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A Entrevista – Marcantónio del Carlo

Diana Casanova
5 min leitura

Marcantónio del Carlo é um dos vilões de Espelho d’Água, depois de vários anos a ser exclusivo TVI a trabalhar essencialmente com a estação de Queluz de Baixo. Agora regressa à ficção da SIC, já que se estreou em Adão e Eva (1995) e integrou produções de Carnaxide nos primeiros anos da sua carreira, como Amo-te Teresa e Capitão Roby. Aos 51 anos, o ator conta com diversas participações em novelas, séries e telefilmes, mas a sua história de vida é bastante diferente da generalidade dos atores. Nasceu na Rodésia e foi viver para Itália, sendo que apenas anos mais tarde veio para Portugal, mas diz sentir-se «cada vez mais um português de gema». São estes alguns dos temas que abordamos nesta conversa, assim como a forma «natural» com que olha para esta mudança de canal. 

Leia, em seguida, A Entrevista a Marcantónio del Carlo.


Está atualmente em Espelho d’ Água. Como caraterizaria a sua personagem?

É um homem sem escrúpulos mas que tem vontade de amar.

O que podemos esperar do Fernando Montez? Que segredos esconde?

Tantos… Têm que continuar a ver a novela.

Como se preparou para este papel? Assalto, fuga de casamento… a sua personagem tem um passado repleto de «peripécias». 

Procurei encontrar um olhar duro e concentrei-me na fisicalidade do personagem. [Além disso] Estar muito atento à escrita. Preparar cada cena pensando no que está para trás.  É um personagem que exige muito tanto fisicamente como emocionalmente.

Como tem sido trabalhar com este elenco?

Um prazer!

Participou também em A Impostora. Como vê a evolução da sua personagem na trama? É um personagem envolvido num grande mistério.

Foi o que mais me agradou.

O que ainda podemos esperar da novela e do Bernardo?

Cenas muito intensas.

A novela foi dividida em duas temporadas. Como avalia esta estratégia da ficção nacional? Acha que é proveitoso para as novelas ou que as faz «engonhar» demasiado, como alguns espectadores salientam?

Não me cabe a mim comentar essas matérias. Penso que o paradigma da televisão e nomeadamente da ficção está sempre a mudar e isso é o que importa analisar.

E na rua, falam mais consigo pela sua personagem em A Impostora ou em Espelho d’ Água? O que lhe dizem?

Há muitos anos que sou abordado na rua e nunca me escapo. É gratificante ver o nosso trabalho reconhecido.

O Marcantónio esteve durante 13/14 anos mais ligado à TVI, mas desde os últimos 2/3 anos tem acumulado projetos na SIC e RTP. Porquê a mudança?

Foi acontecendo. Nada de extraordinário. Nunca acreditei que ‘algo é para sempre” como se diz no Brasil. Como tal, depois de 10 anos de exclusividade com a TVI abracei outros projetos com naturalidade. Quem sabe talvez ainda volte à TVI… Mas para já sinto uma grande confiança que depositaram em mim por parte da SP Televisão e da SIC e isso é muito agradável.

Voltando um pouco atrás na sua vida. Algumas pessoas não saberão, mas o Marcantónio nasceu na Rodésia, foi para Itália e só aos 15 anos veio para Portugal. Conte-nos, um pouco mais, sobre a sua história e como surgiu a Representação na sua vida?

Não havia entrevista que chegasse para contar esta história… posso só dizer que cada vez mais me sinto um português de gema. [A representação] Começou no Conservatório em 1989. Depois tive a sorte e privilégio de trabalhar com grandes mestres como Luis Miguel Cintra, João Mota, Jorge Silva Melo, Ricardo  Pais, Carlos Avilez, Giorgio B. Corsetti, entre tantos outros. Com eles, aprendi tanto no palco que me ajudou muito no cinema e na televisão.

Hoje em dia, a ficção portuguesa tem vindo a apostar no recrutamento de atores estrangeiros. Como encara esta aposta da ficção nacional?

Com normalidade. Faz parte da evolução do mercado.

Agora vai continuar dedicado a Espelho d’Água. Tem novos projetos dentro ou fora do pequeno ecrã? Para quando o regresso ao teatro?

Tenho duas peças de teatro que vou fazer este ano e para o próximo.

Redatora e cronista