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A Entrevista – Ivo Lucas

Diana Casanova
10 min leitura
Fotografia: Arlindo Camacho Imagem: David Ferreira

Ivo Lucas tem 28 anos mas desde cedo soube que seria no mundo da música que queria crescer. Contudo, a televisão «trocou-lhe as voltas» e o jovem estreou-se no pequeno ecrã há dez anos, na série Casos da Vida, ingressando mais tarde em Morangos com Açúcar. Desde logo, percebeu que queria ser presença contínua na televisão portuguesa e assim foi, contando já com uma década de carreira, algo inédito para um jovem da sua idade. Já participou em projetos televisivos dos três canais generalistas e acaba de lançar mais um singleBanco de Jardim. É sobre a sua carreira, na televisão e no mundo da música, que recai esta conversa.

Leia, em seguida, A Entrevista a Ivo Lucas.


Com dez anos de carreira na televisão nacional. Como é para um jovem crescer neste mundo? Foi fácil gerir toda a exposição que uma presença na televisão acarreta? Como era na escola?

É um processo bastante natural, estive sempre em contacto com o mundo artístico por outros familiares, logo acabei por também não sentir um grande abalo com a exposição. E na realidade desisti da escola para seguir os meus sonhos, portanto acabei por não sentir esse choque de entrar nas aulas com um trabalho em paralelo de muita exposição. Mas o que houve para gerir, foi muito natural e acompanhado pela minha família e amigos que me apoiaram sempre imenso.

Sempre soubeste que o teu futuro passava pela música? Como é que sabias disso e como é que isso se foi manifestando enquanto crescias?

Acho que sempre soube, sim. Desde muito novo que tenho contacto com a música. Desde os 5 anos que via a minha irmã cantar, e aos 8 comecei a ter aulas de piano. Ao longo dos anos fui estando em contacto cada vez mais constante com o mundo artístico da música, e quando acompanhava a minha irmã nos concertos sentia sempre a vontade de seguir os mesmos passos. A curiosidade de aprender mais instrumentos e perceber a comunicação pela música foi sempre crescendo e isso transmite-se agora.

De facto, há muitos jovens que sonham com o mundo da música. Que conselhos lhes darias?

O melhor conselho que posso dar, é trabalharem muito. Nunca ficar contente com o alcançado, e forçar sempre mais. A oportunidade e o «sim» só aparece após muitos «nãos». Nunca desistir e confiar no processo natural das coisas.

Ainda assim, tens sido presença contínua na televisão nacional, participando em séries como Morangos com Açúcar, Bem-Vindos a Beirais, entre outras. Como é que surgiram estas oportunidades?

Têm aparecido graças ao meu bom desempenho noutras produções. Trabalho sempre muito em cada projeto e tento sempre dar o meu melhor. Creio que isso nota-se e faz com que os profissionais do ramo da televisão confiem em mim nos seus projetos.

O que recordas, por exemplo, do período dos Morangos? Que papel é que a série teve na tua vida/carreira?

Foi onde tudo começou. Apesar de ter feito Casos da Vida primeiro, os Morangos foram o primeiro contacto com tudo o que vem da televisão. O reconhecimento, a exposição, o trabalho constante. E acabou por ter um enorme papel na minha vida e carreira. Foi onde aprendi as bases todas para o que sou hoje, onde conheci excelentes profissionais que me ensinaram muito, e onde me dei a conhecer a toda a gente. Devo muito à série juvenil.

Achas que a tua aposta na representação é benéfica para a tua carreira no mundo da música, ou não? Porquê?

Tem os dois lados. Ambas completam-se e é mais um meio de promoção do meu trabalho e do meu nome enquanto artista (tanto na música, como na representação). Por outro lado, só me faz ter que trabalhar o dobro para provar que sou capaz de fazer, cumprir, e surpreender nos dois ramos.

Como consegues conciliar a representação com a música? Já alguma vez tiveste de deixar alguma delas de lado?

Felizmente vou conseguindo conciliar. Às vezes dorme-se poucas horas, o desgaste é muito, mas quando se ama o que se faz não é difícil. No verão que é a altura de mais concertos o cansaço acumula-se, pois já me aconteceu estar em gravações o dia inteiro e ao final do dia entrar numa carrinha para ter uma atuação a 200km de distância. Mas repito sempre que necessário, sou um privilegiado por fazer o que mais gosto.

A verdade é que acabas por ganhar mais notoriedade junto do público. És muito abordado pelas pessoas na rua? O que te dizem? De que projetos te falam mais?

As pessoas reconhecem-me por vários projetos, e cada vez mais como «Ivo Lucas». Esse é o melhor reconhecimento, quando o nome é superior ao trabalho desempenhado. Significa que marcaste e as pessoas sabem quem tu és e o que fazes.

Recentemente integraste o elenco de Sim, Chef. Como correu este projeto? O que retiraste dele?

Foi dos melhores projetos que já tive o prazer de integrar. Uma equipa fantástica, um guião super interessante e desafiante, e o ambiente em plateau era incrível. Foi um projeto bastante irreverente em termos técnicos e não havia como não gostar do produto final. E o espírito de união entre todos foi algo que me marcou imenso e levo amigos para a vida.

Além disso, também fizeste uma participação na mais recente edição de A Tua Cara Não Me É Estranha, enquanto Cifrão, dos D’zrt. Como foi esta experiência?

Fiquei muito contente por poder participar. Já acompanhava o projeto desde o início e sempre tive a vontade de poder integrar um dos episódios. Diverti-me imenso, e creio que o público adorou o produto final.

Foi muito difícil cantar num estilo/registo diferente do teu?

Não, de todo. Esse é o desafio de um cantor e de um ator também. Sair da sua zona de conforto e explorar outras coisas. Ainda para mais foi uma música que cantei vezes sem conta na minha juventude.

Também fizeste uma participação na série Excursões AirLino. Como foi participar neste projeto? O que recordas?

Foi um projeto diferente de todos os outros mas a realidade é que foi bastante benéfico para mim. O elenco era mais velho, atores com muita experiência e sabedoria, onde pude aprender ainda mais. E claro, de destacar o facto de contracenar com o Rui Unas com quem me diverti imenso dentro e fora de plateau.

Tens agora estado mais focado na tua música. Podemos esperar um disco para breve? O que nos podes revelar? 

Ainda não estou a trabalhar com o propósito de “disco”, mas sim de singles. Passo a passo, um a um. Mas é uma sonoridade muito própria, com influências bastante óbvias do r&b oldschool e do pop.

Já tens concertos marcados?

Sim, felizmente já existem concertos marcados e estou bastante ansioso para ver a reação do público ao trabalho que foi criado em minha casa e que hoje conta com milhões de visualizações.

Tens estado a promover o single Banco de Jardim – nas várias rádios nacionais. Como tem estado a ser o feedback do público?

O primeiro single do mais recente projeto foi Amor Desleixado que conta com mais de 1 milhão e meio de visualizações no YouTube. O Banco De Jardim, que faz parte da promoção deste momento, tem tido um bom airplay nas principais rádios portuguesas e a aceitação tem sido muito positiva. É bom ver que as pessoas compreenderam a simplicidade da música!

A tua irmã, Diana Lucas, participou na última edição do The Voice Portugal. Como avalias a sua participação?

Foi bastante positiva, foi fazer o que melhor sabe fazer e como ninguém faz. Fiquei muito orgulhoso dela.

Podemos esperar algum dueto entre ambos neste novo trabalho?

É algo que não sei responder. As coisas surgem naturalmente, sem planear nada. Quem sabe o que surge nas horas de estúdio, mas não pensamos nisso.


Redatora e cronista