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A Entrevista – Filipa Maia

A Televisão
12 min leitura

Destaque2 Filipa%2520Maia A Entrevista - Filipa Maia

Estudou jornalismo e psicologia mas preferiu seguir a carreira de atriz. O seu primeiro trabalho foi na série juvenil Morangos com Açúcar na TVI como Mónica Dantas, a eterna incompreendida no seu amor platónico por Lourenço (David Carreira). Entrou depois no elenco de Remédio Santo como Alice e na novela Destinos Cruzados no papel de Rute. Atualmente, Filipa Maia protagoniza a sequela de Jardins Proibidos, onde dá vida a Mónica Menezes, a boazinha da história. «É a típica boazinha, pode ser cliché, mas acredito que a Mónica ainda possa surpreender!»

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Qual é a sensação de fazer parte da sequela de Jardins Proibidos?

É, acima de tudo, uma responsabilidade acrescida…

Acompanhaste o primeiro Jardins Proibidos?

Segui a novela e, apesar de não me recordar de tudo com clareza, sei que foi uma novela marcante e que ficou na memória dos telespetadores pelos melhores motivos. Por isso, estou muito feliz por fazer parte desta sequela, apesar de sentir que muitas pessoas querem os Jardins Proibidos de outrora.

Sentes que as pessoas querem o elenco inicial?

Sim, seria muito giro ter o elenco inicial todo reunido, mas nem sempre é possível conciliar todas as carreiras. Na minha opinião, esta novela foi concebida a pensar nas diferentes faixas etárias de forma a ser o mais abrangente possível. Não é possível agradar a gregos e troianos, mas foi a aposta que a TVI fez e, a meu ver, muito bem feita! Só posso estar orgulhosa por fazer parte deste elenco, que tem um enredo bastante forte.

Em que é que Jardins Proibidos se distingue de outras novelas?

Basta ser uma sequela para se distinguir. A Teresa e o Vasco foram personagens que apaixonaram os telespetadores. Eram tão novos, ingénuos, apaixonados, era um amor proibido que acabou por vencer. As pessoas questionam-se sobre o facto de serem primos, sobre o que sucedeu à mãe da Teresa e a outras personagens. A história vai ser desenrolada a seu tempo… Se revelássemos tudo no início, não perderia a graça? Esta novela mostra que os finais felizes não existem da forma que vemos nos filmes e nas novelas.

De que forma é que isso é retratado na novela?

No nosso dia a dia acontecem muitas coisas más… Quantas pessoas perderam o amor das suas vidas? Já muitos viveram uma grande paixão, um amor digno de contos de fadas, e depois? Acabou! Acaba por mil motivos e faz parte da vida. A história desta novela é isso mesmo. Existe um enredo forte e uma carga dramática pesada, como por exemplo: as cenas passadas no hospital, o drama que envolve a Clarinha, a Raquel… Com a continuação da novela, vão surgir muitas situações de limite, no entanto, também tem um lado cómico e, até mesmo, fantasioso (a minha história tem esse caráter). Esta história tem um pouco de tudo e acho, sinceramente, que pode resultar: é a típica novela que se assiste em família.

As gravações estão a correr bem?

Sim, estão a correr bem. Gravamos muito e vou gravar ainda mais agora com o período que aí vem em que a Vera Kolodzig vai estar com o filho. Mas tenho muita sorte em trabalhar com pessoas divertidas e que me dão bastante apoio em todas as situações.

Como é trabalhar com o Vítor Silva Costa, o teu princípe encantado?

Trabalhar com o Vítor tem sido uma mais-valia, ele é um ator promissor e uma excelente pessoa. Eu sou um pouco insegura e nervosa e é ele que me acalma. Para criar cumplicidade e nos conhecermos melhor, tivemos várias vezes juntos fora dos ensaios. Foi fácil gostar do Vítor, é fácil contracenar com ele e estou feliz com o resultado do nosso trabalho.

Será que ainda vamos ficar surpreendidos com alguma atitude menos assertiva da Mónica, a típica boazinha?

É assim, a Mónica parte, não só um prato, como parte corações… parte até cabeças se for preciso! É a típica boazinha, pode ser cliché, mas os protagonistas são sempre bonzinhos. Se partir do princípio de que sou protagonista do núcleo mais jovem, sou a boazinha da história. Mas acredito que a Mónica ainda possa surpreender! Quem escreve as histórias é que dá continuidade aos clichés, no entanto, eu apaixono-me mais por ela a cada dia que passa.

Não preferias fazer de vilã?

