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A Entrevista – Mickael Carreira

A Televisão
18 min leitura

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Mickael Carreira começou a ser conhecido do grande público devido à sua participação nos concertos do pai, Tony Carreira. Lança o primeiro CD a 14 de julho de 2006 e logo aí o sucesso foi tremendo. Já editou quatro álbuns, contando com vários discos de platina. Em entrevista ao A Televisão, fala sobre o amor pela música, as perspetivas para o futuro e sobre a mensagem das suas músicas.

1 A Entrevista - Mickael Carreira

O The Voice está a corresponder às expectativas?

Por acaso, está. Está a superar! Não estava à espera deste feedback por parte do público. É sempre bom quando sentimos que do outro lado as pessoas estão a gostar do nosso trabalho. E eu estou a adorar trabalhar com os meus colegas. O mais importante, porque aquilo que mais importa neste programa não somos nós (mas sim os concorrentes), é que estamos a encontrar grandes vozes, o que é bom também. E estou a adorar a experiência. É uma experiência completamente nova para mim, mas estou a gostar muito.

O programa tem capacidades para chegar ao primeiro lugar das audiências?

Eu gostava, mas quem decide é o público. Portanto, realmente acho que há condições para isso. Não é por estar lá, mas acho que é um programa que está a ser muito bem realizado – tanto a nível de produção como a nível de vozes. Há condições para isso. Mas evidentemente que quem escolhe é o público… Eu espero que sim, mas não sei dizer se vamos chegar ao primeiro lugar.

Tens ficado surpreendido com os concorrentes?

Pelo menos naquilo que eu tenho sentido por parte do público, as pessoas acham que há grandes vozes. E sim, acho que vai revelar grandes vozes, isso tenho a certeza absoluta. E a prova é de que somos poucos em Portugal, somos poucos mas bons. E vai ser um programa ainda com muitas surpresas. Acho que o pessoal vai gostar do programa.

Como descreves a tua relação com os outros mentores?

Olha, muito boa. Eu não os conhecia e está a ser um prazer trabalhar com eles. Eles têm-me ajudado muito também, na minha tarefa enquanto mentor. Apoiamo-nos muito uns nos outros e eu acho que isso é bom. Ainda no outro dia estava a falar disso com o Anselmo: quando nos estamos a sentir mais cansados, ou porque são muitas horas a gravar, apoiamo-nos muito uns nos outros. Tem sido bom trabalhar com eles. E sinto que ganhei ali alguns amigos.

O Anselmo disse-me: «Eu e o Mickael somos os palhaços do programa». Confirmas esta «acusação»?

[risos] É assim… Eu também já disse isto algumas vezes. Sim, quando nós dizemos «palhaços» é porque estamos ali a atrofiar um bocadinho com a Marisa, e estamos sempre na brincadeira. Se for por isso, nós somos os «palhaços» do programa, porque realmente estamos ali a divertir-nos. A Marisa é que põe ordem naquilo, ela está assim sempre mais séria. E eu e o Anselmo, para nos descontrairmos um bocadinho, estamos sempre num registo assim mais de palhaçada. Mas as pessoas têm-me dito que estão a gostar de ver a relação que nós temos no programa. E eu acho que isso é bom, porque aquilo que passa é aquilo que é. Somos amigos, estamos a gostar daquilo que fazemos e estamos a passar bons momentos. E quando assim é, as pessoas conseguem sentir isso em casa.

Achas que os momentos de disputa entre vocês, mentores, dão mais vida ao programa?

Não sei se são esses momentos. Eu acho que é um todo. Somos quatro e completamo-nos muito uns aos outros. Portanto, ainda bem que as pessoas gostam dessas picardias e palhaçadas entre mim e o Anselmo, mas tenho a certeza que com a Marisa e com o Rui o programa fica muito mais divertido, porque realmente somos uma equipa, e estamos a gostar muito.

Tens bom ou mau perder?

Eu tenho mau perder, isso é um facto. Eu acho que ninguém gosta de perder. Quando eu gosto mesmo muito de concorrente, eu digo tudo. Eu digo realmente aquilo que eu estou a sentir no momento, para tentar convencê-los a entrar na minha equipa. E, evidentemente, quando eles escolhem outro mentor, fico sempre triste. Nunca é muito bom sentir que estamos a perder um bom concorrente. Nesse aspecto posso dizer que tenho mau perder.

Já ficaste muito arrependido por não ter carregado no botão?

