Foi aos 22 anos que descobriu que queria ser uma Chef profissional, mas antes disso já tinha o gosto pela cozinha. Começou por um restaurante de comida tradicional mas rapidamente se formou em cozinha internacional. Atualmente chefia a cozinha de dois importantes restaurantes deste paÃs, o DOP e DOC, prepara-se para abrir um novo e pode ser visto no papel de jurado do Masterchef Portugal.
Sempre quis ser um profissional da gastronomia, ou foi algo que surgiu espontaneamente?
Sempre adorei cozinhar, mas tornar-me um profissional surgiu aos 22 anos.
 Antes de chegar à chefia de uma cozinha, quais foram as etapas pelas quais passou?
As casas fazem-se pelos alicerces. Comecei num restaurante pequeno onde passei a dominar tudo o que é comida tradicional. Com o passar do tempo tive que me formar em comida internacional e dominar todas as técnicas recentes, resolvi este problema estagiando com grandes Chef’s em grandes cozinhas.
Atualmente é responsável por quatro grande cozinhas. Como é que consegue levar o seu barco a bom porto?
No decorrer destes 20 anos de trabalho fui formando vários  profissionais tanto de sala como de cozinha, hoje somos quase uma escola.Tenho vários trabalhadores a trabalhar comigo, há 8/10 anos, portanto é fácil de perceber. Por detrás de um Grande Chef está uma grande equipa!
Ter um restaurante seu sempre foi um objetivo a alcançar?
Sempre, desde a primeira hora, aliás o primeiro restaurante que tive, tinha eu 26 anos.
Quais são as principais atrações dos restaurantes DOP e DOC?
O Restaurante DOC tem 8 anos, começa por uma vista magnÃfica situado no Património do Douro Vinhateiro. Encontram-se menus de degustação e serviço à la carte, num misto de comida com grande raiz cultural e outra mais elaborada. O DOP, desde o dia 22 de Abril que está a trabalhar num conceito diferente, o lema é «Comida com Memória»; isto significa o voltar à s origens, que ao fim ao cabo me tornou conhecido.
Permitam-me agora dizer que muito em breve irei abrir um novo Restaurante: A Casa de Chá de Leça da Palmeira. Um edifÃcio histórico do arquiteto Sisa Vieira e aà sim, irei implementar o antigo conceito que o DOP tinha: uma cozinha muito mais elaborada e focada na criatividade e inovação de pratos jamais degustados outrora.
Mais recentemente estreou-se no mundo da televisão. Como surgiu o convite para integrar a equipa de jurados do MasterChef Portugal?
Simplesmente fui convidado pela Shine Ibéria para participar.
O MasterChef tem sido muito bem recebido pelo espectador. O que acha que tem ditado o sucesso do programa?
É um programa verdadeiro, honesto e muito profissional. Em termos de realização também foi muito bem feito. Isto tudo é possÃvel porque todos, desde os jurados, concorrentes e equipa de realização foram uma verdadeira famÃlia, todos remaram para o mesmo lado logo o sucesso está explicado.
Algo que tem sido criticado é a maneira como os jurados têm avaliado os pratos dos concorrentes. Um formato deste género requer essa exigência?
Embora sendo cozinheiros amadores e levando isso em consideração, temos de ser exigentes, pois é a única forma de eles evoluÃrem. É bom realçar que os concorrentes tinham Masterclass’s e isso não se vê no programa.
Estrear-se neste meio ao lado de Manuel LuÃs Goucha, que começou a sua carreira através da culinária, foi um fator decisivo para ter aceite o convite?
Ser colega do Manuel LuÃs foi uma honra. É uma pessoa extremamente trabalhadora e extremamente profissional. Em termos gastronómicos também soube cumprir  muito bem esse papel.
Não acha que a exigência pode estar presente, sendo conciliada com um lado mais humano e não tão «frio», como dizem os espectadores?
Eu acho que temos momentos frios, mas também temos outros bastantes calorosos, sinceramente quando terminar o programa vão perceber.
Terminadas as gravações, que balanço faz do programa?
O balanço é extremamente positivo, as audiências falam por si. Em relação a mim posso dizer que adorei fazer este programa .
Ao longo daquelas semanas de gravações foi surpreendido pelos pratos confecionados pelos concorrentes? Pela positiva ou pela negativa?
Umas vezes pela positiva, outras pela negativa. Assisti a verdadeiros atentados à gastronomia, mas também fui surpreendido por algumas belas apresentações e por pratos bastante saborosos.
Algo que torna este programa diferente de outros, é o facto de não haver um único apresentador, estando essa tarefa dividida entre os jurados. Tem lidado bem com o registo televisivo?
Como  já disse foi muito bom trabalhar com o Manuel LuÃs e o Miguel Rocha Vieira, soubemos sempre dosear as nossas intervenções, como tal acho que todos nós fomos apresentadores.
Do MasterChef saem bons talentos?
O tempo o dirá , mas acho que alguns vão ter sucesso.
A intenção do MasterChef não foi apenas descobrir novos talentos, mas também dar-lhes a oportunidade de materializarem o seu sonho, tornando-se chefs profissionais. É importante dar asas a estes aspirantes a chefs?
Muitas vezes é preciso um empurrão para os nossos sonhos se concretizarem. Espero que para estes aspirantes o Masterchef seja um verdadeiro empurrão.
Para si, a experiência MasterChef foi enriquecedora?
Claro que foi, todas as experiências servem para nós crescermos e esta não foi exceção pois estamos a falar de uma grande produção como é o Masterchef.
Acha que se tem dado pouco destaque à culinária na nossa televisão?
Não, acho que nos últimos anos a televisão tem sido uma boa ajuda para a nossa gastronomia. Têm havido vários programas diferentes uns dos outros. Acho que não é por aqui que nós podemos queixar.
Gostava de ter uma segunda edição do MasterChef na TVI?
Claro que sim, se chegar essa altura estarei aberto a uma nova proposta.