Sempre quis fazer de vilã, mas fazer de boazinha não é tão simples como parece. A Mónica vive muitas emoções, é uma verdadeira atleta emocional e o que eu tenho de fazer é interpretá-la o melhor que consigo. Se é para ser a típica menina boazinha que não parte um prato, eu não parto mesmo! Mas ainda vai surgir muita história nova…

Os críticos dizem que o romance entre o Alfonso e a Mónica é muito cliché. É mesmo?

A história do Alfonso e da Mónica é a típica história da Disney, sem tirar nem pôr. Eles apaixonam-se perdidamente como se não existisse amanhã. Não é assim que devemos viver as nossas paixões? Não é deste modo que devemos viver a vida: com paixão? Até que ponto é mau ter uma história fantasiosa no meio de uma trama como esta? Nesta novela abordam-se diversos temas da sociedade e da realidade de muitos portugueses, como a falência da fábrica, o desemprego, a crise e a doença. As pessoas gostam de criticar, mas a verdade é que muitos de nós não somos capazes de nos entregar a uma paixão como a Mónica e o Alfonso.

Mas é uma história de amor muito tradicional, não vamos negar.

É cliché, eu sei. Esta é uma história de um primeiro amor, uma grande paixão vivida por dois jovens que, por muito surreal que possa vir a parecer, é bonita! Para mim, a dança à chuva foi reviver a história da Cinderela e existem muitas gatas borralheiras à espera do seu príncipe. O público gosta de adrenalina, de crimes e de muita ação, mas acho que estão a julgar cedo demais, pois ainda há muita coisa por acontecer. O pretendido é uma história Romeu e Julieta: não há manipulações, jogos, nem um crescendo de paixão, mas sim um amor à primeira vista e é até que a morte «não» os separe (tal e qual como aconteceu na peça de Shakespeare).

As más línguas dizem ainda que há um excesso de cenas do elenco jovem. «Em certos momentos parece que estamos a ver os Morangos com Açúcar», li algures.

Concordo em parte com essas afirmações, embora tenha sido uma forma de tentar cativar um público mais jovem para uma novela de horário nobre. Muitos jovens estão a delirar com este núcleo e essa era a intenção. Tantas pessoas ficaram tristes pela série Morangos com Açúcar ter terminado, e agora criticam o núcleo jovem?

Achas que estão a exagerar nas críticas?

É assim, a história está escrita e nós, atores, limitamo-nos a vivê-la. Acredito que para algumas pessoas não tenha interesse mas, como referi anteriormente, agradar a todos seria difícil. A meu ver, têm exagerado um pouco nas críticas em relação ao elenco jovem.

O que é que Mar Salgado, da SIC, tem de tão «doce» para ganhar diariamente a guerra das audiências?

Para ser sincera, não sei responder a essa questão. Sei que temos um elenco bom, uma história que tem tudo para triunfar e, se não estamos a liderar nas audiências, espero que esse cenário mude. Estreámos uma semana antes e pode ser por mera curiosidade dos telespetadores verem esta primeira semana do Mar Salgado, ou por verem uma a tempo real e puxar atrás na gravação automática e ver a outra de seguida.

Ou então também pode ser pela novela Sol de Inverno e as novelas anteriores da SIC terem tido muito impacto…

Exatamente, e que o público queira perceber concretamente o que pode esperar desta nova novela da SIC. Ou até mesmo gostarem simplesmente mais do Mar Salgado do que da nossa novela… Não faço ideia e não perco muito tempo a matutar no assunto. As audiências mudam, eu acredito que este cenário mude e vamos começar a perceber melhor isso nas próximas semanas.

Quando as audiências não são favoráveis, ficas desmotivada?

Não fico desmotivada, porque acima de tudo estou feliz com o que tenho visto e procuro melhorar a cada dia e esse é o meu foco. Claro que queria que esta novela liderasse sempre, prendesse os telespetadores de forma a não restarem dúvidas sobre qual a novela que querem realmente ver em tempo real. Posso ficar um pouco triste porque é a grande aposta do canal para o arranque da temporada. Gostava que a história fosse boa o suficiente para liderar e fico desmotivada apenas se o meu objetivo enquanto atriz não resultar.

Queres é fazer bem o teu trabalho.

Quero fazer bem o meu trabalho, tenho consciência que sou verde nisto e tenho imenso a aprender. No entanto, pretendo que o público goste do casal Mónica e Alfonso, que goste do trabalho da Filipa e do Vítor. Apostaram em nós e não quero desiludir quem o fez, nem quero desiludir-me. Seja cliché ou não, tem é de ficar bem feito. Todos os dias vou motivada para fazê-lo bem. É óbvio que há dias que correm menos bem, mas é como em tudo na vida.

Isto das sequelas é para continuar?

Não sei se será para continuar, mas eu acho que foi uma ideia inovadora e, sim, penso que se possa vir a repetir. Houve tantas novelas giras que podiam ter tido continuidade… Não faço ideia!

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