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A Entrevista – Wilson Teixeira

A Televisão
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Destaque Wilson A Entrevista - Wilson Teixeira

Wilson Manuel Sousa Teixeira tem 26 anos e ficou conhecido por participar na terceira edição da Casa dos Segredos, em 2012. Um ano depois da experiência no programa da TVI, abordámos vários assuntos com o treinador de futebol:

– A experiência de participar num reality show
– A opinião da nova Casa dos Segredos
– A relação com Teresa Guilherme e com os colegas do programa
– A polémica expulsão da Casa dos Segredos 3

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– Wilson, que balanço faz da sua participação na Casa dos Segredos?

– Olá a todos e antes de mais obrigado pelo convite endereçado para a realização desta entrevista. O balanço acaba por ter de ser positivo, pois foi uma experiência fantástica e enriquecedora que me deu a conhecer e a fazer muitas amizades. Pelos amigos que fiz valeu a pena. O impacto que teve foi no sentido do reconhecimento. Hoje, as pessoas conhecem-me e sair à rua é totalmente diferente. De resto manteve-se igual: as mesmas metas e os mesmos sonhos por alcançar.

– Também foi selecionado para o Desafio Final

– Em relação ao Desafio Final, prefiro não falar muito. Apenas comentar perguntando a todos os leitores: «Como se sentiriam se aceitassem um trabalho, acordassem regras e valores e depois de esses valores e regras estarem acordados tudo mudasse assim que o trabalho se inicia?» O que quero dizer com isto é que o Desafio Final foi uma má experiência porque eu sou um homem de palavra e acredito muito na palavra das pessoas. Quando me falham com a palavra, fazem-me das piores coisas que me podem fazer na vida.

– Na altura, se não tivesse sido expulso do programa, acha que tinha alcançado a vitória?

– Sinceramente não sei… Muita tinta ainda iria correr e tudo muda de um dia para o outro. Mas sinceramente não acredito muito que pudesse vencer, pois, como se viu no Desafio Final, há uma facilidade muito grande de se conseguir manipular a fraca mentalidade portuguesa e a pequenez de racionalidade de uma grande parte da nossa população. Bastava que existisse uma qualquer outra «concorrente favorita» a fazer o papel de coitadinha e a passar necessidades que acho que tudo seria encaminhado para que a vitória acontecesse para outros lados.

– Rúben Boa Nova foi o vencedor da terceira edição. Justo ou nem por isso?

– Acredito que uma das pessoas que mais precisava de vencer, venceu. O Rúben foi um justo vencedor e, a par do Cláudio, era a pessoa que mais precisava daquele dinheiro. Portanto, considero que foi justíssimo nesse aspeto e por isso não me importei muito com o facto de não ter ganho, uma vez que a vitória recaiu com toda a justiça para alguém que também merecia muito.

– Sei que já foi há muito tempo, mas o que é que lhe passou na cabeça para agredir o concorrente Hélio?

– Naquela casa passam-nos mil e uma coisas pela cabeça e fazemos coisas que cá fora normalmente não faríamos. Fechados, isolados do mundo, sem contato com ninguém do exterior (com exceção à Voz), as coisas são vividas de uma forma diferente. Ali a psicologia inversa é algo que funciona de forma veemente e constante. Quando nos dizem: «Não faças isto!», a tentação de fugir da rotina e fazer o que não é normal torna-se grande. Caí nessa «tentação». Para além disso, não podemos esquecer duas coisas: (1) estava num programa de televisão e um programa de televisão tem de ter audiências, portanto, é «bom» para o programa «certas coisas» acontecerem; (2) sou um ser humano e tenho os meus princípios dos quais não abdico, tocaram nos meus limites.

– Tierry e Lourenço [Casa dos Segredos 4] também infringiram as regras e não foram chamados à atenção. Qual o motivo que encontra para esta situação?

– Não sou ninguém para julgar o Tierry e o Lourenço pelos seus atos, não sou juiz. Eu fui punido pelo que fiz porque eu próprio também assumi os meus atos. Não sou nem nunca serei um batoteiro, foram esses os princípios que me foram incutidos por quem me educou. Eu não me sentiria bem e sentir-me-ia um batoteiro se estivesse a jogar um jogo sabendo que tinha infringido as regras do mesmo. Se o Tierry e o Lourenço infringiram alguma regra do jogo e conseguiram deitar a cabeça deles na almofada, é lá com eles. Cada um sabe de si e Deus sabe de todos… Os atos ficam para quem os pratica!