Já, já fiquei. Mas chega uma altura em que por uma questão de estratégia também temos que escolher muito bem os nossos concorrentes. Só podemos ficar com 16 em cada equipa, portanto, não dá para ficar com toda a gente. E tenho a consciência de que passaram grandes vozes ao lado, mas por uma questão de número de concorrentes (e estratégia) não dá para ficar com toda a gente. E fico triste também por causa disso, porque sei que muitos deles vão ali e apostam tudo, e fico sempre triste quando eles não entram nas nossas equipas e quando sinto que estamos a perder grandes cantores.

O que é que podemos esperar de ti nas galas em direto?

Aquilo que podem esperar de mim é aquilo que já viram até agora. Eu não estou ali a fingir nada, estou a ser eu próprio. Há pessoas que podem gostar, outras não… Até agora, como disse, o feedback tem sido muito positivo, mas não estou ali a fingir nada. Sou eu e quem me conhece sabe disso. Eu acho que o público conseguiu ver outra faceta que nunca viram até agora, porque basicamente quando estamos em promoção, a promover um disco, ou estamos a dar uma entrevista de cinco/dez minutos, não dá para entender muito bem a nossa personalidade. E basicamente aquele sou eu.

Que mensagem pretendes passar aos concorrentes?

Eu acho que é muito importante, e já disse isso algumas vezes aos concorrentes: apesar de eles cantarem bem, é importante o artista pensar com a sua cabeça e ter ideias formadas. O grande desafio para eles, quando saírem do programa, é perceberem qual é o estilo que querem cantar, com quem é que querem trabalhar, e saberem rodear-se da melhor maneira. Isso é importante para qualquer artista. Foi o que eu aprendi ao longo destes anos. É preciso chegar a uma certa altura e saber aquilo que nós queremos para nós, tanto a nível de estilo, a nível de postura, a nível das pessoas que nos vão rodear. É importante termos ideias formadas. E quando assim é, as coisas podem resultar. Não tenho nenhuma fórmula mágica, mas as coisas podem resultar quando reunimos todas essas condições.

Por falares em «fórmula mágica»… O facto de seres filho do Tony Carreira ajudou?

Eu sempre tive que lutar bastante. Eu acho que cada artista tem o seu percurso e todos nós temos percursos diferentes. Eu por ser filho de quem sou, já o disse várias vezes, que no início me abriu as portas todas (ou quase todas), porque se eu estivesse a dizer o contrário, estava a mentir. E tive, sim, que ultrapassar o preconceito e impor-me enquanto artista, e isso custou alguns anos. Mas acho que consegui impor o meu próprio estilo, o meu caminho, mas demorou algum tempo.

3 A Entrevista - Mickael Carreira

Em 2006 lançaste o teu primeiro álbum. Sentes que houve uma grande evolução desde aí?

Sim, sim. O giro numa carreira é não parar no tempo, é propor sempre algo de diferente – tanto nos discos, como nas tournées, nas estradas ou nos concertos. É realmente sentir que houve uma evolução, que é aquilo que eu fiz ao longo destes anos. Felizmente tive a sorte de trabalhar com grandes compositores, autores e produtores, que me ajudaram nesse sentido. Mas eu acho que faz parte da carreira de qualquer artista, ou de quem ambiciona realmente ficar durante muito tempo e fazer disto a sua vida, é evoluir e trazer coisas novas – de disco para disco e de tournée para tournée. Portanto, sim, acho que realmente há uma grande evolução desde 2006 até agora.

Há muito de ti nas letras das canções?

Sim… Quem conhece o meu trabalho, sabe que essencialmente eu canto sobre amor, e a maioria dos cantores é aquilo que fazem. Eu falo por mim. É aquilo que me inspira muito, e gosto de cantar sobre amor. Sempre foi assim e acho que há-de ser sempre assim, porque é aquilo que realmente me inspira. Confesso que escrevo cada vez mais. No início não escrevia tanto. Acho que tens que ganhar uma certa bagagem, uma certa experiência… E posso escrever tanto sobre a minha vida, sobre coisas que estão a acontecer à minha volta, sobre a história de alguns amigos, ou sobre pessoas mais próximas. Portanto, não é uma obrigação escrever sobre a minha vida. É sempre mais fácil, evidentemente, mas também consigo inspirar-me na vida de outras pessoas.

Já não vives com os teus pais há algum tempo. Gostas de ter essa independência?

Sim, sim. Já nem me lembro há quanto tempo… Mas sim, há coisas que se perdem pelo caminho (lá está) – de ter a comidinha feita e essas coisas –, mas é uma certa independência que se ganha. E gosto, sim. Já saí de casa dos meus pais há alguns anos, e confesso que gosto de viver sozinho, de ter o meu espaço.

