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A Entrevista – Hugo Miranda, ex-concorrente da «Casa dos Segredos 5» [Com vídeo]

David Soldado
22 min leitura

Destaque2 Hugo A Entrevista - Hugo Miranda, Ex-Concorrente Da «Casa Dos Segredos 5» [Com Vídeo]

 

Foi no passado domingo que Hugo Miranda abandonou a casa mais vigiada do país. Os portugueses assim o ditaram. Agora cá fora, o jovem de 25 anos deu uma entrevista ao site A Televisão onde falou de toda a experiência vivida durante 49 dias. Há namoro ou não com Inês? Foi justa a nomeação de Vânia? Esperavas sair? O que levou a proferir comentários xenófobos? Estas e outras perguntas foram respondidas. 

5 A Entrevista - Hugo Miranda, Ex-Concorrente Da «Casa Dos Segredos 5» [Com Vídeo]

Foste o concorrente expulso do passado domingo. A Casa dos Segredos 5 foi uma aventura para ti?

Estar na Casa dos Segredos é uma experiência única, aconselho todas as pessoas a candidatarem-se. É algo que fica na nossa memória, o nosso estado fica completamente «rebentado» de alegria depois de vermos milhares de pessoas a apoiarem-nos e tudo isso. É um sentimento de pura alegria: de ter feito a melhor escolha e ter realizado um sonho que é estar dentro daquela casa, que não é nada fácil.

Porque é que era um sonho estar «dentro daquela casa»?

É assim a parte do ser famoso também não a posso fechar. Tudo isto é bom, toda a gente gosta de mediatismo. Mas estar na Casa é aquela sensação de “Vamos lá ver o que é isto, toda a gente diz que isto deve ser complicado, porque não experimentar?” E depois estar lá dentro, poder viver aquele momento e desfrutar ao máximo uma vez que não vamos ter a possibilidade de poder viver de novo.

Foi mais fácil gerir a pressão acumulada, tendo entrado na casa também o teu pai?

Para além de entrar na Casa dos Segredos que já era algo fenomenal, entrar com o meu pai era algo fora do vulgar. Os primeiros dias foram complicados, foi complicado até à revelação do nosso segredo em comum. O meu foi revelado primeiro e só tempos depois é que foi o dele [do meu pai]. Só aí, é que nos podemos aproximar. Manter a distância e tudo isso custava, custava não ter a mesma forma de viver o nosso quotidiano, não o poder abraçar, desejar os bons dias, dar-lhe um beijo, etc. Mas de resto foi uma experiência única ter o meu pai perto de mim.

Que recordações é que tu guardas desta «experiência única»?

Para além da minha entrada que era algo que eu desejava muito, a minha saída. Entrei feliz, saí super feliz por causa de todo o carinho que as pessoas nos transmitem: “Foste uma excelente pessoa”, claro que também há comentários negativos e a gente tem que os aceitar mas os positivos ficam sempre na nossa memória. É do género “Para mim o programa acabou, tu eras o vencedor”. Não guardo rancor, saio feliz. Se ficasse, ficava feliz mas saio ainda mais feliz porque sei que fiz a minha missão, mostrar aquilo que eu sou, fui lá dentro a minha pessoa, não mudei em nada. E depois tive coisas boas dentro do jogo como toda a gente sabe.

Estavas à espera de sair?

Eu estive 3 vezes nomeado, a primeira vez que os homens estiveram todos nomeados,  a outra semana não estava tão nervoso como a última. Só pelo simples facto daquele casamento fictício vir a acontecer, isso atrapalha um pouco o jogo. Mas pensei que pudesse sair, o azar calhou-me a mim. As pessoas decidiram, assim o quiseram e eu não guardo rancor a ninguém nem demostro mau estar por me terem nomeado. As pessoas fazem opções, em tudo na vida temos de escolher algo. As pessoas decidiram lá manter aquelas duas mulheres na Casa, que são duas grandes mulheres, duas excelentes jogadoras de quem eu gosto muito, mas pronto, foi decisão.

Mas neste caso tu foste nomeado pela Vânia. Isso afetou-te?

É assim não fiquei chateado porque de modo algum não tinha que ficar chateado. É uma decisão, mais uma vez, tudo ali é decidido. Fiquei surpreendido! Pela parte de nós nos darmos bem, de falarmos, de eu sempre a ter apoiado como ela me apoiou. Nunca haveria a hipótese de nós podermos ter algo, somos apenas amigos, ela era um desabafo, via-me como um ombro amigo assim como eu. Achei ela a melhor jogadora da Casa dos Segredos, acho que só agora se uma pessoa conseguir mudar do dia para a noite é que vai conseguir ultrapassar o jogo da Vânia. Ela fazia coisas fenomenais dentro daquele jogo mas a nomeação foi a decisão dela, eu aceito, compreendi que ela teve de nomear alguém e aconteceu-me a mim.

