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A Entrevista – ÁTOA

David Soldado
8 min leitura

Lançaram o seu primeiro álbum, A Idade dos Inquietos, em novembro do ano passado e estão esta sexta-feira no site A Televisão para uma entrevista única. Sem grandes ambições no início, a banda ÁTOA é hoje considerada um dos últimos fenómenos da música portuguesa. E muito devem à editora Universal e a todas as pessoas que os têm acolhido por onde passam. 

O nome da banda surgiu um bocadinho à toa? 

Por acaso surgiu! Nós até éramos para nos chamar assim um nome um bocado foleiro, mas nem vou dizer porque é muito mau. Até um se virar para nós e dizer “eu tinha pensado ÁTOA” e surgiu assim ÁTOA, e ficou ÁTOA.

Mas não foi à toa que abriram um concerto da Jessie J no Meo Arena. Como é que reagiram a esse convite?

Foi espectacular. Nós tínhamos só dois meses, creio eu, e recebemos o convite. Estávamos completamente boquiabertos e foi o concerto em que ficámos mais nervosos, mas a experiência em palco foi muito fixe.

Nervos à parte, valeu a pena.

Valeu a pena. E foi também uma rampa de lançamento. O público não nos conhecia, passou a conhecer e começaram a divulgar-nos.

Os ÁTOA surgiram através de uma amizade. Na música, por vezes, é difícil lidar com os egos de cada um dos artistas. No vosso caso, isso acontece? 

Nós discussões temos, assim como toda a gente, mas temos o hábito de resolver logo as coisas no momento. Isto é, de falar o que temos a falar e resolvemos para não haver mau ambiente. Nós até temos um manager que nos ajuda nesses casos que serve como mediador da banda, digamos assim.

Numa recente entrevista vossa, vocês disseram que não levavam a banda muito a sério e que não tinham grandes ambições quando os ÁTOA surgiram. Hoje em dia levam a música mais a sério?

Claro! Antes era só um hobbie…antes o estudo era o principal e onde nós focávamos mais. A banda era só uma descontracção, mas agora passou a ser a nossa profissão. Temos de nos dedicar a 100%.

Vocês ganharam um concurso numa plataforma digital e já têm um contrato com a Editora Universal. Enquanto banda estão satisfeitos com o vosso percurso?

Nós estamos super satisfeitos. Acho que ainda nem é real [o que estamos a viver] porque foi tudo tão rápido. Passado um mês, recebemos logo a proposta [de contrato] e tínhamos pouquíssimo tempo de banda…

Quando vocês ganharam o concurso, alguma vez pensaram chegar onde chegaram?

Quando recebemos a proposta da Universal pensámos que tudo ainda ia demorar um bocado a crescer. Nós não tínhamos noção que passados dois meses já estaríamos a abrir um concerto da Jessie J e que no primeiro ano de banda estaríamos no Meo Sudoeste. Acho que nem a editora estava à espera.

Quais são as vossas maiores ambições neste momento?

O principal objetivo é continuar a crescer. Queremos ter o que aconteceu no concerto da Jessie J, isto é, uma plateia de milhares de pessoas a cantar as nossas músicas. O nosso propósito é que gostem do nosso trabalho.

Mas com tantas responsabilidades agora, continuam a ver a música da mesma forma? 

Eu [Ricardo] sempre estudei e estive ligado à música. Além do conservatório, também estive numa escola profissional de música em Lisboa. E para mim a música sempre foi muito importante.

E vocês já são abordados na rua?

Às vezes quando estamos estamos sozinhos as pessoas nem ligam. Quando estamos todos já começam a olhar de lado e a pensar “Será que são, será que não são?”.

Como reagem a esses olhares?

Achamos piada e engraçado. Afinal são as nossas primeiras experiências [enquanto pessoas conhecidas].

E qual é a sensação de ouvir temas vossos na ficção portuguesa [Coração d’ Ouro e Poderosas]? 

É muito boa! É fantástico! É incrível que uma música nossa consiga estar nas grandes televisões portuguesas.

É uma forma de vos lançar a um público mais geral?

Ajuda bastante, claro. Sem dúvida que a televisão é muito potente.

Cansa-vos haver sempre aquela comparação dos ÁTOA com os D.A.M.A? 

Nós a sermos comparados com os D.A.M.A até é um elogio. Eles são uma banda nacional muito conhecida e compararem-nos a uma boa banda portuguesa, não nos dá muita “comichão”. Nós somos diferentes dos D.A.M.A, mas há sempre aquela comparação porque somos 4 rapazes e cantamos. Acho que o pessoal que diz isso ainda não viu o nosso trabalho.

Levam os D.A.M.A como concorrência? 

É concorrência direta, não vou dizer que não! Mas nós conhecemos os D.A.M.A e damo-nos todos muito bem. Eles são uma banda impecável.

Para quem ainda não viu nenhum concerto vosso, como é que descrevem os espetáculos? 

Cada artista tem os seus espectáculos e é isso que difere porque os ÁTOA são os ÁTOA, os D.A.M.A são os D.A.M.A. Cada um tem a sua maneira de interpretar. No nosso caso, os espetáculos são variados, divertidos e com muita boa música para qualquer idade.

A vossa tour já começou. Sentem a necessidade de surpreender o público a cada concerto que dão?

O nosso concerto é adaptável. Consoante o público nós adaptamos o concerto. Se virmos que é um público mais jovem tocamos certas músicas, se virmos que é um público mais velho, tocamos outras músicas para satisfazer sempre o público.

Já deram o concerto da vossa vida ou ainda há muito para conquistar? 

Já demos concertos muito bons! Já tivemos experiências óptimas, mas acho que ainda temos muito para dar.

O álbum Idade dos Inquietos já está disponível. Está representado o trabalho de cada um de vocês enquanto banda?

Sim. O álbum tem um toque de cada um, mas no fundo acaba tudo por passar pelos 4. Estamos muito satisfeito [com o produto final].

Ainda estão na idade dos inquietos?

Ainda! O que nós mais somos é inquietos! [risos]

Satisfeitos com a adesão do público a esta vosso novo trabalho? 

Tem sido boa! Hoje em dia, a venda de álbuns já não é o que era, mas tentamos lutar contra isso. Tem sido razoável para uma banda que quase ninguém conhece.

A internet veio alterar o negócio da música? 

É cada vez mais mais difícil, é certo. Mas temos de nos adaptar a isso!

No futuro pretendem seguir carreiras a solo?

Neste momento, nenhum de nós pensa nisso. Nós agora estamos focados nos ÁTOA e só nos ÁTOA. Após os ÁTOA cada um vai seguir o seu caminho, como é óbvio.

Redactor.