Nos últimos tempos tens estado completamente imparável. Consegues arranjar tempo para a família?

Quando nós escolhemos esta profissão e queremos fazer disso a nossa vida, temos que abdicar de algumas coisas com o passar dos anos. E esta é uma delas, de momentos com a família, para estar com os amigos… Mas não podemos pensar muito sobre isto, nem olhar muito para trás. Há coisas que se perdem pelo caminho… Sinto falta de algum tempo, sim, para estar com as pessoas que eu mais amo, mas por outro lado também faço aquilo que eu mais amo. Portanto, acho que não perco muito. No fundo não vejo isso como uma profissão, é aquilo que eu mais amo fazer. O tempo passa muito rápido, a fazer aquilo que nós gostamos.

Depois de assinares contrato com a Warner Music Latin, trabalhas agora com alguns dos maiores produtores do mundo. O que me dizes desta aventura?

É sem dúvida alguma um dos maiores desafios que eu tive ao longo da minha carreira (da minha curta carreira), de poder trabalhar naquele mercado e com aquelas pessoas. Sim, tem dado muito trabalho. Estamos já na reta final do disco, na fase onde vamos gravar os videoclipes, fazer as sessões fotográficas… E está apontado para este verão, na América Latina. Foi uma oportunidade enorme que apareceu, através do presidente da Warner Latin, e a partir daí ele pôs-me em contacto com alguns dos maiores produtores (que trabalharam com o Ricky Martin, com o Enrique Iglesias, com a Jennifer Lopez…). Tem sido um grande desafio, uma grande experiência e confesso que estou ansioso também por poder levar as cores de Portugal além-fronteiras.

Portanto, este ano está a ser muito positivo.

Sem dúvida. Os próximos objetivos é o disco português, que já estamos a preparar, e é o disco em espanhol, que vai sair este ano ainda, e que vai ter algumas participações de cantores latinos (que ainda não posso dizer porque é surpresa). Mas sim, este ano está a ser um ano de grandes surpresas e ainda vêm muitas coisas. Vai ser um ano muito positivo para mim, e muito cansativo também. Mas estou a divertir-me muito.

Os teus fãs são pessoas muito importantes na tua vida?

Olha, isto pode parecer cliché, mas sim, os fãs são pessoas muito importantes na minha vida. São aquelas pessoas que permitem fazer o que eu mais gosto. Sem elas nada seria possível, por mais que haja vontade, por mais que haja paixão e talento. É aquilo que eu digo várias vezes: cantores há muitos, e é preciso ter aquela pontinha de sorte, e para mim isso são os fãs. Portanto, são pessoas muito importantes. E tento manter sempre este contacto próximo com eles para um feedback real do meu trabalho. E acho que é merecido também, porque são pessoas que me acompanham diariamente, e são muito importantes na minha vida, sem dúvida alguma.

Qual é o lado mais negro da fama?

O mau nisto tudo realmente é aquilo que sai por vezes na imprensa. Mas, sei lá, eu com o passar do tempo aprendi a não dar muita importância, ou dar importância àquilo que realmente tem importância (os meus fãs, o meu trabalho, a minha família, os meus amigos). E depois, o que dizem, tenho a consciência tranquila e aprendi a não dar muita importância.

Ficas incomodado com as críticas?

Evidentemente nunca é muito bom ouvir essas coisas, mas ninguém é obrigado a gostar de mim. Eu tenho a consciência tranquila. Faço um bom trabalho, de grande qualidade, e faço aquilo que eu mais amo. Portanto, não posso obrigar ninguém a gostar de mim.

Quem é o Mickael fora dos palcos e da televisão?

É um rapaz… normal. Tenho 28 anos, e quando tenho tempo livre para mim, gosto de estar com a família, com os amigos. E gosto de fazer coisas normais: ir à praia, aproveitar para ir ao cinema, fazer um bom jantar lá em casa com malta amiga. É uma vida de uma pessoa normal. Esta profissão não é muito normal, e acho que é importante não nos iludirmos – tentando as coisas e não esquecer as nossas raízes. Quando tenho tempo para mim, gosto de estar com as pessoas que me são próximas.

Consideras-te um homem feliz? Estás feliz em todos os campos da tua vida?

Sim, considero-me um homem feliz. Isso sim, primeiro porque faço aquilo que eu mais gosto e depois porque tenho pessoas que me ajudam muito na minha vida diária. Sou uma pessoa ambiciosa, quero cada vez mais, mas considero-me feliz, sim.

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