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A Entrevista – Especial «The Voice Portugal»

David Soldado
13 min leitura

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A RTP já arrancou com as galas em direto do The Voice Portugal. No passado domingo, apenas oito dos 16 concorrentes passaram à semi-final. Foram eles, entre outros, Deolinda Kimzimba, Sérgio Martins, Soraia Tavares e Joana Melo. Hoje estão no site A Televisão

Por decisão dos portugueses e também dos mentores estão na semi-final do The Voice Portugal. Quais são as vossas primeiras palavras? Houve muitos nervos nesta que foi a vossa estreia numa gala em direto? 

Deolinda Kimzimba: Foi um bocadinho puxado, sobretudo, por ser a última pessoa a cantar. Muitos nervos, mas cheguei ao palco e disse para mim mesma “Deolinda entrega o coração a esta música” e assim foi. Apesar de tudo foi uma música muito especial para mim e um grande desafio interpretar um tema da Mariah Carey. Como eu costumo dizer, ela é uma escola para mim porque praticamente quase todas as coisas que aprendi até hoje foram a ouvir as músicas dela.

Sérgio Martins: Preparar uma gala em direto é horrível, mas é muito gratificante. Isto não anda muito longe daquilo que faço no meu dia a dia, ou seja, quando faço um concerto, quando me apresento em público. Claro que a responsabilidade é muito mais acrescida, até porque se calhar mais de um milhão de pessoas estão a ver-me. Mas preparar uma gala em direto é difícil porque temos de trabalhar todos para o mesmo, temos que ser coordenados e muito profissionais e, claro, há uma sobrecarga de nervos muito maior.

Soraia Tavares: Acho que até estava bastante confiante. Foi a minha atuação em que estive menos nervosa. Estou feliz por ter passado mas também estou um bocado triste porque agora que chegámos às galas já estávamos mais tempo com os outros concorrentes. Construiu-se uma família. É bom mas ao menos tempo está a ser mau.

Joana Melo: Ter passado à segunda gala é muito bom. Não estava nada à espera, foi surpreendente e ainda bem que começam a dar valor à nossa cultura e à nossa língua.

Mas havia um certo receio de não passares por cantares Fado, Joana? 

É um caso de amor-ódio. Toda a gente se queixa que não existe neste género de programas música portuguesa, mas quando existe são as primeiras pessoas a irem-se embora. Mas pronto, continuo aqui firme e quero continuar com a música portuguesa. Quero continuar a cantar fado porque esta sou eu.

3 A Entrevista - Especial «The Voice Portugal»

Os portugueses salvaram-vos da eliminação. Foi uma surpresa para vocês?

Deolinda Kimzimba: É uma grande emoção, a sério. Consigo ver que o público realmente confiou em mim e agora tenho que trabalhar mais para continuarem a confiar em mim. Vou ser sincera, deixei nas mãos de Deus e confiei. Estava à espera que ele me desse esta oportunidade.

Sérgio Martins: Não estava minimamente à espera, sinceramente. Talvez por o meu estilo ser marcante e tão diferente neste tipo de competições. Mas tive sempre a esperança de que a Marisa Liz me pudesse escolher. Passar pelo público foi mesmo uma surpresa total. Estou muito grato a todos os portugueses.

A vossa passagem deveu-se aos vossos mentores. É desmotivador não ter sido eleito pelo público? 

Joana Melo: Não, eu já estava à espera. O Pedro [Gonçalves] tem uma legião de fãs. Acho que o meu público já é outro género de público e eu também estou neste programa para as pessoas perceberem o que é que eu estou a fazer. Vou lançar um disco agora em 2016 e basicamente concorri a isto para mostrar o que é que eu estou a fazer e ter um bocadinho de visibilidade.

Soraia Tavares: Desanima-me no sentido em que agora vou para a próxima semana e já sei que ela [Patrícia Teixeira] tem uma vantagem. Só nesse sentido porque a confiança que a Áurea depositou em mim acho que é bastante importante.

Ficaste surpreendida com a decisão da tua mentora? 

Eu estava otimista, ou seja, sempre tive isso em mente de que conseguia passar à outra fase, mas acho que quando chega o momento há sempre a tal dúvida e claro que não aguentei e comecei a chorar (risos). Agora a responsabilidade aumenta, mas estou tranquila até porque já conhecemos o palco das galas e isso também dá um bocado de confiança.

A expulsão de Filipa Azevedo apanhou muita gente de surpresa. Calculo que o mesmo tenha acontecido a vocês.

Sérgio Martins: Acho que a Filipa era uma concorrente das mais fortes e uma das vozes de Portugal. É injustíssimo que Portugal não lhe dar o reconhecimento que aquela menina merece. Mas é assim, isto é uma competição e alguém tem de sair. O Pedro [Gonçalves] é um fenómeno em todos os níveis, sobretudo a nível de internet, e acho que a Joana [Melo] teve uma garra brutal. Eu gosto muito da Joana mas fiquei surpreendido por a Filipa não ter passado.