De certa forma ela tinha inimigos dentro da Casa. Porque não nomear um deles?

Eu não lhe perguntei isso porque quem sou eu para lhe estar a perguntar? Era estar a associar algo que estou revoltado. Eu não estou revoltado, ela fez uma nomeação, tinha que ser eu. Houve uma parte que eu me senti revoltado: “Conheci-te e recebi-te tão bem nesta Casa e, agora, espetas-me esta faca?” Mas depois de saber relaxei e pensei assim “ela nomeou-me, ponto!”.

Culpas a Vânia pela tua saída?

Claro que não! Quem me fez sair foram os portugueses. O povo unido jamais será vencido.

Na tua opinião o que ditou a tua saída?

No meu ver eu não tenho a apontar uma prestação má. Antes pelo contrário, vejo-me como um bom jogador, uma pessoa que se deu bem com todos, nada de conflitos, tentar jogar mas tentar ser eu próprio dentro da Casa, cheio de alegria, brincalhão, tudo isso é bom. Pontos negativos de momento não me consigo apontar, não vou estar a ser hipócrita. Em momento algum faltei ao respeito, em momento algum acusei alguém de algo, em momento algum fui agressivo. Mostrei a minha personalidade, uma pessoa simples, capaz, humilde, a querer vencer porque lutei para isso mas infelizmente não aconteceu.

A Vânia acusou-te de te afastares quando recebias apoio do exterior: os aviões e gritos.

O que eu posso dizer disso é que isso aconteceu com o primeiro avião. As pessoas de fora estavam a assimilar um trio que não existia e eu no papel de centro das atenções, afastei-me um pouco porque não queria que as pessoas tivessem essa imagem de mim: “Este quer andar com as duas” e eu sei como é o povo português. Sempre assumi perante a Inês e a Vânia, eu sei que a Vânia de certo modo fazia jogo, eu aceito isso. Faço-lhe uma vénia pelo jogo dela, como nós dizemos ‘dá canal’. Agora os aviões é algo que a nível de pressão toca-nos um pouco, a gente não sabe o que se passa cá fora, não sabemos a opinião das pessoas acerca desta amizade e depois com o jogo duvidoso dela: “Será que estás a falar mal de mim nas minhas costas?”. É a tal cena de ter o pé atrás.

Mas não sentiste necessidade de confronta-la?

Eu não tinha que a confrontar porque eu não via nela algo que me pudesse criticar ao máximo. Foi só a parte dos aviões, de eu tentar abordá-la, ela própria disse lá dentro que me contou coisas que não tinha dito a ninguém, nem cá fora saberiam, e ela estava a expor aquele momento. Eu sempre a apoiei. Depois houve aqueles gritos: “Vânia és falsa” e ela abordou-me de uma forma que eu também não gostei – “Os teus fãs não valem nada” e depois sai-me aquela palavra de “Olha deviam era mandar-te sair”, isso foram coisas sem pensar. Eu depois disse mesmo para não enviarem aviões a criticar a Vânia nem qualquer concorrente. As pessoas cá fora estão a ver tudo, eu sempre pedi “Apoiem-me, façam o que vocês quiserem, mandem 1001 coisas mas deixem o secundário de parte. Apoiem-me mas não critiquem os outros”.

Já elogiaste a forma como a Vânia jogou. Concordaste com o jogo dela? 

Até certo ponto eu não sei as missões que ela teve. Ainda não sei. Sei que ela teve uma missão do jantar, ter de dançar comigo. A Vânia é uma pessoa que estando em missão ou não, ela é uma pessoa que mantém as mesmas expressões, consegue rir, consegue ter algo que nós pensamos. Ela quando olha pra mim e diz “Não dancei contigo?”, eu pensei “‘Tá mesmo a mentir! O que é que se passa aqui? Ela não está em missão”. Era a tal parte que eu nunca tinha assistido a uma missão dela comigo. [As missões da Voz para a Vânia:]“Vai ter que fazer com que o Hugo esteja perto de si, vai ter que fazer com que o Hugo a apoie” isto ela ganhou. Agora aquela missão que eu tinha de lhe dar um beijo na cozinha e eu, depois da saída de Inês, sabia que não podia fazer isso. Não é porque não queria, porque me queria afastar, apaziguar as coisas, a Inês saiu e o pessoal ia estar em cima de mim.

