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A Entrevista – Rodrigo Trindade

A Televisão
7 min leitura

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Rodrigo Trindade é a mais recente aposta da TVI para a ficção nacional. O ator, que luta por um lugar no mundo da representação, interpreta Micael em Mundo ao Contrário e deu agora a sua primeira entrevista ao A Televisão. Diz-se «autocrítico» e não acredita que «seja com tão pouco que se faz um ator». Agenciado pela Hit Management, Rodrigo confessa que ainda não é muito abordado pelo público, mas sente-se «desconfortável» com os olhares na rua.

[quote]Olho para esta novela como o possível início de um longo caminho[/quote]

A Entrevista - Rodrigo Trindade

A Televisão – É a sua estreia em televisão. Como está a correr esta experiência?

Rodrigo Trindade – Até agora acho que está a correr bem. Estou a aprender e a divertir-me imenso, e espero que assim continue. O feedback tem sido positivo e tenho conseguido adaptar-me ao ritmo de trabalho, que é cada vez mais intenso.

Como conseguiu realizar o sonho de ser ator?

Para mim, o sonho de ser ator não está de todo realizado ainda. Sinto que a formação teatral foi o que fez com que esse sonho pudesse vir a realizar-se e olho para esta novela como o possível início de um longo caminho. Não acredito que seja com tão pouco que se faz um ator. Terei, por isso, de fazer muito mais.

E “lutou” muito para alcançar esta profissão?

Sim, depois do nono ano de escolaridade, decidi que queria estudar teatro e perseguir uma carreira na representação, porque era o que me fazia feliz. Concorri, então, a três escolas: à Escola Profissional de Teatro de Cascais, ao Chapitô e ao Curso de Interpretação da EPI (Escola Profissional de Imagem). Escolhi a EPTC e, depois de três anos de curso, estando já decidido que era mesmo o que eu queria, fiz as provas para a Escola Superior de Teatro e Cinema, onde estive a estudar até surgir esta oportunidade.

É intimidador contracenar com atores tão conceituados, como Diogo Infante e Margarida Marinho?

Ao princípio foi bastante intimidante e nada fácil mesmo. No entanto, olho para eles como mestres que fortalecem a minha aprendizagem. Aprender com estas pessoas é, para mim, o mais importante e um privilégio.

E a Sara Barradas, o seu par na novela, é boa colega?

A Sara é muito boa colega e foi uma das primeiras pessoas a disponibilizar-se para me ajudar caso precisasse.

Tem recebido conselhos desta atriz?

Sim, ela já me deu alguns conselhos que foram bastante úteis, visto nunca ter feito televisão antes.

O Rodrigo é muito diferente da sua personagem, o Micael?

Somos muito diferentes em alguns aspetos e parecidos noutros. Existem algumas características desta personagem que às vezes gostaria de ter em mim.

Com que dificuldades se tem deparado neste mundo da ficção?

A maior dificuldade foi saber distinguir o que se faz em teatro e em televisão. Uma das maiores lutas foi retirar a carga emocional a mais para este tipo de trabalho. Depois, existem outras questões mais técnicas que tive de aprender, mas os próprios técnicos disponibilizaram-se para me ajudar nesse domínio.

[quote]Tenho medo da imagem de “estrela”[/quote]

Quando vê os episódios e avalia o seu desempenho, que conclusões tira? Sente que ainda há aspetos a melhorar?

Ver-me está a ser muito difícil, porque sou muito autocrítico. Tenho de tentar ver-me com outros olhos, mas acho que é uma questão de hábito. Nós nunca estamos contentes com o nosso trabalho e sentimos sempre que podiamos fazer melhor. Mas não acho que isso seja mau, é o que nos faz tentar sempre fazer melhor. Por isso, sim, há sempre coisas a melhorar.

Mundo ao Contrário tem os ingredientes certos para vencer nas audiências?

Tem tudo: uma história muito interessante e atual, contada com ritmo, por personagens com as quais o público consegue criar uma grande ligação. Infelizmente, o horário a que passa torna muito difícil que seja um grande sucesso de audiências, mas isso não invalida a sua grande qualidade.

E se tal cenário não acontecer (sucesso de audiências)? É um factor que lhe preocupa?

Preocupa-me relativamente, porque o nosso trabalho sem público… não existe. É como no teatro, representar para uma sala vazia é das maiores dores de um ator. No entanto, as audiências não definem a qualidade de um trabalho, por isso, penso que Mundo ao Contrário será reconhecido como um projeto de qualidade. Isto para mim é o mais importante.

Que feedback tem recebido?

O feedback tem sido muito bom, as pessoas têm sido simpáticas e estou muito contente. Ainda é muito estranho virem pedir-me autógrafos e fotografias, mas certamente que irei habituar-me.

E como lida com a fama?

Ainda não senti muito essa fama e, sinceramente, ainda bem. Tem sido ralativamente fácil lidar com aquilo que tem acontecido, embora, por vezes, me sinta desconfortável com os muitos olhares na rua.

Quais os seus maiores medos?

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Medo de desiludir, de não estar a fazer um bom trabalho, medo da imagem de estrela que não desejo, medo de não ser levado a sério.

Depois do fim das gravações da novela, que caminhos pretende seguir?

Depois desta experiência, espero poder continuar a trabalhar.  Claro que o teatro é a minha paixão e, por isso, sinto necessidade de representar num palco. Mas espero vir a fazer mais televisão e, se tudo correr bem, eventualmente, cinema. Claro, quero continuar a minha formação em Portugal e gostaria de completá-la no estrangeiro.

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