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Tânia Ribas de Oliveira chora com morte de criança de 2 anos

Ângela Coelho
4 min leitura

Lara, a menina de dois anos que foi estrangulada pelo pai, é um nome que ecoa agora na cabeça de todos os portugueses. O país ficou chocado com mais um caso de violência doméstica, principalmente uma situação que já estaria sinalizada pelas autoridades e já tinha sido reportada pela vítima e mãe de Lara, Sandra Cabrita. Tânia Ribas de Oliveira também não foi capaz de ficar em silêncio ao saber que Pedro Henriques foi capaz de matar a pequena Lara com as próprias mãos, tendo-se suicidado posteriormente. O homem terá matado também a sogra com várias facadas.

A apresentadora partilhou um longo texto no seu blogue, O Nosso T2, sobre este caso e sobre tantos outros casos de violência doméstica que acontecem diariamente em Portugal. Desde o início de 2019 já morreram 10 mulheres vítimas de relações violentas. Tânia Ribas de Oliveira chora por todas essas mulheres que morreram às mãos dos companheiros, mas também por aquelas que sofrem em silêncio e não têm força para irem à luta sozinhas.

Enquanto os seus dois filhos dormem nas suas camas quentes, Tânia não consegue deixar de pensar na pequena Lara, estrangulada pelo próprio pai, e na mãe dela que perdeu a própria mãe e a filha às mãos de um homem que depois se suicidou.

“Já quase me falta o ar, quando no meu pensamento vivem de repente todas as crianças e mulheres que, não só não têm uma cama quente como a que têm os meus filhos, como lhes falta paz e dignidade”, escreveu a apresentadora.

Tânia Ribas de Oliveira pensa em todas as mulheres que “viveram num grito umas vezes mudo, outras vezes ensurdecedor, ao lado de tantos de nós, entre tantos de nós”. A apresentadora revolta-se com a inatividade de todos enquanto sociedade democrática perante estas situações: “Não reparámos, ninguém reparou. Não? E as que tiveram a coragem de fazer queixa? Muitas foram e são protegidas pela Polícia e pelas instituições mas… e as outras? Quantas crianças existem neste país a acordar à noite com os gritos das suas mães?”.

É ainda de lágrimas no rosto que Tânia afirma querer levar todas essas crianças e todas essas mulheres para o conforto da sua casa, onde os próprios filhos descansam no conforto das suas camas. “E eu sei que o meu colo pode apaziguá-las por alguns momentos, mas não vai resolver esta tragédia”, confessa a apresentadora.

“Esta tragédia tem de acabar. Daqui a uns dias já ninguém vai falar da Lara e muito menos da mãe dela e da avó que também partiu, mas quantas Laras (meninas ou meninos) existem em escolas, casas e ruas por onde passamos todos, de norte a sul e nas ilhas? Estas crianças são também nossas! Elas e as suas mães! São da nossa responsabilidade cívica!”, revolta-se Tânia Ribas de Oliveira.

A apresentadora da RTP acredita que o sociedade tem que agir: “Não sei o que podemos fazer, mas sei que temos de agir. Todos, enquanto sociedade democrática, não podemos permitir que mais uma mulher que seja possa ser violentada pelo companheiro. Nem podemos permitir que os filhos destas mulheres cresçam com gritos e violência, com medo, com ódio e com uma revolta que será uma tatuagem de tinta permanente. De sangue”.

As palavras da comunicadora são fortes: “Já chega. Os tribunais têm de punir estes assassinos, antes de o serem. Porque já basta matarem aos poucos e todos os dias quem já perdeu a voz. E a esperança. Basta”, conclui Tânia Ribas de Oliveira.