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A Entrevista «Masterchef» – Vânia Gabriel

David Soldado
8 min leitura

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Na terceira semana de Masterchef Portugal, Vânia Gabriel foi o elo mais fraco. Contudo, a licenciada em Radiologia não pretende desistir do seu grande sonho. «Abrir um restaurante continua a ser um dos meus principais projectos», revela na sua primeira entrevista dada após a sua eliminação. 

1 A Entrevista «Masterchef» - Vânia Gabriel

Tens licenciatura em Radiologia e mestrado em Gestão Empresarial, mas é através da cozinha que te conhecemos. Como nasceu esta paixão?

Esta paixão nasceu em pequena. Sempre gostei muito de brincar com os  ingredientes, aprendi desde muito cedo. Sempre fui muito curiosa, quis sempre saber como se fazia as coisas, ia perguntando, queria ser eu a fazer. Aprendi muito pela curiosidade de me interessar e querer fazer um bocadinho mais.

Mas a tua qualificação nada tem a ver com a cozinha.

Nós tomamos essas decisões na pior altura da nossa vida que é quando nós sabemos tudo e não sabemos nada, isto é, escolher algo que, em termos profissionais, dá segurança. Acabei por escolher um curso que não era aquele que mais me identificava. Nessa altura, eu não via a cozinha uma opção profissional, via como um hobbie, uma paixão.

Entre 500 candidatos a concurso, foste foi uma das 51 a receber a tão desejada colher de pau. Seguiu-se o bootcamp, até que te tornaste numa das 15 aspirantes a Masterchef Portugal.

Foi uma conquista atrás de conquista! Não estava à espera, sinceramente. Nunca sequer pensei inscrever-me num programa deste género. Não acompanhei o anterior. Por incentivo de alguns amigos, inscrevi-me. Muitos deles diziam “Porque é que não te inscreves?” e quando apareceu a nova edição, muitos deles sugeriram isso e houve um dia em que me inscrevi.

Ainda assim, foste a segunda concorrente a abandonar o cooking show. Como é que geriste as emoções? 

Sinceramente, achava que seria eu a sair. É muito stressante, é uma angústia gigante. É uma ansiedade muito grande.

Custou mais a saída por seres das primeiras abandonar a competição ou por não teres conseguido mostrar aos jurados que eras capaz?

Acho que consegui mostrar um bocadinho daquilo que era capaz. Aliás tive três pratos muito elogiados pelos jurados, portanto o caril, o arroz de frango, o bolo que ficou em segundo lugar. Eu nunca fiz algo verdadeiramente mau ou que eles dissessem que correu mal ou que não era suficiente, muito pelo contrário. Naquele dia, eu estava muito nervosa, as coisas não correram tão bem como tinha corrido até ali. Tenho pena de não ter conseguido mostrar mais, porque ficou muita coisa por mostrar. Ficou, sobretudo, muita coisa por aprender.

A família é o maior apoio que podemos ter. Estar afastada dela foi o que te mais custou?

Não, não foi. Eu geri as saudades muito bem. Claro que ficava preocupada com o que o Hugo estava a comer em casa, quando voltasse será que a casa estava inteira? [risos]. Há preocupações que, muitas vezes, nos também destabiliza, mas isso não foi de longe o mais difícil de gerir.

2 A Entrevista «Masterchef» - Vânia Gabriel

Calculo que cozinhar entre quatro paredes não é o mesmo que cozinhar perante câmaras e operadores de televisão. Conseguiste lidar bem com as lides televisivas?

Acabamos por habituar. Primeiro é estranho aquele aparato todo à nossa volta, estares a cozinhar e estarem a passar os câmaras, teres de saltar em cima dos cabos, teres muitas pessoas à tua volta. Mas, depois habituas-te. Aquela equipa toda vai sendo familiar, a única coisa que me causava um stress gigante era o medo de não fazer aquilo que queria fazer, ou seja, fazer algo verdadeiramente bom. Eu tinha o medo de falhar.

Como é cozinhar para Manuel Luís Goucha e para os chefs Miguel Rocha Vieira e Rui Paula? É um privilégio para pouca gente.

É um privilégio ter aquelas três pessoas a provar os pratos que estás a cozinhar, sem dúvida. Mas, também é uma grande responsabilidade, isso era uma das razões da minha ansiedade. O que é que eles vão achar? Será que isto é suficientemente bom? Metia em causa tudo o que fazia. Eu estou habituada a cozinhar em casa, não há pressão, estás no teu mundo, no teu espaço, mas ali não,. Tens ali dois grandes chefs, tens o Manuel Luís Goucha. É sempre um mistério.

A dureza e a exigência é a imagem de marca do trio. Guardas algum momento em especial desta tua experiência?

Claro que sim. À medida que o tempo vai passando, vamos lidando com eles, eles são pessoas fantásticas. Nunca me vou esquecer o momento da entrega da colher de pau [entregue pelo chef Rui Paula]. Ele fez uma maldade gigante: foi ter comigo, provou o meu prato, foi-se embora e depois voltou para entregar a colher de pau. Soube muito bem depois no fim. O Manuel Luís Goucha é um senhor, aquilo que é na televisão, é exactamente connosco, é uma pessoa bem-disposta, super activa e divertida. Já os chefs são duas pessoas que estão ali para passar aquilo que eles sabem – o conhecimento.

Muitos dos concorrentes da primeira edição de Masterchef Portugal, versão TVI, admitem que o programa mudou-lhes a vida. O que esperas agora com a tua participação?

Sinceramente, espero que algo mude também. Eu pensei sempre na possibilidade de isto mudar realmente qualquer coisa. Eu tenho projectos, algumas ideias e espero concretiza-las, não a curto prazo, mas a médio prazo. Mas só o futuro dirá.

Já outros concorrentes decidiram tentar novamente o sonho de ser Masterchef, inscrevendo-se nesta nova edição. Podemos esperar uma participação tua para o ano caso a TVI aposte na quarta edição portuguesa?

Eu acho que não faria sentido. Num formato diferente, sim ou numa brincadeira com os concorrentes da primeira e segunda edição, por exemplo, aí sim seria giro. Agora, voltar a concorrer quando já tive nos 15 finalistas, jamais voltaria a concorrer com esse propósito. Não faria sentido.

Tens o objetivo de ter um restaurante. Com esta experiência, o teu sonho fica ainda mais aceso?

Naturalmente fica mais fácil estruturar melhor esse sonho, porque ganhamos outras perspectivas e conhecimentos. Eu quero aprender ainda mais. Não quero precipitar. Mas, claro que esse sonho continua aceso. Continua um dos meus principais projectos, é isso que eu quero, não tenho dúvidas.

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