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A Entrevista – Luís Filipe Borges

A Televisão
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A propósito da estreia da oitava temporada do 5 Para a Meia-Noite, o A Televisão lançou um desafio a um dos apresentadores: ele senta-se no sofá, nós fazemos as questões. Sem medos, Luís Filipe Borges aceitou a proposta e fez um balanço do talk-show de sucesso da RTP, que está no ar desde 2009. «Somos muitíssimo gravados nas boxes, mas, por motivos obscuros, embora exista tecnologia para contabilizar esses dados, continuam sem ser revelados». Isto e muito mais na entrevista que lhe apresentamos de seguida. Senhoras e senhores, eis o anfitrião das segundas-feiras do 5!

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– Luís, o 5 Para a Meia-Noite estreou em 2009 e, desde então, tem conquistado boas audiências – sendo até o primeiro programa em Portugal a ultrapassar o meio-milhão de fãs no Facebook. Qual o segredo do sucesso?

– Julgo que, desde o minuto 1, o público sentiu-se legitimamente tão autor e parte do formato como nós, anfitriões. Este foi, claramente, o primeiro programa multiplataforma da TV nacional, basta ver que os nossos números de audiência televisiva são praticamente igualados pelos visionamentos online. E somos muitíssimo gravados nas boxes, mas, por motivos obscuros, embora exista tecnologia para contabilizar esses dados até à unidade, continuam sem ser revelados. Além do mais, fazia claramente falta um formato de talk-show diário à nossa TV. Sentimos que, desde o sucesso inicial do 5, ajudámos ao nascimento de muitos outros talk-show. E ainda bem.

– O programa está no ar há quatro anos. Que balanço faz?

– O melhor possível, tendo em conta as limitações do país e do orçamento. Melhor ainda, acho que ainda temos espaço para crescer.

– Então e o que podemos esperar desta nova temporada?

– Muitas rubricas novas, mais transversalidade entre os cinco dias, mais convidados desconhecidos, mais sexo nos bastidores.

– Gostava de continuar no 5 Para a Meia-Noite durante mais anos? Ou tem em vista outros projetos que pretende concretizar?

– Gostava de continuar sempre, enquanto este amor/aventura durar. Mas nunca perdi de vista outros projetos, até em simultâneo. Durante os mais de quatro anos do 5, escrevi Não me Sai da Cabeça; apresentei o projeto televisivo da minha vida, Conta-me História; fiz algum cinema; muitos espetáculos; o monólogo Caveman (após Jorge Mourato e Manuel Marques)… Naturalmente, mantenho projetos, claro. Quero levar uma adaptação de Reservoir Dogs ao palco, com um elenco exclusivamente composto de comediantes; escrever uma longa-metragem; apresentar mais Conta-me História, etc.

– Não acha que faz falta uma apresentadora? Que nome apontaria para o 5 Para a Meia-Noite?

– Acho. Penso que a Luísa Barbosa fez um belíssimo trabalho e merecia bem mais que uma série apenas.

– Conte-nos uma situação caricata que tenha acontecido antes do programa ir para o ar (ou mesmo num direto/intervalo).

– Tantas. A última que me lembro é a do convidado que tinha acabado de chegar ao estúdio após uma viagem de 22 horas de avião e que se recusava a ser o último a entrar. Tive de acordá-lo duma sesta no camarim e usar toda a diplomacia possível e imaginável.

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Novidades da oitava temporada: «Mais convidados desconhecidos, mais sexo nos bastidores»

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– Que celebridades gostaria de entrevistar (estrelas impossíveis, à partida)?

– Conan O’Brien, Jon Stewart, Tom Hanks, Steven Spielberg, Angelina Jolie…

– E até hoje, quem mais gostou de entrevistar? Porquê?

– Impossível escolher um nome, até porque o meu critério para a escolha dos convidados é, desde sempre, chamar alguém que admiro ou sobre o qual tenho curiosidade. Posso dizer que nunca me dececionei realmente com nenhuma das pessoas que se sentou no sofá, e considero-me muito afortunado por isso. De políticos a cantores, de cientistas a atores, de futebolistas a perfeitos anónimos, convido pessoas com algo puro, interessante, verdadeiro para partilhar.

– Uma palavra que descreva os seus colegas: Zé Pedro Vasconcelos, Nuno Markl, Pedro Fernandes e Nilton.

– Zé Pedro: Imprevisível. Markl: Versátil. Pedro Fernandes: Criativo. Nilton: Trabalhador.

– Apresentar um grande programa de entretenimento… é um sonho para si?

– Considero-me um privilegiado por fazer o 5 e acho-o, sem qualquer ironia e apesar da modéstia do seu orçamento, um grande programa de entretenimento. Todavia, tenho a fantasia adolescente de conduzir um concurso generalista e em horário nobre, género Quem Quer Ser Milionário.

– Como avalia o atual panorama televisivo em Portugal?

– Pobre. Os canais de cabo imitam-se uns aos outros e as privadas generalistas copiam-se em horário nobre. Não há apostas ousadas na ficção nacional, apenas novelas e mais novelas, mais do mesmo… Ressalvo o esforço da RTP em recusar reality-shows e apostar em séries e documentais de prestígio nestes últimos anos, como Último a Sair, Conta-me Como Foi, Depois do Adeus, Bem-Vindos a Beirais, O Portugal De, Conta-me História, Odisseia, Os Filhos do Rock, Uma Família Açoriana, etc.

– Qual a sua opinião sobre Casa dos Segredos ou estreias recentes, como Factor X?

– A Casa dos Segredos é o epítome da trash-TV, um formato sem escrúpulos feito para pessoas sem escrúpulos, uma abundante nojeira da qual, por motivos profissionais, vejo somente as estreias (para fazer humor com algo é preciso conhecer). Já Factor X é um programa que insiro dentro dum sub-género raro dentro do fenómeno reality, no sentido em que existe efetivo entretenimento familiar e a possibilidade de um futuro viável para os concorrentes. Outro exemplo semelhante seria Operação Triunfo. São formatos com uma raiz saudável e que não exploram o absoluto pior na condição humana.

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