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A Entrevista – Tatiana Maslany

A Televisão
10 min leitura

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O nome Tatiana Maslany pode eventualmente não lhe dizer nada, porém, esta atriz canadiana de 28 anos tem causado sensação internacionalmente com a sua espantosa prestação na série Orphan Black, onde interpreta várias personagens totalmente distintas, e isto só na primeira temporada.

A atriz tem recebido rasgados elogios de vários elementos da indústria televisiva americana, e tem sido nomeada para vários prémios durante estes dois últimos anos. Tatiana Maslany venceu o prémio de Melhor Atriz nos Critics Choice Awards, foi também nomeada para a mesma categoria para os Golden Globes, e a sua não nomeação aos Emmys causou espanto internacionalmente.

A segunda temporada de Orphan Black está prestes a estrear nos EUA, é exibido o primeiro episódio dia 19 de abril, e em Portugal a série regressa dia 30 de abril pelo TVSéries, canal premium totalmente dedicado aos fãs de séries, o qual permitiu a ponte entre a BBC e o site A Televisão, no sentido de proporcionar esta entrevista. Tatiana Maslany esteve no Reino Unido para promover a segunda temporada pela Europa, e o site A Televisão conversou com a simpática atriz canadiana.

Nota: A entrevista que se segue contém acontecimentos decorridos durante a primeira temporada de Orphan Black.

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– Qual foi o elemento-chave que a levou a querer fazer parte de Orphan Black? Foram as personagens, o guião, ou os desafios únicos que viriam com este projeto?

– Foi a combinação de todas essas questões. Foi definitivamente o guião que me fez ficar entusiasmada pelo projeto, pois a escrita era tão envolvente e as personagens eram tão bem desenvolvidas no papel, era um universo que ainda não tinha visto numa série de TV. E os desafios de interpretar todas essas personagens. Não sabia como isso seria feito e era algo que como atriz realmente me entusiasmou e inspirou, e fez-me ficar um pouco obcecada em conseguir este trabalho.

– Apesar de ser caracterizado como um drama, há um sentido de humor muito próprio em Orphan Black. Prefere cenas mais dramáticas ou cenas mais de comédia?

– Adoro a combinação que temos em Orphan Black. Acho que a série tem o seu próprio sentido de humor e para mim é muito divertido de interpretar. Penso que na vida os momentos mais sombrios têm humor, é simplesmente a natureza de estar vivo, e os momentos mais alegres podem ter algo mais sombrio. Julgo que há algo de divertido em brincar com o drama e comédia ao mesmo tempo, nas mesmas cenas, dentro das mesmas personagens. Esses são o tipo de séries que eu gosto de ver, tal como Breaking Bad, que contrabalança muito bem esse espírito.

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– Julgo que é justo referir que Orphan Black é na sua essência uma série sci-fi. Isso poderia ser um problema, pois estaria a restringir a audiência a um sector particular de um género televisivo. Contudo, verifica-se que existem vários fãs que não são necessariamente o tipo de pessoas que gostam desse género de séries. Na sua opinião, por que é que isto acontece em Orphan Black?

-Não sei necessariamente o que é que esta série tem que consegue atrair uma maior audiência. Como refere, Orphan Black é uma série sci-fi, logo poderia ser algo mais específico, um pequeno nicho desse universo, mas penso que as personagens são envolventes por si só. Felix (Jordan Gavaris) não é nem por sombras a típica personagem de sci-fi, ele é só extremamente envolvente e os telespectadores querem vê-lo, pela sua comédia e caracterização. E acho que a escrita não se limita só à ideia de clonagem, dá a cada personagem uma voz específica, logo pode-se relacionar com elas como pessoas. Esse é o tipo de sci-fi que eu gosto de ver e por isso que eu gosto de participar em Orphan Black, pois é-nos permitido criar personagens, e não só um artifício

– Parece que ao longo dos anos a indústria televisiva não leva muito a sério projetos de sci-fi. Poderão séries como Orphan Black mudar essa opinião?

