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A Entrevista «MasterChef» – Daniel e Margarida

A Televisão
10 min leitura

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Na décima primeira semana do MasterChef Portugal, Daniel Cardoso e Margarida Conduto foram os elos mais fracos da competição. Em episódio de dupla expulsão, os concorrentes foram convidados a sair do programa.

1 A Entrevista «Masterchef» - Daniel E Margarida

A Televisão – Daniel, Margarida… parabéns pela vossa participação no MasterChef. Ambos chegaram longe na competição e isso já é muito positivo. Contem-me, como surgiu a ideia de participar no programa?

Daniel Cardoso – Surgiu através de uma brincadeira. Um dia estava em casa com a minha mulher, estava a passar o anúncio e decidi inscrever-me. Sempre achei que tinha algum perfil para este tipo de programa. A minha mulher deu-me alguma força e, portanto, entrámos por aí.

Margarida Conduto – Eu já seguia o programa, as outras edições estrangeiras. E depois, quando percebi que ia haver a versão portuguesa, resolvi inscrever-me, claro, por brincadeira. Até estive quase a desistir a meio do questionário, porque realmente era muito comprido, mas pronto, fui até ao fim e inscrevi-me, sem nenhuma expectativa. Foi assim mesmo por brincadeira.

Daniel, o que é que sentiu quando se viu no Terreiro do Paço no meio de 500 outros possíveis concorrentes?

D – Senti que não tinha qualquer hipótese de entrar para o programa. Quando vimos tanta gente, com tantas ideias e com pratos tão bons, olhamos sempre para o nosso prato e achamos que nunca é suficiente. Aliás, eu fiquei um pouco para o fim. O Chef Rui Paula inicialmente disse-me que não me ia dar nenhuma oportunidade, e depois alterou a sua opinião e acabei por entrar.

Também achou que não tinha hipóteses, Margarida?

M – Foi tudo muito inesperado e muito rápido, porque inscrevi-me e quase que acabei por esquecer o assunto. Olhe, foi inesperado, é o que lhe posso dizer, mas agradável, claro. Mas sempre sem grandes expectativas, porque realmente era tanta gente, não é? A probabilidade era 1 em 500.

Na vossa opinião, quais são os pontos mais fortes e mais fracos da adaptação nacional?

D – Pontos fortes: a produção, os concorrentes que foram selecionados (demo-nos todos muito bem), os excelentes produtos que tivemos ao nosso dispor, as Masterclasses que tivemos, os chefes que nos ajudaram imenso a evoluir. E pontos negativos, para mim, pessoalmente, foi só o facto de se calhar 80% do programa foi à base da cozinha tradicional portuguesa.

M – Eu acho, e pelas opiniões que tenho ouvido de pessoas mais experientes – quer da parte da produção, e tudo isso – que é realmente uma grande produção, e que tudo acabou por correr bem. Agora, claro que há sempre possibilidades de melhorar, e as pessoas do meio saberão opinar sobre isso muito melhor do que eu.

Conseguiram lidar bem com o mundo da televisão?

D – Lidei muito bem com o mundo da televisão, acho que me adaptei muito bem às câmaras e a toda esta dinâmica (muitas horas de gravação, etc…). Para o futuro, aquilo que eu pretendo é talvez até continuar no mundo da televisão. Acho que faz falta alguma coisa idêntica, como temos noutros países, como por exemplo um Gordon Ramsay. Mas não estou aqui a falar a títulos de chefes, estou a falar a nível de programas de televisão. A mostrarem o que é que é bom na cozinha, o que é que é saudável, o que é que deves fazer facilmente… E acho que o povo português necessita desse impulso, e necessita também de alguém na televisão que apresente os excelentes locais que temos para refeições.

M – É um mundo totalmente novo, mas eu desliguei-me das câmaras… Por acaso não tinha essa noção, pensei que ia ser uma coisa que não era muito apetecível para mim. Detesto câmaras, detesto tirar fotografias, detesto essas coisas todas. Mas desliguei-me completamente. Eu começava a cozinhar e nem percebia que estava a ser filmada, consegui lidar bem. Consegui lidar muito bem com a situação, porque não me deixava apreensiva, nem tinha a preocupação de «Ai, estou a ser filmada», não.