Soraia Tavares: Nós ficamos todos de boca aberta. Na minha opinião e do que eu vi nas redes sociais, achei sempre que a Filipa era uma das favoritas e mesmo até dos mentores. Nós também vamos percebendo quem é que os mentores gostam mais, mas ter ficado surpreendida foi mais por aí no favoritismo, não por os outros estarem pior ou não até porque agora o nível está bastante elevado.

Joana Melo: Muito. Eu dou-me muito bem com a Filipa. Ela é super minha amiga e nunca existiu qualquer tipo de rivalidades entre nós neste programa. Nós somos muito chegadas e ela era a pessoa que aqui tinha mais confiança. Eu sei o que a Filipa esperava disto e o que queria disto. Pedi desculpa porque eu queria que ela passasse. Aliás, eu queria muito passar, mas queria que ela passasse comigo. Eu gosto muito do Pedro [Gonçalves] mas a Filipa tem um talento enorme.

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Todos apontam a Deolinda como a principal candidata à vitória do The Voice Portugal. Concordam ou a final ainda está em aberto? 

Sérgio Martins: É sempre tudo uma incógnita. A Deolinda é um fenómeno enorme, muito talentosa e tem muito por onde crescer. É uma miúda maravilhosa, super humilde e com a cabeça no lugar. Claro que ela é a favorita. A Deolinda tem um milhão e 200 mil visualizações no YouTube e isso quer dizer muita coisa, mas vamos ver. Eu torço por cada um de nós e acho que cada um tem de fazer o melhor possível.

Soraia Tavares: A Deolinda é muito boa e não ficava nada triste se ela ganhasse porque merece, é uma boa concorrente e ia sentir que era justo. Mas é um alvo a abater (risos). Acho que está tudo ainda em aberto e agora mais depois da primeira gala. Por exemplo, um dos meus favoritos era o Pedro Maceiras e eu achava mesmo que ia chegar à final.

Joana Melo: Está tudo em aberto. Eu tenho os meus favoritos e, por acaso, um já saiu mas não vou dizer porque é um bocado mau e até porque ainda estou aqui em concurso (risos). Mas a Deolinda tem grandes hipóteses de ganhar, tem um grande vozeirão e acho que merece por tudo.

Depois destas palavras e do feedback que tens recebido do público, o que tens a dizer, Deolinda? 

(Emocionada) Às vezes coloca-se uma grande pressão sobre mim. Eu não quero pensar assim porque a pressão aumenta. Quero continuar a cantar com o coração e para mim subir a este palco é como se tivesse novamente numa prova cega. Desta vez, é o público que está de costas e quem está a votar.

Mas sonhavas ser uma das fortes candidatas à vitória?

Olha…não sei. Primeiramente tenho que agradecer a todos. Nunca esperei na minha vida receber esta adoração de um público tão grande. Eu tenho recebido muitas mensagens, do Brasil, da Venezuela e até do México. As pessoas gostarem daquilo que estou a fazer é o meu sonho e neste momento está a tornar-se realidade.

Segue-se agora a semi-final no próximo domingo. O que podemos esperar de cada um de vocês? 

Deolinda Kimzimba: Talvez uma música em português. Tenho que mostrar que consigo também cantar em português e agradar o público português que fala português.

Sérgio Martins: Vamos ver. Tenho que falar com a minha mentora. Eu gostava de continuar no meu registo mas com outro estilo musical. Isto é, nunca abandonar o meu registo tenor mas apostar noutro estilo musical e surpreender por causa disso.

Soraia Tavares: Espero vir diferente. Se calhar talvez mais ligado não aos musicais, mas mais uma música calma até porque já ando a bombar há muito tempo (risos).

Joana Melo: O melhor de mim. A responsabilidade aumenta e tenho noção que criei um bom momento aqui. Eu levo isto muito a sério, é o meu ganha-pão, eu canto todos os dias e pago as minhas contas com a música. Eu não posso estar aqui a brincar.

Sentes que levas o The Voice mais a sério que outros concorrentes? 

Não, não. Há concorrentes que levam tão a sério como eu. Estão aqui várias gerações, pessoas que já participaram noutros programas e pessoas que também trabalham e vivem da música. Quem vive da música leva isto de uma forma diferente.

É o teu caso e também de Sérgio. Qual é a vossa maior ambição? 

Joana Melo: Quero que as pessoas que estão lá em casa comprem os meus discos e que vão ao meu concerto. Claro que se para conseguir isso tenho que ser a vencedora, ok, mas não é a minha maior preocupação. Eu entrei aqui com o objetivo preciso que é reconhecerem o meu trabalho e ter um bocadinho de visibilidade. É como se subisse um degrau na minha carreira.

Sérgio Martins: A minha maior ambição é chegar à final e sobretudo consolidar aquilo que sou, aquilo que tenho feito e que quero fazer. Quero mostrar aos portugueses que há aqui um gajo cantor lírico, mas que quer fazer outras coisas e que está farto de estar parado. É um apelo que faço sempre: peguem em mim, arrisquem e façam coisas inovadores comigo. Eu estou pronto para tudo.

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