Treze meses depois de ter abraçado o projeto Bem-vindos a Beirais, LuĂsa Ortigoso, a Olga Fontes da sĂ©rie da RTP1, nĂŁo podia estar mais contente. «Somos uma equipa unida, que trabalha com prazer e que espera continuar a ir ao encontro do pĂşblico com esta camisola vestida. Bem-vindos a Beirais Ă© um presente que tratamos com muito carinho», disse a atriz ao A TelevisĂŁo.
– No ar desde maio de 2013, que balanço faz de Bem-vindos a Beirais?
– Um balanço muito positivo. Somos uma equipa unida, que trabalha com prazer e que espera continuar a ir ao encontro do pĂşblico com esta camisola vestida. Bem-vindos a Beirais Ă© um presente que tratamos com muito carinho.
– Em que se inspirou para criar a Olga Fontes?
– A Olga acabou por resultar de várias Olgas que fui conhecendo e observando ao longo da vida.
– Digamos que a Olga Ă© algo autoritária e falta-lhe um espaço de ternura e de amor. Completamente diferente da LuĂsa, certo?
– Ela tem muito espaço para a ternura e o amor… O problema Ă© esse espaço estar vazio há muito tempo… Neste aspeto somos muito diferentes, sim.
– A sĂ©rie já vai na terceira temporada. Pretende continuar a integrar o elenco de Bem-vindos a Beirais durante mais tempo?
– Todo o elenco, toda a equipa de Bem-vindos a Beirais está neste projeto de alma e coração. Somos «beiralenses» e, enquanto houver Beirais, claro que gostaria de continuar! A Olga nĂŁo Ă© mulher para sair da sua terra.
– De todas as novelas e sĂ©ries que já fez, de qual Ă© que guarda melhores recordações?
– Bem-vindos a Beirais ainda decorre, mas juntaram-se uma sĂ©rie de fatores (sobretudo humanos) que vĂŁo tornar esta sĂ©rie inesquecĂvel para todos quantos a fazem, todos os dias.
– Creio que a Rosa de Anjo Selvagem [TVI] tambĂ©m teve um grande impacto no pĂşblico. Foi uma personagem marcante?
– Foi, claro! Ainda hoje as pessoas se lembram da Rosa.
– Gosta mais de dar vida a personagens em televisĂŁo ou em teatro?
– Gosto das personagens, quer sejam feitas para teatro, televisĂŁo, cinema ou rádio. O processo Ă© que diverge. Apaixono-me pelas personagens, independentemente do meio.
– Vida de ator nĂŁo Ă© propriamente fácil e nem sempre há convites. NĂŁo teme ficar sem trabalho?
– Nunca pensei na questĂŁo por esse ângulo. Quando nĂŁo há trabalho, fico demasiado ocupada a pensar no que fazer e como fazer para nĂŁo parar.
– Tem tido oportunidade de trabalhar com muitos jovens atores. Que futuro antevĂŞ para esta nova geração em termos profissionais?
– Espero, sinceramente, que o futuro seja bem melhor do que o presente para todos os trabalhadores do espectáculo. Os mais jovens estĂŁo a chegar a uma profissĂŁo para a qual nĂŁo existe estatuto, carteira profissional, direitos devidos a qualquer trabalhador. Enquanto esta situação se mantiver, Ă© bom que, quem decide que quer ator, perceba se tem estrutura mental para «aguentar» uma vida incerta e, muitas vezes, difĂcil.
– Os mais novos sĂŁo simpáticos consigo? Já se tem deparado com «narizes empinados»?
– Tenho uma excelente relação com os colegas mais novos. TambĂ©m aprendo com eles. Os «narizes empinados», mais tarde ou mais cedo, hĂŁo-de perceber que nĂŁo Ă© essa postura que faz um ator e, muito menos, um bom ator. Se nĂŁo perceberem… estĂŁo na profissĂŁo errada.
– Acha que no inĂcio de carreira Ă© importante investir na formação?
– Creio que a formação Ă© fundamental antes e durante toda a vida profissional. Um ator que pensa que já nĂŁo tem nada para aprender, devia parar.
– EntĂŁo e como Ă© que a LuĂsa lida com a fama? Por exemplo, sair Ă rua e ser constantemente abordada… nĂŁo lhe incomoda?
– Costumo dizer que nĂŁo sou famosa, sou sĂł conhecida. Famosos, sĂŁo a Rosa Mota, o Saramago, os que sĂŁo conhecidos em quase todo o mundo, por quase toda a gente. A televisĂŁo entra na casa das pessoas, Ă© natural que tenham tendĂŞncia a abordar os que lhes fazem companhia todos os dias. Isso nunca me impediu de fazer a minha vida. Um sorriso nĂŁo custa nada e deixa as pessoas felizes. E acaba por ser, tambĂ©m, o correspondente ao aplauso no teatro, Ă© gratificante.
– Na sua opiniĂŁo, a ficção portuguesa está no bom caminho?
– Posso dizer que temos equipas muito boas a trabalhar, com gente muito capaz de fazer bem.
– Quais sĂŁo os seus sonhos para 2014?
– Alguns vou guardar para mim. Partilho dois: a continuação de Bem-vindos a Beirais, claro; e a regulamentação da atividade profissional artĂstica, a recuperação dos direitos que perdemos, a carteira profissional de volta.