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–  Ainda mantém contacto com os seus ex-colegas do reality show?

– Sim, quase toda a gente. Os que falo mais é o Rúben, o Cláudio, a Cátia Marisa (os meus maninhos da Casa 3). E, ao contrário do que muitos pensam, dou-me bem também com a Ana, com o Marco e com o Arnaldo, com quem cá fora travei boa relação de amizade que na casa não aconteceu. Mas dou-me bem com 90% das pessoas. Encontro muitas vezes a Daniela Pimenta na noite e gosto muito dela (também é muito boa pessoa). Em relação à Xana e à Petra, falo muito bem e frequentemente com elas. São duas pessoas que adoro, grandes mulheres que farão sempre parte da minha vida…

– E Fanny?

– Fanny? Não vale sequer a pena responder… Vou apenas dizer o seguinte: comigo só me falham uma vez. Há pessoas que prefiro fazer de conta que não conheço. Gosto de me dar bem com pessoas que queiram a minha amizade pela pureza da mesma e não por interesse. Mas fico feliz por 90% dos ex-concorrentes cá fora terem uma boa relação comigo. Claro que há sempre «ovelhas negras e ranhosas», mas isso também é para o lado onde durmo melhor.

– A quarta edição da Casa dos Segredos tem quebrado todos os mandamentos das edições anteriores: visitas e nomeações feitas por familiares, agressões sem punição da Voz, contacto com o exterior, entre outros. O que pensa sobre isto?

– O pessoal que idealizou o formato em França (onde o programa é um sucesso) é que deve opinar sobre isso e não eu. Se me pergunta se o formato está desvirtuado em relação ao original, eu respondo que sim. Se me perguntar se seria mais fácil para mim estar nesta casa, respondo que muito provavelmente seria «canja» comparado com o que vivi na Casa dos Segredos 3. Agora «vale tudo». Mais parece um Big Brother, bem ao estilo de como a autointitulada «mãe dos reality shows em Portugal» gosta.

– Que avaliação faz dos novos concorrentes? Diga-me, na sua opinião, quem são os melhores e os piores jogadores.

– Do que tenho visto, há concorrentes para todos os gostos. Os guionistas que fizeram os castings escolheram um bom conteúdo para dar um bom programa. Na minha opinião não há grandes jogadores naquilo que é o meu conceito do objetivo do jogo da Casa dos Segredos. Não há ninguém naquela casa a adivinhar segredos, os concorrentes revelam os segredos uns aos outros, ou chegam aos segredos através de gritos do exterior. Portanto, acho que não há um grande jogador nesta perspetiva. Mas mesmo assim, de entre todos, os melhores jogadores são o Luís, a Érica, o Rúben, o Tiago, a Maria Joana, a Sofia e a Bernardina. Os piores jogadores já saíram, Débora, Tierry e Aníbal.

– Quem acha que vai ganhar o prémio final?

– Quem acho que vai ganhar é a Sofia porque tem muito apoio cá fora e tem sabido fazer bem o seu papel, por isso acabará por ser também uma justa vencedora.

– Quer se queira ou quer não se queira, a Casa dos Segredos 4 gira mesmo à volta de Sofia. Gosta desta concorrente?

– A Sofia teve a sorte de cair em graça e de viver num país onde cada vez há menos homens que respeitam as mulheres e, devido a isso, ter visto a sua popularidade e a quantidade de pessoas que se identificaram com ela a crescer. A grande maioria dos telespectadores deste programa são do sexo feminino e acabaram por sentir um bocadinho as dores da Sofia devido à forma como ela foi tratada pelo pai da sua filha em alguns momentos na Casa. Não tenho nada contra a Sofia enquanto mulher ou pessoa, bem pelo contrário. Acho que a Sofia é uma boa pessoa, com valores, uma boa família e bastantes princípios. Gosto dela até porque é adepta do Sporting [risos]. Mas para ser sincero, a minha concorrente preferida é a Maria Joana, que sempre me transmitiu energias positivas desde que a vi pela primeira vez na televisão.

Img1 A Entrevista - Wilson Teixeira

1 A Entrevista - Wilson Teixeira

– O novo concurso da SIC, Factor X, chegou a derrotar a Casa dos Segredos aos domingos. Perante este cenário, acredita que a TVI vai voltar a apostar no formato?