Estavas com medo depois de mostrar uma imagem má?

Daquilo que não sou eu. Depois ela tentou dar-me um beijo e eu depois fui criticado pela Voz, que eu não estava dentro das missões das outras pessoas, tenho de coordenar. Coordenar até um certo ponto, quando tu estás a fazer uma missão, se eu adivinhar a tua missão devia ser dito, porque senão não tem piada! Eu vou ser um palhaço. E eu aí vi que tinha de lhe lixar o jogo: “Queres dar-me o beijo mas eu não vou deixar”’.

3 A Entrevista - Hugo Miranda, Ex-Concorrente Da «Casa Dos Segredos 5» [Com Vídeo]

Falemos agora da tua relação com a Inês. No início falava-se em jogo, mas depois nasceu um sentimento. 

Dentro de um jogo as pessoas vão pensar em muita coisa, depois cá fora ficam impressionadas com as pessoas que nós somos. Nunca me passou pela cabeça fazer jogo com a Inês. Eu se quisesse fazer jogo, naquele caso, fazia com a Vânia. Tentava dar-lhe música e depois… Mas nunca joguei com a Inês, foi um sentimento que ao longo do tempo foi crescendo. Depois ao 3º dia estava a pedir para dormir com ela. “Gostava de conhecer esta miúda, é simpática, carinhosa, amorosa” – qualidades que gosto numa mulher, depois as coisas foram evoluindo.

Tu entraste na Casa já com esse pretexto?

Não, não, não. Eu não queria entrar a pensar em mulheres porque como tive uma relação há ano e meio e de momento queria estar só, queria entrar e jogar. Tu ao virar da esquina podes encontrar algo e pensas “E um amor, o que é que eu vou fazer agora? O que é que o meu coração aperta?”. Não tinha acontecido há um ano e meio e depois dentro daquela Casa, em 72horas aconteceu.

O facto de estarem sempre com as mesmas pessoas condiciona isso?

É benéfico. É sempre benéfico, traz sempre coisas positivas para ti. É claro, estamos 24horas sobre 24horas, para conhecer uma pessoa que cá fora só conhecemos no café ou num jantar e ali estamos a conhecer na hora de almoço, no jantar, a dormir.

Mas vocês assumem-se como namorados?

Somos namorados, estamos a ir a par e passo, temos de pisar primeiro o terreno para depois seguir. Vamos fazer as coisas com calma, não há tempo para pressa. Lá dentro a pressão é uma, cá fora é outra, cá fora somos nós que planeamos e não somos uns bonecos. Não tenho que fazer nenhuma missão aqui fora. É sermos nós próprios, dar um passo de cada vez e tentar cimentar.

Na casa vocês transpareciam ser namorados, mas não admitiam isso. Inclusive houve uma discussão com a Agnes.

É assim, as coisas têm de ser feitas com calma, não era estarmos a passar um pé por cima um do outro. Para quê estar a assumir uma relação se depois aquilo podia acabar? Tu ao assumires uma relação vais ter mais pressão. Vai acontecer ciúmes obsessivos, vai acontecer essas coisas onde eu não queria naquele momento. Eu sei que podia assumir mais cedo, podia haver uma missão de a Inês ter de se fazer ao Paulo, a Inês no jogo ter de dar um beijo a outro e isso é algo que incomoda, apesar de sabermos que é um jogo mas incomoda. E eu queria colocar essa pressão de parte, vamos disfrutar, vamo-nos conhecer, até que no momento que ela sai eu digo à Voz “Você tirou-me ela numa semana que eu estava a planear assumir o namoro” e a Voz até diz “Então porque é que não o faz?” e eu disse “ Meta-me aqui a Inês”.

Esperavas a saída dela?

Não. É a tal coisa que nós estamos lá dentro e não sabemos o que se passa cá fora. Nós víamos que em 20 aviões a Inês tinha recebido 17. Eu só lhe passei à frente nos aviões porque ela saiu.

4 A Entrevista - Hugo Miranda, Ex-Concorrente Da «Casa Dos Segredos 5» [Com Vídeo]

Para ti foi melhor teres dito a ela que estava expulsa e teres alguns minutos para se despedirem ou preferias que o papel tivesse sido entregue a Teresa Guilherme?