– Julgo que há várias séries que podem mudar essa opinião. O que o género sci-fi consegue fazer de forma tão brilhante é reflectir o nosso universo através de uma perspectiva diferente. E abordar o futuro para onde nos dirigimos ou o presente onde estamos atualmente e lançar uma nova luz de uma forma divertida e fantástica. Não são as questões mundanas diárias que experienciamos todos os dias, e mesmo assim pode representar onde estamos como sociedade. Portanto, acho que o género sci-fi não recebe o crédito suficiente pelo tipo de comentário social que muitas vezes é baseado.

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– Durante a primeira temporada todas as personagens sofreram um grande desenvolvimento pessoal e parecem bastante diferentes do início da série. Podemos esperar algo semelhante na segunda temporada?    

– Sim, os guionistas são bastante corajosos na maneira como escrevem. Eles não se limitam ao que nós já conhecemos, o que é seguro ou ao que resultou anteriormente. Eles constantemente colocam algo inesperado, continuam a desafiar, desenvolver e mudar as personagens. Cada vez que leio um guião não sei para onde se vai dirigir, não faço ideia de onde a série vai de seguida e isso torna-a bastante entusiasmante para mim como atriz.

– Atualmente têm uma imensa quantidade de fãs à espera da nova temporada. Isso coloca alguma pressão?

– Eu senti um bocadinho essa pressão quando voltamos a gravar a segunda temporada, pois de repente as pessoas estavam a prestar atenção à série. Na primeira temporada não sabíamos se quer se iria resultar ou se alguém iria ver, então podíamos tranquilamente fazer o que era necessário para realizar a série, agora as pessoas estão a vê-la, têm expectativas, elas gostam das personagens, portanto, temos realmente que lhes fazer justiça. Em última análise tínhamos que voltar e continuar a contar esta história e esquecer que as pessoas vão ver ou julgar e continuar o trabalho.

– A Tatiana parece totalmente dedicada a cada personagem. Alguma vez se sentiu em conflito quando por exemplo um clone inflige dor noutro clone?  

– É difícil. No final da primeira temporada alguém me perguntou se eu estava feliz pela morte da Helena, e pela Sarah ter matado a Helena. E foi difícil responder a essa pergunta porque obviamente a Sarah queria a Helena morta, pois ela tinha feito tanto mal à sua família, roubar a Kira e todas essas coisas, mas do ponto de vista da Helena, ela queria viver, ela gostava da Sarah e não pretendia fazer as coisas que acabou por fazer. Portanto, sim é algo contraditório, por vezes algo confuso.

– A propósito, vários fãs continuam em negação em relação ao destino da Helena. Acreditam que ainda está viva. A Helena está mesmo morta?

– Os guionistas não facilitam as coisas, eles levam as personagens que nós mais gostamos. Personagens vão morrer é a natureza da série, pois estes clones são pessoas reais, eles não são super-heróis. Qualquer um dos clones pode ter esse destino, e eu ainda assim não perderei o meu trabalho.

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– A segunda temporada contará com várias novas participações especiais. Houve alguma em particular que estivesse mais entusiasmada para trabalhar?

– Estava bastante entusiasmada com todos. Michael Huisman é um ótimo ator, foi bastante divertido trabalhar com ele. Patrick J. Adams foi espectacular, Michelle Forbes foi incrível. Fomos verdadeiramente abençoados em ter estes atores no elenco. Não houve ninguém em particular, estava simplesmente honrada por estas pessoas quererem participar na nossa série.

– Cada personagem tem um sotaque e uma postura corporal diferente. Qual dos clones é mais difícil manter fisicamente durante um dia longo de filmagens e qual foi o sotaque mais difícil?

– Penso que o sotaque londrino foi o mais difícil e ainda continua a ser. É bastante específico a uma região, algo especifico a uma área de Londres, esse foi o mais difícil, o sotaque da Sarah. No que diz respeito à postura física, tenho interpretado bastante a Rachel, o clone que conhecemos no final da primeira temporada. Ela é bastante difícil de manter ao longo do dia pois a sua postura é impecável e está constantemente nos mais dolorosos saltos altos, logo, provavelmente ela é a mais difícil.

Agradecimentos:

Sílvia Bernardo, Marketing e Comunicação Canais TVCine & Séries.

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