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A Entrevista «Masterchef» – Márcio Rodrigues

David Soldado
8 min leitura

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Chegou ao fim a décima semana do Masterchef Portugal. Entre Marta e Márcio, a escolha dos três jurados recaiu no monitor de ATL. Se a sua expulsão deita por terra os seus sonhos? Não, pelo contrário. «O futuro passará por ter a minha tasca e acredito que seja num futuro próximo», confidencia ao site A Televisão.

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«Aprendi na vida, que a mim, ninguém me diz que eu não sou capaz!», é uma frase tua. Conseguiste superar-te no Masterchef?

Sim, claro que sim! De todos os meus colegas que lá estavam, eu talvez era o verdadeiro amador porque nunca tive uma experiência no ramo da cozinha. Apenas cozinhava para os meus amigos e família. Superei a mim mesmo porque fui há descoberta de outro mundo e de outros conhecimentos. Adorei e estou extremamente orgulhoso de mim mesmo.

Não deixas a tua mulher entrar na cozinha, ou seja, quem cozinha lá em casa és tu. A cozinha é um refúgio?

[Risos]. É verdade. Desde que encontrei esta paixão de cozinhar que sinto a cozinha como se fosse o meu espaço. É onde eu posso ser criativo, ir mais além naquilo que eu quero. Depois tento transmitir isso também na comida, atendendo sempre aos nossos produtos, ou seja, àquilo que eu tenho em casa, à minha caixa mistério como eu costumo chamar ao meu frigorífico.

Tu és treinador de futebol. Agora com o Masterchef, vês-te a colocar a cozinha como prioridade?

Sim! Acho que qualquer pessoa que esteja na cozinha, a sua ambição é ter o seu próprio restaurante. Desde que comecei esta aventura, uma das coisas que disse a mim mesmo foi “Eu vou ter o privilégio e honra de dar um pouco de mim aos chefs que vão estar no programa connosco e ouvir as opiniões deles!”. As críticas deles são de todo para melhorar e para que fique cada vez mais consciente daquilo que eu quero. Felizmente levei muitas vezes na cabeça, mas no bom sentido. Agora, mais que nunca, o futuro passará por ter a minha tasca e acredito que seja num futuro próximo.

O teu filho tem paralisia cerebral. O Martim é a tua maior força de viver?

Sem dúvida alguma. Eu tenho dois grandes Ídolos na minha vida. A minha mãe que é uma lutadora, uma guerreira que não vira a cara a nada e eu revejo-me muito na minha mãe, isto é, sou bastante sonhador e idealista com muita coisa. Tenho a minha mãe que muitas vezes puxa-me à terra. Depois tenho o o meu filho, eu olho para ele e digo “Se ele lutou, porque é que tu não lutas?”.

3 A Entrevista «Masterchef» - Márcio Rodrigues

No programa, fizeste questão de mostrar que o teu filho é tudo para ti. Estar longe dele foi o que mais custou nesta aventura?

Digamos que a saudade foi o mais difícil de lidar. Eu e o meu filho passamos 24 horas juntos, é a minha maior inspiração, a minha maior força. Aquele miúdo é um poço de energia e de forças. Logo pela manhã quando nós acordamos, com o sorriso dele é impossível ter um dia mal. Estar longe dele foi a parte que mais custou.

Quando ele nasceu os médicos acolheram-te a desligar a máquina. Como pai, ouvir isso foi como se tivessem a dar-te um murro no estômago?

Sem dúvida. Ninguém gosta de ouvir nada do género. Algo em mim dizia “Não, não faças isso. Vai tudo melhorar”. Acho que tudo passa por aceitar. No momento em que aceitamos, é difícil encontrar uma diferença. O Martim é diferente para quem olha de maneira diferente.

Ainda assim, o teu filho já tem seis anos. É um lutador. Sai ao pai?

Sim [risos]. É muito difícil que alguém me diga não vai acontecer. Só não vai acontecer, se eu não quiser porque só não há solução para a morte, agora para o resto…Muita gente contorna obstáculos, eu aprendi a passar por cima deles. Agora se custa? Custa. Se leva mais tempo? Leva. Acho que no final, é muito mais compensador. Dá um gosto diferente ultrapassar os obstáculos.

«O Márcio utilizou o filho para ser a vítima do programa», este é um comentário encontrado nas redes sociais. Alguma coisa a comentar?

Desejo as melhores felicidades para essas pessoas. Espero que não passem por aquilo que já passei, mas para mim são pessoas que não têm conteúdo e significado nenhum. Eu continuo a sorrir e a ser como sou. Não era o meu objectivo esconder nada que fosse, porque sou muito transparente e falo do meu filho como se tivesse a falar com o maior orgulho e respeito. Quem quiser pegar nisso e transformar em coisas que não são verdade, isso são pessoas que não me dizem nada, nem sequer merecem nada da minha parte. Aliás são essas as pessoas que me ajudam a continuar a sorrir.

Calculo que o melhor momento no programa foi quando recebeste a visita do teu filho…

O facto de ter entrado naquela cozinha e ter visto o meu herói foi o momento alto. Foi o momento em que pensei “Pronto, está na hora de ir embora. Já sei que vão manda-lo para casa, assim escondo no carro e vou com ele” [risos]. Mas, foi o melhor momento, sem dúvida alguma.

«Só gosto de ganhar, jogo é jogo» é uma outra frase tua. Desiludido com a tua expulsão no Masterchef?

Fiquei talvez desiludido comigo mesmo. Na minha prova de eliminação, parti um pouco em desvantagem em relação aos meus colegas. Nunca tinha comido sushi, nunca tinha visto nada de sushi. Contrariamente à minha irmã, fanática de sushi, ela já tinha tentado levar-me a comer mas nunca quis ir. Mas o que é certo é que encarei a prova como outra qualquer, disse para mim mesmo “Tem de ser, tens de fazer!”. Agora, obviamente, para quem não sabe nem conhece é um bocadinho decepcionante, fiquei mais desiludido comigo mesmo por não ter experiência cá fora, mas não estou desiludido de maneira alguma com a minha prestação. Acima de tudo, ganhei mais do que aquilo que pensava que ia ganhar.

Pensas abrir uma casa de petiscos. O facto de teres estado no Masterchef torna o teu sonho um objetivo fácil de cumprir? 

Eu senti-me bastante acarinhado pelas pessoas, muita gente reconhece-me e dá-me força para continuar. Se isto era uma dúvida que tinha, agora passou a ser mais vincada. Esta experiência só deixou-me mais rico e mais capaz. Vou fazer as coisas ponderadas, bem feitas. Já sei o que quero e como se faz. Tive todas as melhores dicas e conselhos através dos chefs para que as coisas cheguem ao sucesso.

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