– O fenómeno Factor X é, a meu ver, igual ao do Ídolos. Nas primeiras semanas ganharam porque o programa era novo, as pessoas tinham curiosidade de conhecer os concorrentes e de ver os «cromos» que iam lá levar «tampas» dos jurados. O português adora uma boa polémica e ver os outros fracassar. Nesta última semana começaram as galas do Factor X e a Casa dos Segredos voltou a liderar o prime time de domingo. Na minha opinião é cansativo e repetitivo ver sempre as mesmas galas com os concorrentes do Factor X a cantar. Acredito que a TVI apostará novamente no formato da Casa dos Segredos porque é um formato que deixa saudades.

– Mesmo com Big Brother’s pelo meio?

– Não pode é haver pelo meio Big Brothers Vip’s a cansarem as pessoas de verem sempre o mesmo, quando por vezes o público precisa de outros conteúdos para desenjoar. Mas eu ainda me lembro de ouvir muitas vezes naquele interregno antes da primeira Casa dos Segredos: «Tenho saudades de ver as galas de domingo da Casa da Venda do Pinheiro». Gosto de acreditar que o povo português é mesmo assim: não admite que vê, mas gosta sempre de dar um olhinho. E neste último ano já tive «n» exemplos disso mesmo que vos poderia aqui relatar.

– Como descreve Teresa Guilherme?

– Lá bem no fundo eu até gosto da Teresa. E, apesar de muita gente pensar o contrário, e de ter tido alguns «episódios» com ela devido ao meu mau feitio que não gosta de deixar nada por dizer a ninguém, eu tenho de admitir que até sou um admirador da Teresa como profissional. É uma boa profissional, empenhada e dedica-se a 100% naquilo que faz. Uma grande comunicadora e para mim o maior desafio de ir para a Casa foi ter a possibilidade de «jogar» com ela em termos de comunicação. Como todas as pessoas, é alguém que tem as suas coisas menos boas e por vezes tem algumas atitudes que me fazem ficar um pouco de pé atrás com ela.

– Que atitudes?

– Não me caiu nada bem a afirmação que ela fez sobre mim no final do Desafio Final, onde me apelidou de «ponto negro» do programa, quando tudo o que fiz foi trabalhar para dar audiências ao mesmo (como ela também fez). Isto fez-me acreditar que ela se acha mesmo a «dona» do programa e que se esquece por vezes que o programa não é só dela. Há mais gente a trabalhar no e para o programa ser um sucesso. E quando o egocentrismo, egoísmo e sede de protagonismo da Teresa não vem ao de cima nesses momentos, eu considero que ela tem tudo para ser uma pessoa que deve ser admirada por todos os telespectadores. Compreendo que a idade e os muitos anos «desta vida» nos levem por vezes a ficar cansados e a ter atitudes menos corretas, por isso não crucifixo a Teresa, e desejo sempre que toda a sua vida pessoal e profissional seja um sucesso!

– Como é que está/ficou a sua relação com a apresentadora?

– Não ficou, pura e simplesmente não existe neste momento qualquer tipo de relação. Não guardo ressentimentos de ninguém, mas só gosto de falar e de ser amigo de quem gosta de estar ao meu nível, de quem me respeita como eu o respeito, e de quem gosta de mim como sou.

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– Recentemente, foi noticiado que Teresa Guilherme desrespeitou um assistente do programa. Enquanto marcou presença nas galas, chegou a assistir a momentos como este?

– Da mesma forma que a pressão na Casa me levou a tomar uma atitude menos correta, que toda as pessoas viram, por vezes também há atitudes menos corretas nos bastidores que ultrapassam os limites do razoável e que as pessoas não conseguem ver. Faz parte. Errar é humano, mas acredito que Deus existe e ele é o grande julgador.

– Mas estes episódios são frequentes?

– Essa atitude da Teresa é normal e chegou a acontecer algumas vezes com o outro assistente que esteve lá antes do atual. Tem a ver talvez com os nervos e a pressão de apresentar um programa em direto. Digo isto porque, como sabem, também fui a outros programas da TVI e vi outras apresentadoras que logo pela manhã discutiam com assistentes de realização por eles demorarem tempo demais a irem buscar um copo de água que estava a três metros da apresentadora em questão. Pelo que conheci do meio televisão, por vezes há pessoas que são assim e sentem essa pressão no exercício do seu trabalho. Pelos vistos faz parte.

