A Entrevista – Isabelle Drummond e Jayme Matarazzo – 2ª Parte

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Nesta segunda parte da entrevista, os atores falam da repetida parceria que fazem no pequeno ecrã e revelam mais alguns detalhes da amizade que os une fora da televisão. Leia em seguida.

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Durante a promoção no Brasil à estreia de Sete Vidas, o Jayme e a Isabelle foram ao Mais Você ver quem conhecia o outro melhor [recorde o momento aqui]. O que vocês gostavam de perguntar um ao outro que ainda não sabem?

Jayme: Quer começar, parceira?

Isabelle: Fala aí, parceiro…

Jayme: Posso fazer uma pergunta básica? Mas eu gostaria de saber… Eu acho a Isabelle uma pessoa muito culta, lê muito, gosta de música clássica… Então eu gostaria de saber, de todos os livros que você leu, ou filmes que você viu… Que você diz, esse aqui, mesmo que já tenham atuado. Qual é o personagem que realmente você gostaria de ter feito ou de fazer?

Isabelle: É um desejo de infância. Já foi atuado, mas você nem vai lembrar porque queimou na Globo essa novela, na época em que pegou fogo, lembra? E foi com uma atriz que você nem vai saber quem é. Chama-se Senhora. Acho que é do José de Alencar. É um livro que eu li, eu devia ter uns 14 anos, na escola e eu queria muito, muito fazer esse personagem. Essa novela já foi feita pela Globo, há muitos anos.

Jayme: E qual era o script?

Isabelle: Era uma novela de época, claro. Era no Rio antigo, tipo Santa Teresa. E ela era uma menina que era pobre e aí se apaixonava por um cara e que não casava com ela porque ela era pobre. Então casava com outra, rica, porque tinha o negócio dos dotes que os caras ganhavam e aí ela ganha uma herança e fica rica. Ela castiga ele. Compra ele e castiga ele. Eu não sou malvada, está? Mas é muito legal a história, eu fiquei viciada e aí fiquei querendo fazer.

Jayme: Foi assim que ela aceitou fazer a Cida das Empreguetes [em Cheias de Charme]. Tinha uma coisa da Gata Borralheira assim…

Isabelle: Mas só que a Cida não era tão mazinha assim.

E a Isabelle, gostava de fazer alguma pergunta ao Jayme?

Isabelle: Queria saber de você [a mesma coisa]…

Jayme: Vai usar a minha pergunta? [risos]

Isabelle: Mas eu gostaria de saber. Você falou que só gosta de mocinho… você falou que está satisfeito com o mocinho…

Jayme: O mocinho é difícil de fazer, eu aprendi a admirar o mocinho depois dessa novela. Eu tinha vontade de fazer algo diferente… mas hoje em dia eu dou um valor para o mocinho! Eu vejo o mocinho tão difícil de fazer…

Isabelle: Também acho…

Jayme: Existe uma nobreza, existe uma coragem de fazer o mocinho. E hoje em dia eu me orgulho, por ter feito só mocinhos.

Isabelle: Mas o Pedro era um mocinho muito diferente…

Jayme: É, ele errou muito, e erra bastante. Ele é o mocinho real. Aquele que tem todo o direito de errar e acertar, na mesma proporção.

Isabelle: Então vou fazer uma pergunta. O que você acha que vai estar fazendo na vida com 40 anos?

Jayme: 40 anos? Tomara que eu esteja… [silêncio]

Isabelle: Porque ainda falta… ainda tem uns anos…

Jayme: Dez anos, ainda falta. O que eu gostaria de estar fazendo daqui a dez anos era estar viajando o mundo, atrás de boas fotos, bons cliques, em lugares tipo completamente diferentes.

Isabelle: Você não faz isso já?

Jayme: Eu tento fazer, mas…[risos]

Isabelle: Acabou de fazer… [risos]

Jayme: Tomara que seja profissionalmente falando. Que eu consiga conhecer o mundo… que a minha fotografia me leve a conhecer o mundo.

Isabelle: Aí, pegando pesado um com o outro… [risos]

Vocês já tinha feito par romântico em três novelas antes – Cordel Encantado (2011), Cheias de Charme (2012) e Sangue Bom (2013). Em 2014 não o fizeram, foi por isso que aceitaram fazer Sete Vidas… Já estavam com saudades?

Isabelle: É, já estávamos há muito tempo sem fazer… [risos]

Jayme: A gente brincou outro dia que nos contratos um do outro está quase que a gente tem que trabalhar junto para aceitar os projetos.

Isabelle: Ele, não foi não, porque ele já estava no projeto. Nem vem com essa conversa…

Jayme: Então eu insisti um pouco…

Isabelle: Então para ele tanto fazia…

Jayme: Lutei tanto!!! Lutei mesmo…

Isabelle: Ele é que me ligou e convenceu.

