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A Entrevista – António Raminhos

A Televisão
8 min leitura

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António Raminhos, conhecido pela sua participação no 5 Para a Meia-Noite, considera ter os ingredientes necessários para apresentar o talk-show da RTP1. No entanto, este desejo surgiu recentemente. «Noutra altura, se calhar não me sentia tão à vontade, mas agora acho que já tenho outra “estaleca”», afirmou ao nosso site. O concorrente de Feitos ao Bife, concurso apresentado por Vasco Palmeirim, aceitou o convite d’A Televisão e apresenta-se aqui num registo mais sério, abordando o seu percurso na caixinha mágica. Já de seguida, uma conversa a não perder…

Alguma vez pensou voltar a ser jornalista se o humor não corresse bem?

É uma boa questão. Já pensei: «E se isto acabar, o que faço?», mas não tenho uma resposta, porque começo imediatamente a pensar em parvoíces. E isso dá origem a sketches ou piadas, o que me leva a crer que ainda há aqui «coisa» para alguns anos… Meses vá.

Então e quando começou a sentir que o humor era a sua vocação?

Curiosamente, eu sempre consumi muito humor, desde pequeno. Mas nunca tinha pensado na área como uma hipótese. Quando fui para o fantástico mundo do desemprego, aproveitei e fiz um blog, onde comecei a escrever sketches e piadas. Contudo, só anos mais tarde, nuns espectáculos no Funchal, senti realmente que «era isto». E, mais recentemente, quando estive no Brasil, senti o mesmo.

Mas chegou a viver intensamente a profissão de jornalista?

Mesmo quando era jornalista e tinha carteira profissional, não me sentia um jornalista. Acho que é muito mais do que isso, tal como ser comediante é muito mais do que ver muita comédia, contar piadas e vestir um blazer à Seinfeld.

Quais as suas fontes de inspiração?

Mitch Hedberg, Demetri Martin, Herman José, Conan O’Brien e o primeiro de todos foi Jerry Lewis. Lembro-me quando a RTP dava à tarde filmes do Jerry Lewis e eu devia estar a estudar… E não estava.

Para si, que características deve ter um bom humorista?

Ser genuíno e não ser muito de modas. Dá-me ideia que muita malta quer ser humorista porque é giro e tal e são muito malucos. E, então, vêem todas as séries de comédia, sabem tudo e são ateus (também parece um pré-requisito agora). Mas isto é um trabalho como outro qualquer.

Como avalia o atual panorama televisivo?

É o tempo dos concursos sem conteúdo, como o Splash! Celebridades, o da luva de boxe, outro de karaoke. Está quase tudo a tornar-se num game-show japonês, mas sem a loucura dos japoneses…  E isso é que é pena!

Qual a situação mais hilariante que já teve com um fã?

Muita gente me aborda na rua como sendo o «granda maluco», sobretudo é isso. Malta que se cruza e fala comigo, como se eu fosse amigo de infância. E por mim é sem problema! Vamos embora!

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«Quero agradar a toda a gente e isso é impossível», diz António Raminhos

Quando um dia não lhe corre bem ou quando não está bem-disposto, como consegue dar a volta?

Às vezes são os melhores dias. Porque posso estar chateado ou em baixo com alguma coisa e aproveito esse momento para compensar tudo o resto ou dar tudo. Por outro lado, quem convive comigo vê-me muitas vezes naturalmente bruto e não sabe distinguir se estou a gozar ou a falar a sério. O que dá jeito!

Isto de ser humorista não é para qualquer um, é isso que está a querer dizer?

É fácil escrever piadas quando nos lembramos, mais complicado é fazê-lo todos os dias… e a contra-relógio muitas vezes.

Quais as suas fragilidades, os seus medos?

Quero agradar a toda a gente e isso é impossível. Quero ser sempre o melhor e isso é impossivel. Estou numa constanta avaliação. Se 50 pessoas dizem que gostam e uma diz que não gosta, fico a pensar porque é que aquela não gosta. É uma coisa de doidos.

Falemos agora de projetos atuais. Os ensaios para Feitos ao Bife ocupam-lhe quantos dias por semana?

Ocupam sensivelmente dois dias «oficiais», mais o sábado todo, onde ensaiamos no mínimo mais duas vezes. Mas quando recebemos as provas, geralmente à segunda, começamos logo a pensar nisso.

O que lhe passou pela cabeça quando, na primeira gala do concurso da RTP1, foi surpreendido com um «momento armadilhado»: a entrada da sua mãe em estúdio?

Epá, passou-me tudo! Não sabia se havia de rir ou chorar, porque era a última pessoa que eu poderia imaginar estar ali. E nesse momento, numa questão de segundos, passou-me na cabeça a vida da minha mãe, as dificuldades, os problemas que teve e que foi do caraças estar ali.

O que é que falaram quando estiveram juntos, após o término da gala?

Nada! Ficámos a rir, não precisamos de falar muito para saber o que pensamos! Agradeci sobretudo  à equipa e à minha mãe pela surpresa.

Vasco Palmeirim está a ser uma boa aposta por parte da RTP1?

É sim senhor. Um rapaz cinco estrelas, com talento para apresentar e muito mais. Conversamos muito, discutimos ideias, dizemos parvoíces. Acho que o Vasco pode ser uma aposta da RTP.

Quais as áreas que vai experimentar nas próximas emissões?

Aproveitei o programa para fazer coisas que inicialmente não poderia fazer noutro local. Como sketches do Herman, Monty Python, Jim Carrey, etc…

E quais são as áreas que mais receia?

As piores áreas para mim são cantar e dançar, mas sendo isto um programa mais virado para o humor, qualquer uma vai dar para rir.

Muita gente gostaria de o ver a apresentar o 5 Para a Meia-Noite. Sentia-se à vontade neste registo?

Sim, gostava de apresentar o 5 Para a Meia-Noite. Noutra altura, se calhar não me sentia tão à vontade, mas agora acho que já tenho outra «estaleca». Não podia era perder a oportunidade de continuar a fazer sketches e a partir coisas!

Recorde aqui a personagem mais popular do humorista:

[youtube http://www.youtube.com/watch?v=h4wjiXunbqY]

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