fbpx

«Surrender» estreia na RTP2

Pedro Vendeira
4 min leitura

Rtp2

Surrender é uma série de 3 episódios sobre o fim do domínio português em Goa, Damão e Diu – a emitir nos dias 14, 21 e 28 de dezembro de 2013, às 21h00, na RTP2

Na madrugada do dia 18 de Dezembro de 1961, a União Indiana transpõe as fronteiras de Goa, Damão e Diu e dá início à invasão do Estado Português da Índia: a operação Vijay é encarada, pelo lado indiano, como uma guerra de libertação.

Surrender é um projeto construído sobre as memórias dos ex-combatentes e suas famílias que, 50 anos mais tarde, recordam a sua experiência de guerra. Na Índia, recolhemos testemunhos presenciais, inéditos e inesperados, e procurámos documentar a passagem do tempo na memória dos lugares.

1º Episódio – Surrender – DIU: Em 1961, o Estado Português da Índia foi ocupado, em 48 horas, pela União Indiana. Morreram 25 militares portugueses e um número indeterminado de guardas da polícia e de civis. Foram feitos 3 500 prisioneiros de guerra.

Anualmente, a 19 de Dezembro, dia da rendição oficial, os ex-prisioneiros de guerra reúnem-se no Monumento aos Combatentes do Ultramar, em Belém: à leitura dos nomes dos seus camaradas mortos todos respondem: “Presente!” 

Em Lisboa, Maria do Carmo Oliveira e Carmo relembra o marido, o 2º Tenente Jorge Oliveira e Carmo, a quem foi entregue o comando da Lancha de Fiscalização VEGA e que embarcou para Goa, em Julho de 1961. Escreveram-se diariamente, cartas que guarda até hoje na sua velha mala. Em Novembro, a lancha é enviada para o distrito de Diu. Maria do Carmo, na véspera da invasão, alarmada com as notícias dos jornais portugueses, escreve a sua última carta: “Se Deus quiser, não há-de ser nada, mas Deus queira que Deus não queira!” 

O primeiro distrito a ser atacado, na madrugada do dia 18 de Dezembro de 1961, foi precisamente Diu. Pela 1 hora e trinta, os Indianos atravessaram a fronteira terrestre e pouco depois lançaram um segundo eixo de ataque com o objectivo de tomar o aeroporto e cercar a cidade. A resistência dos postos fronteiriços da Polícia e da Guarda Fiscal, apoiados pela Bateria de Artilharia, sediada na Fortaleza, impede a progressão das tropas indianas, durante toda a noite. Ao amanhecer, a resistência portuguesa desvanece-se perante a intervenção da aviação indiana, que arrasa os postos e o aeroporto. A metralhadora da Lancha de Fiscalização Vega é a única arma antiaérea operacional em Diu. O seu jovem comandante recusa a sugestão do Governador para se abrigar na Fortaleza e trava combate contra os jactos indianos, que se empenham na sua destruição. Impedidos de sair da Fortaleza, os militares portugueses refugiam-se num abrigo subterrâneo durante largas horas, mas a perfuração da respectiva cobertura obriga-os a tentar a fuga, atirando-se das muralhas. Sitiado na cidade de Diu, desconhecendo a situação na ilhao Governador considera perdida a capacidade de combate. Pelas 16:00 horas, resolve render-se. Diu foi o primeiro distrito a ser atacado e o primeiro a render-se.

Na manhã do dia 19, o exército indiano entra na cidade de Diu, pondo fim a 428 anos de ocupação portuguesa.

Siga-me:
Amante da tecnologia e apaixonado pela caixinha mágica desde miúdo. pedro.vendeira@atelevisao.com