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A Entrevista «Masterchef» – Olga Pedrosa

David Soldado
8 min leitura

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Olga Pedrosa foi a quinta concorrente a abandonar o Masterchef Portugal. Sem medos e desempregada, Olga assumiu o cooking show como uma aventura bem sucedida. Ainda assim, mostra-se desiludida com certas imagens passadas. Lê aqui a sua primeira entrevista após a eliminação. 

1 A Entrevista «Masterchef» - Olga Pedrosa

A Olga é a concorrente mais velha do Masterchef Portugal. Aos 51 anos, o que fez inscrever-se no cooking show da TVI?

Quando começaram os castings, uma amiga minha, que sabe que eu gosto de cozinhar e que é “cliente” aqui da casa, mandou-me uma mensagem a dizer: «Abre hoje os castings para o Masterchef». Cheguei a casa, comentei isso e o meu filho mais velho foi para o computador fazer a inscrição. Não tive maneira como escapar. Logo nesse dia, tivemos quase a noite inteira a responder ao questionário.

Na sua apresentação, a Olga é definida como uma pessoa que «faz tudo o que aparece». O Masterchef foi uma experiência bem-sucedida? 

Eu sempre gostei de cozinhar, mas nunca me virei para a vertente profissional. Vivi uma situação de desemprego, há três anos que estou desempregada, fiquei mais tempo em casa, acabei por começar a fazer bolos para fora, até porque o meu filho dizia “Porque não fazes? Há pessoas que gostam dos teus bolos!”. Fui um bocadinho renitente porque não tinha formação, achava que se não tivesse formação, ia defraudar o cliente. O Masterchef é uma aventura. Eu tenho 51 anos e fui viver com 14 ou 16 pessoas que não conhecia de lado nenhum. Eu dormi com três pessoas dentro do mesmo quarto. O Masterchef é [quase] uma Casa dos Segredos. Eu costumo dizer que a única coisa que não era a Casa dos Segredos era o facto de não ganharmos dinheiro absolutamente nenhum. De resto era exactamente igual. Ficamos isolados e…, pronto.

É mulher, mãe e avó. Lidou bem com as saudades?

Pois, essa é a parte pior. Eu nunca tinha ficado três semanas fora de casa. Uma vez fiz umas férias sem o meu marido com pessoas de família durante uma semana e já custou-me. Agora, três semanas, e principalmente longe da minha neta, custou. É o que custa mais, mas pronto se eles aguentam, eu aguento. Eu tenho essa filosofia.

2 A Entrevista «Masterchef» - Olga Pedrosa

Por ser a concorrente mais velha, sente que o seu talento para a cozinha foi menosprezado?

Como deve calcular, a minha cozinha é uma cozinha de família, é cozinha de mãe, o meu filho dizia-me “Ninguém vai eliminar pelo sabor, ou seja, ninguém vai te eliminar pelo empratamento” que é o que eu tenho menos à vontade, menos prática. O facto de ser a mais velha e fazer uma cozinha de família é muito diferente desta malta nova que agora começa a cozinhar. A internet ajuda muito. Eles com melhor nível de compra, conseguem introduzir certos produtos que vão aparecendo o que acaba por tornar o prato mais moderno. A cozinha de família é mais difícil, nós fazemos mais o trivial, tentamos inovar algumas receitas mas com aqueles ingredientes mais básicos. Foi isso que aconteceu-me no Masterchef. Fui com a cabeça formatada que tinha de mudar um bocadinho e apaguei-me, tornei-me num alvo fácil. Os meus amigos não me reconheceram muito, eu sou completamente extrovertida.

Temos o caso da Marta que, em certas situações, questionou a sua presença.

Nós fazemos os depoimentos sozinhos, isto é, com a pessoa que nos está a entrevistar. Fiquei um bocadinho desiludida. As pessoas dizem que gostam dela porque ela é uma pessoa frontal, mas isso não é verdade, porque  não me o disse a mim as coisas que passou cá para fora. O que achava que estava a ser humilde, houve pessoas que fizeram passar como se fosse ignorância. Nós não somos propriamente crianças, isto é um programa de televisão, sabemos tudo.

A sabedoria foi a sua maior arma?

Sei que fui para aquele programa por mérito meu. Os pratos que levei foram bem feitos, estavam no ponto. Tentaram passar que eu não sabia fazer um arroz doce, mas não foi isso que aconteceu, porque eu não perguntei a ninguém a receita do arroz doce. Fiquei realmente assustada, era o primeiro programa, era a pressão, o primeiro choque…Eu nunca acreditei que entrava, mas quando já lá estamos, queremos passar sempre ao passo seguinte e aí já fazemos força para conseguir.

Acima de tudo, os jurados definem o Masterchef como uma escola. Já foi bom ter chegado ao grupo dos 15 finalistas?

Completamente, adorei a experiência, conhecer as pessoas que conheci. Há algumas que não vão dizer mais nada durante a minha vida, porque não vale a pena ou porque têm de crescer. Não vou dar importância a isso [Marta], acima de tudo sou uma senhora, cada um escolhe a via que se quer evidenciar. Eu nunca ia evidenciar num programa destes a falar mal dos meus colegas. Não precisamos de faltar ao respeito aos colegas para nos sobressairmos. Mas é a idade dela e a minha. Ela há-de ter resposta.

Mas já a confrontou depois das imagens passadas?

Não. Nós filmámos a final há pouco tempo, mas aí ainda não tinha visto as imagens. Sinto desilusão porque estava ao pé de uma pessoa que estava a ser correta comigo, mas que por trás estava a dizer as coisas que disse. Ela podia ter dado a opinião mas de outra maneira. Mas pronto, eu sinto-me tranquila, sinto-me bem, saí de cabeça erguida, não precisei de falar mal de ninguém. Não é essa a minha filosofia.

O que as pessoas têm dito do seu desempenho?

Eu vivo num meio muito pequeno, acho que representei muito bem Azeitão. Aliás, acho que representei melhor Azeitão que a mim mesma. Consegui pôr todos os ingredientes de Azeitão e que são fantásticos tal como o mel, o queijo de Azeitão, o moscatel. Sendo uma região tão bonita e pequena, era ponto assente que queria fazer representação dela.

E agora, o próximo passo é…?

Tenho já várias propostas de trabalho no mundo da cozinha. Eu não gosto de cozinha comercial, a minha cozinha passa por uma cozinha personalizada. Felizmente tive uma proposta aqui de um restaurante bem perto de mim, é um restaurante que tem um conceito que me agrada. Eles têm a área da pastelaria que passa por doces regionais e doces conventuais. Estamos a construir uma relação, talvez seja por aí. Estou num bom caminho.

4 A Entrevista «Masterchef» - Olga Pedrosa

 

Redactor.