2 A Entrevista «Masterchef» - Daniel E Margarida

Manuel Luís Goucha, Miguel Vieira ou Rui Paula: qual deles mete mais medo?

M – Ai, os três por igual… A minha preocupação era sempre não fazer má figura, entre aspas, posso dizer assim. Apresentar algo que não fosse passível de críticas negativas, que tivesse ao agrado deles. E era igual, os três por igual. São pessoas diferentes, claro, mas as opiniões são igualmente consideradas da melhor forma. Não fazia qualquer distinção.

D – Não temia ninguém, eu nunca cheguei a temer o júri. Para mim, foi sempre uma grande responsabilidade apresentar os meus pratos e, portanto, a partir daí não se pode falar em temer, mas sim em receio de apresentar alguma coisa que não estivesse bem. Mas talvez o Chef Rui Paula, por ter uma cozinha que eu não me identifico tanto, porque é a cozinha tradicional portuguesa, e esse era o meu fraco.

Houve algum comentário marcante?

M – A mim pessoalmente? Não… quer dizer, só depois da opinião deles é que eu ficava descansada com aquilo que tinha apresentado. Mas tinha a perfeita noção de quando as coisas estavam menos bem. Não tinha a certeza se estavam muito bem, do agrado deles… A minha prática é uma prática doméstica, e eles são profissionais. Em relação àquilo que correu menos bem, também houve alguns debates [risos], mas sabia antecipadamente que as coisas não estavam bem…

D – É assim, a prova do croquembouche foi das provas mais difíceis que eu tive no programa. Fui bastante criticado pelo facto de ter desistido. Eu não desisti, nem considero que tenha desistido, mas o júri achou que eu tinha desistido da prova. E aí surgiram alguns comentários menos positivos à minha pessoa. Foi muito difícil de gerir, mas tornou-me mais forte para as outras provas. E acho que evoluí com isso.

Como é que foi a saída do programa? Ficaram muito tristes?

D – Nós ficamos sempre um bocadinho tristes e nostálgicos, mas sinceramente achei que era a minha altura de sair. Achei que foi uma saída justa e, principalmente, achei que fiz o melhor que pude. Não saí numa prova em que fiz um prato mau, saí numa prova em que as outras pessoas que ficaram fizeram pratos melhores.

M – Acabou por ser… [pausa] também foi quase no fim… E quanto mais perto estava do fim, maior era a expectativa. Embora não tivesse grandes expectativas no início, à medida que o tempo vai passando, nós vamos desejando sempre ficar mais, não é? Pois, teve que ser. Ao fim, foram quase dois meses de estar com o mesmo grupo, uma vivência totalmente nova. Vivi emoções fortes… Foi uma saída inesperada, mas aceitei bem.

Daniel, relativamente ao futuro… tem alguma expectativa?

D – Expectativas tenho sempre. Eu gostava de seguir pela área da televisão. Por exemplo, o canal 24 Kitchen é um canal que está muito na moda, e o qual eu me identifico, e podia ser uma mais-valia – até pela imagem e comunicação que eu tenho. Tenho o meu projeto, que é o Le Moustache, que está disponível através do Facebook. É um projeto em que nós proporcionamos um jantar em casa a amigos ou familiares, onde eles não têm que fazer rigorosamente nada. Estão em casa juntos, a disfrutar de comida (boa comida). E depois, obviamente quero investir um bocado na minha educação a nível da culinária, através de estágios, etc. E espero que isso me abra portas.

E quanto a si, Margarida, o que acha que este programa lhe possa trazer?

M – Eu estou agora numa fase da vida em que não estou a exercer nenhuma profissão, e isto [culinária] é uma área que eu gosto muito, é uma área gratificante, porque nós damos prazer ao outro, e é uma coisa que eu gosto. E eu espero agora fazer alguma coisa nessa área. Estou ainda a amadurecer as ideias, isto ainda é tudo muito recente, mas estou já a trabalhar e a pensar nesse sentido.

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