Jayme: Eu sabia que ela estava vindo de um trabalho, e eu sempre estava falando para ela, pela nossa amizade, «descansa um pouquinho… descansa um pouquinho… está trabalhando muito». Só que de repente a gente tinha um projeto como Sete Vidas na mão e um personagem que era a cara dela. Era um personagem muito bonitinho para ela fazer. Você olhava para a Júlia e eu conseguia enxergar a Isabelle muito bem fazendo ali. E eu insisti bastante para ela… Insisti, não. Eu fui uma das pessoas que levou esse projeto para ela.

Isabelle: Usaram ele…

Jayme: Me usaram…

Isabelle: Disseram: «esse vai quebrar o coração dela»…

Jayme: Eu fui uma das pessoas que tentou introduzir esse projeto na vida dela e ainda bem que deu certo, mas é sempre um prazerzão trabalhar com ela.

Isabelle: Claro, o projeto era incrível e eu amei, mas quando eu soube que era o Jayminho, fez bastante diferença. Quando a gente conversou, aí ele me começou a falar da história, aí já comecei a entrar na história e então os dois começaram a viajar…

Jayme: Mas sempre delicado, né? Conta toda a história, mas depois fala «Não, mas pensa… se quiser dizer não… tudo bem…».

Isabelle: «A gente super entende. Eu não vou ficar chateado…»

Jayme: [risos] É, mas é muito prazeroso trabalhar com ela. Gosto cada dia mais de trabalhar com ela, mesmo. Gosto cada dia mais de conviver com ela. É uma pessoa por quem tenho um carinho realmente grande, uma torcida grande e é fácil trabalhar com ela. É fácil no sentido de prazeroso, de aprendizado, de parceria… Eu acho que é tão importante a gente ter alguém do lado em quem a gente confia. Acho que o que a gente faz é uma entrega tão grande… é uma exposição muito grande, é uma troca muito grande, que ter ao lado uma pessoa em quem você confia e admira, faz uma diferença gigante.

E a Isabelle, tem alguma crítica a fazer ao Jayme?

Isabelle: Olha, eu tenho… Obrigada! Nem tenho, estava tentando pensar aqui… [risos] Eu acho que o Jayminho tem muita paciência com tudo. Paciência é uma coisa incrível, de tolerância. Eu acho o comportamento dele exemplar. Mas é claro que a gente tem de se defender também na vida, das nossas necessidades, do nosso tempo… eu acho que cada vez mais ele tem feito isso, mas ele é uma pessoa muito generosa. Ele abre mão de uma coisa que para ele é importante para fazer bem ao outro. Acho isso lindo. É admirável a humildade dele no set, a paciência com todas as pessoas, independente de estar mal-humorado ou não, ele está sempre tratando as pessoas da mesma maneira, é generoso assim no trabalho… Tem muita humildade de aprender assim com as outras pessoas e a gente tem uma troca tão boa e é sempre tão carinhoso… é tão bom trabalhar com o ‘Minho… Não é porque a gente é amigo não, mas como profissional, eu acho ele muito dedicado, muito disciplinado, muito profissional… Nunca chega atrasado, está sempre esperando as pessoas… É muito comprometido com o trabalho. Isso para mim é muito bom e não é sempre, especialmente quando a pessoa é mais nova. Quando vai amadurecendo a gente vai ficando talvez mais disciplinado, mas na idade dele, especialmente começando, eu acho ele muito sério.

Jayme: Obrigado.

Isabelle: De nada, é a verdade.

E incomoda-vos que a química que vocês têm no ecrã possa confundir as pessoas na vida real?

Isabelle: Sempre acontece com par romântico…

Jayme: Faz parte da natureza da novela…

Mas já tiveram alguma situação constrangedora?

Isabelle: Isso sempre acontece, mas no nosso caso eu acho que as pessoas sabem que a gente tem uma amizade tão grande que a gente não esconde nada, tudo tranquilo.

Jayme: Eu acho que assim, você está diante de duas pessoas muito claras, muito reais, de personalidades muito reais. A gente é o que é. Nos apresentamos tanto no nosso trabalho público como dentro do nosso espaço de maneira muito franca. Então eu acho que se existe algum tipo de confusão, ela não é parte da gente. Ela faz parte de uma coisa normal, natural, do que é a televisão. Que pode levar as pessoas a mundos de fantasia e que não são a vida real. Todos nós que trabalhamos com TV, estamos propícios a enfrentar. Não só pares românticos, como as pessoas que fazem vilão, … quantas vezes a gente não ouve a história dos atores que estão fazendo vilão, de serem maltratados na rua, de serem questionados… Isso faz parte do que a nossa televisão proporciona e causa nas pessoas. A confusão entre a ficção e a realidade. Agora, no nosso caso, são duas pessoas francas que se apresentam de maneira muito sincera e, por isso, a confusão fica, pelo menos da nossa parte, menos exposta, menos propícia.

(Re)Leia a 1ª Parte desta conversa aqui.

Esta foi a primeira das três entrevistas que o A Televisão preparou no âmbito da estreia de Sete Vidas em Portugal, no canal Globo. Fique atento para ler as duas outras, protagonizadas pelos mesmos dois nomes – Isabelle Drummond e Jayme Matarazzo – mas separados e a falarem das suas carreiras.

Redatora e cronista
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