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A Entrevista – Caio Blat

Diana Casanova
5 min leitura

Nascido em 1980, Caio Blat é apontado como um dos mais talentosos atores da sua geração. Com uma diversidade de papéis assinalável ao longo de cerca de 20 anos de carreira, o ator da Globo tem vindo a dividir-se entre a televisão, cinema e teatro, mas se é verdade que já fez inúmeros papéis, também não é menos verdade que ainda tem muitas ideias e projetos que pretende concretizar. 

Em 2014 participou no filme Alemão, os Dois Lados do Complexo, exibido recentemente no canal Globo Premium. Mais tarde tornou-se numa minissérie na Globo em que juntou imagens do filme e da realidade que se viveu naquele Complexo, no Brasil. Apesar de na altura em que foi gravada a película não se conhecer essa intenção, o ator desvenda ao A Televisão um pouco mais sobre o projeto, assim como os seus objetivos para 2016. 

Leia, em seguida, A Entrevista a Caio Blat.


Como foi fazer parte do projeto Alemão, os Dois Lados do Complexo?

Foi um grande prazer e ao mesmo tempo um desafio enorme. O filme é um thriller psicológico bastante intenso e foram dias longos de filmagem.

Que balanço faz desta experiência?

Creio que fizemos um ótimo filme de ação, totalmente inserido no contexto da guerra urbana brasileira. Um filme político, sociológico e um entretenimento excelente. Isso deu origem à série, engrandecida por imagens do jornalismo contextualizando a ação dos personagens, um formato inovador e ousado.

Qual foi a sua preparação? Foi diferente por se tratar de uma história verídica?

Tivemos uma preparação intensa conduzida pelo diretor José Belmonte, que é um grande diretor de atores. Entrevistamos agentes de inteligência que trabalham infiltrados, tivemos toda a informação necessária.  Sabíamos que estávamos fazendo uma história de ficção, mas que poderia perfeitamente ter acontecido.

Você está apostando em uma carreira muito diversificada, com novelas, séries, cinema e teatro. Qual desses géneros você prefere? Porquê?

Sou apaixonado pelo teatro e pelo cinema, e vivo da TV. O equilíbrio é o meu objetivo, o que é muito difícil: estar no horário nobre da TV, em filmes e peças autorais ao mesmo tempo. Busco sempre papéis diferentes, interessantes e tento humanizá-los.

Com uma carreira já longa e tendo já participado em muitos projetos nessas quatro áreas, o que lhe falta fazer?

Já adaptei algumas peças, como o «Macário» de Alvares de Azevedo e «Ös Irmãos Karamazov» de Dostoiévski, além de ter dirigido outras, como «Êxtase» de Walcyr Carrasco. Falta ter coragem de escrever meus próprios textos. E também, depois de participar de mais de vinte longa-metragens como ator, tenho vontade de dirigir meu primeiro filme, uma adaptação do romance «Juliano Pavollini», do Cristovão Tezza.

Qual foi a personagem que mais o marcou até aqui?

O filme Bróder, de Jefferson De, foi um trabalho marcante e que representa toda uma geração de jovens de periferia que não recebem seus direitos básicos e têm que conviver com a violência. Foi apresentado no Festival de Berlin e me rendeu vários prémios e indicações. Acho que foi meu trabalho mais completo.

Os três últimos Emmys que a Globo venceu – Lado a Lado, Joia Rara e Império – contaram com a sua participação no elenco. Será que a fórmula de sucesso da Globo é colocá-lo no elenco?

Foi uma coincidência, uma sequência feliz de trabalhos primorosos. São três novelas que me deram enorme prazer e orgulho de ter feito. Cresci em cada uma delas. São personagens muito diferentes, em épocas diferentes: 1910, 1940 e 2015. E todas merecidamente reconhecidas.

Como encara essas distinções?

A Globo tem um know-how e uma equipe muito talentosa e experiente, desde seus autores, equipe e elenco impecáveis. Os diretores dos três trabalhos, Vinicius Coimbra, Amora Mautner e Rogério Gomes são meus amigos, jovens e talentosíssimos. Temos recursos para fazer as melhores novelas e damos o nosso melhor sempre. É bom quando vem o reconhecimento pelo trabalho feito.

Pode revelar-nos um pouco dos seus projetos para 2016?

Estou começando as gravações de Liberdade, Liberdade, novela passada no século XVIII,  época da  vinda da corte portuguesa para o Brasil. Uma nova produção das onze. E estarei no teatro com os espetáculos «A Tragédia Latino Americana» e «A Comédia Latino Americana», com texto de dezenas de autores contemporâneos latino americanos e direção de Felipe Hirsch.


Redatora e cronista