– A Endemol é uma produtora que trabalha bem?

– Muito bem. Das que trabalha melhor. Tem as suas coisas menos boas, mas gosto de 97% das pessoas da Endemol. Só tenho a agradecer a forma como sempre me trataram, a mim e à minha família e tenho muitas saudades de todos esses 97% a quem estarei eternamente agradecido por tudo o que fizeram por mim e tudo o que aturaram do meu mau feitio. Aproveito aqui publicamente para mandar um grande beijinho e abraços a todos eles.

– Então e como está a correr a sua carreira enquanto treinador?

– Como uma casa, uma carreira é algo que se constrói por baixo e não por cima. Neste momento (graças a Deus), deram-me a possibilidade de subir uma divisão em relação à época transata. Estou como treinador da equipa principal do Operário de Lisboa, entrei na equipa à 3ª Jornada do campeonato da Associação de Futebol de Lisboa. Vou agora tirar o curso de treinador de II nível e continuo a procurar crescer e aprender todos os dias mais um bocadinho.

– Como avalia o atual panorama televisivo em portugal?

– Puxando um pouco a brasa à minha sardinha, acho que há uma grande falta de programas desportivos nos canais generalistas. Tenho muitas saudades de programas como o Domingo Desportivo [RTP1] e estou farto daqueles programas com comentadores que são médicos, taxistas, peixeiros e afins e que pouco ou nada percebem de desporto. Também considero que a televisão hoje em dia é muito direcionada para o cabo. Há poucos filmes de qualidade a passarem nos quatro canais. Isso, parecendo que não, é uma grande lacuna do nosso panorama televisivo atual e é algo que deveria de ser repensado. De resto, há muita coisa positiva, como a nossa ficção nacional e os programas de informação e debates de elevada qualidade.

– Gostava de ter um projeto em televisão?

– Não me vejo a fazer algo que não esteja ligado com o futebol. Um projeto em televisão teria necessariamente de ver com futebol, a minha grande paixão.

– Que ambições tem para o futuro?

– A minha ambição passa por viver um dia de cada vez e ir atingindo os meus objetivos a curto-prazo. Tenho os meus objetivos a curto prazo e os a longo prazo. Os objetivos a longo prazo são os meus sonhos. Os meus sonhos passam por formar a minha família e ser feliz, mas o maior de todos os sonhos é o de ser treinador profissional e um dia treinar o meu clube do coração. Para chegar a estes sonhos eu vou estabelecendo objetivos a curto prazo que são nada mais do que caminhos e trilhos que tenho de seguir rumo aos sonhos.

– É possível que a TVI volte a apostar num Desafio Final em 2014. No sentido de formar um bom programa (interessante para o público), que concorrentes escolhia?

– Posso informar que já me chegou aos ouvidos essas possibilidades e acho que seria um estrondo em termos de audiências existir nesta altura um Desafio Final, dados os conflitos que têm havido cá fora entre vários ex-concorrentes das várias casas. Não gostaria de invocar aqui nomes em particular por respeito a todos os concorrentes e porque acho que ninguém é menos do que ninguém… Mas como é lógico os concorrentes mais polémicos e que são constantemente notícia pela polémica, reunidos todos naquela casa seriam uma autêntica «bomba-relógio». Deixo ao critério da Endemol as escolhas e acho que se o Desafio Final acontecer, com regras bem definidas e palavras cumpridas, o programa tem tudo para resultar e ser mais uma vez um sucesso em termos de audiência, até porque há muitos telespectadores que já têm saudades de ver ex-concorrentes de outras casas. Desde que não andem a inventar com os «Flávios desta vida» um Desafio Final, teria tudo a meu ver para correr bem.

– Última pergunta: caso surgisse a oportunidade, voltaria a entrar num reality show?

– Neste momento da minha vida tenho outras prioridades e seria muito difícil voltar a entrar num reality show, porque preciso de me focar no meu trabalho como treinador e de conquistar os meus objetivos a curto prazo, porque isso é o que mais me interessa e aquilo que preciso de fazer por e para mim… Mas nunca digo nunca ou que «daquela água não beberei»…

– É tudo por agora, Wilson. Obrigado pela entrevista!

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Mensagem de Wilson para o aTV:

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=GiNtHMEXQ6U]

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