mais humano e não tão «frio», como dizem os espectadores?

Eu acho que temos momentos frios, mas também temos outros bastantes calorosos, sinceramente quando terminar o programa vão perceber.

Terminadas as gravações, que balanço faz do programa?

O balanço é extremamente positivo, as audiências falam por si. Em relação a mim posso dizer que adorei fazer este programa .

Ao longo daquelas semanas de gravações foi surpreendido pelos pratos confecionados pelos concorrentes? Pela positiva ou pela negativa?

Umas vezes pela positiva, outras pela negativa. Assisti a verdadeiros atentados à gastronomia, mas também fui surpreendido por algumas belas apresentações e por pratos bastante saborosos.

Algo que torna este programa diferente de outros, é o facto de não haver um único apresentador, estando essa tarefa dividida entre os jurados. Tem lidado bem com o registo televisivo?

Como  já disse foi muito bom trabalhar com o Manuel Luís e o Miguel Rocha Vieira, soubemos sempre dosear as nossas intervenções, como tal acho que todos nós fomos apresentadores.

Do MasterChef saem bons talentos?

O tempo o dirá , mas acho que alguns vão ter sucesso.

A intenção do MasterChef não foi apenas descobrir novos talentos, mas também dar-lhes a oportunidade de materializarem o seu sonho, tornando-se chefs profissionais. É importante dar asas a estes aspirantes a chefs?

Muitas vezes é preciso um empurrão para os nossos sonhos se concretizarem. Espero que para estes aspirantes o Masterchef seja um verdadeiro empurrão.

Para si, a experiência MasterChef foi enriquecedora?

Claro que foi, todas as experiências servem para nós crescermos e esta não foi exceção pois estamos a falar de uma grande produção como é o Masterchef.

Acha que se tem dado pouco destaque à culinária na nossa televisão?

Não, acho que nos últimos anos a televisão tem sido uma boa ajuda para a nossa gastronomia. Têm havido vários programas diferentes uns dos outros. Acho que não é por aqui que nós podemos queixar.

Gostava de ter uma segunda edição do MasterChef na TVI?

Claro que sim, se chegar essa altura estarei aberto a uma nova proposta.

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