Foi melhor ter-me despedido dela porque eu não me tinha despedido dela. Há partes melhores, há partes piores. Eu não me tinha despedido porque a gente acredita mas no final a gente não vai acreditar, a gente não vai perder uma pessoa para a vida mas quem lá está dentro, pensamos “Um mês e está a chorar pela pessoa?” e ainda esta semana vimos o Fernando a ter um choro compulsivo, como eu já o fiz, e não vamos achar que é menos homem que outro. São as amizades que nós criamos, sabemos que são as pessoas importantes que saem, e temos de dar valor a isso. São coisas que nos marcam, são amigos.

Amigos para a vida?

Espero bem que sim. Por mim, estou disposto a isso e eles também. Apesar de vivermos longe isso não impede nada. O Fernando há-de estar aqui em Lisboa como eu posso ir ao Norte em presenças ou ir visitá-lo, temos familiares, ele vem a minha casa e eu durmo em casa dele.

 

Descartas uma amizade com a Vânia?

Não descarto. Eu gosto dela, já disse que eu gosto dela. A Inês também gosta dela, para que é que vamos estar a criar falsas especulações se isso não acontece? Se ela já assumiu que tem um rapaz cá fora vamos respeitar.

Tu foste acusado de ter comentários xenófobos.

Foi uma situação infeliz. Mais uma vez numa entrevista, esqueçam isso. Eu sou o próprio a assumir “Digam NÃO ao racismo”, foi uma saída infeliz, uma palavra e no momento a seguir já não conseguimos fazer nada. Nós estamos num programa em que pegam pequenas palavras, não é estar a criticar aquela raça. Eu vivo num bairro onde me dou com toda a gente, se eu tiver que entrar aqui na tua faculdade eu dou-me com toda a gente, as pessoas têm de me abordar, eu quero isso. Quero que as pessoas me perguntem “será que o que tens dito é mesmo verdade?”. Ainda hoje fui ao meu trabalho, tenho colegas que dizem “Hugo, tu disseste aquilo mas eu sei que tu não és, aquilo lá foi uma cena que tu disseste”. Arrependo-me e que isso fique bem claro. Quando me chamaram e eu não me lembrava o que é que eu tinha dito e, ainda hoje não sei, mas também não quero saber, quero tentar esquecer isso, vamos esquecer o que é que aconteceu. Agora é tentar amenizar as coisas calmamente. Digam NÃO ao racismo. Eu tenho família de cor, namorados de primas minhas, tenho no meu bairro pessoas de cor, estejam à vontade que eu sou uma pessoa super normal, humilde.

Temes pela tua segurança?

De certo modo óbvio que ficamos receosos porque há sempre pessoas que podem-nos abordar de uma forma mais triste mas procurem-me, encarem-me, digam-me o que é que se passa e eu esclareço. Isso fica resolvido.

Qual foi o segredo que te surpreendeu mais?

Foi o do Odin. Acho curioso, ‘Tenho um fetiche pela Teresa Guilherme’. Acho que ninguém lá vai. Estive morto é aquela cena de “como é que isto é possível?” mas nada me surpreendeu.

Dentro da casa, vocês estão vigiados 24 sobre 24 horas. Tu esqueceste-te das câmaras em algum momento?

Nos primeiros dias estás a olhar para as câmaras mas depois esqueces-te disso. As asneiras na rua saem frequentemente e ali temos de nos conter, até porque somos avisados “pessoal atenção à linguagem”. Coisas que nos saem. Há momentos que olhas e há coisas que não podes dizer mas abstrais-te completamente.

E que frutos esperas retirar da tua participação no reality show?

O mais importante é as pessoas olharem para mim como um bom concorrente, uma boa pessoa, humilde, um guerreiro. E nada de negativo me podem apontar. Negativamente ninguém me abordou, tudo positivo. Eu aceito qualquer notícia, aceitava que a Vânia me desse imunidade, aceito que ela me dê a nomeação, aceito isso. Críticas que me podem dar dentro do jogo, houve uma saída infeliz mas vamos terminar isso. Agora encarem-me, digam coisas boas que isso faz-nos bem.

Em relação ao teu  futuro profissional?

Ainda hoje estive no meu trabalho, vou voltar a não ser que haja uma proposta. A gente não sabe, a vida é feita de momentos, amanhã posso receber um telefonema para ir trabalhar para a China, vender pastéis de nata e a gente arrisca. Eu sei que vou voltar. Agora são as presenças, depois voltarei à minha rotina habitual que são os Pastéis de Belém.

Assista agora ao quarto Extra com Teresa Guilherme, uma iniciativa do site A Televisão em parceria com a TVI e Endemol:

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