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Sandra Felgueiras tece duras críticas à ministra da Saúde

Duarte Costa
3 min leitura
Reprodução TVI

Sandra Felgueiras, jornalista do programa ‘Sexta às 9’, da RTP1, está muito insatisfeita com a ministra da Saúde Marta Temido.

Em causa está o facto de só um mês depois de ter sido declarada a pandemia o Governo ter aconselhado o uso de máscaras de proteção em recintos fechados.

Recorde-se que mesmo a Direção-Geral da Saúde nunca se manifestou a favor do uso deste tipo de proteção, contrariamente ao que já vem acontecendo em outros países.

Desabafo aqui:

“Como portuguesa pergunto: depois de tudo o que já sabíamos há pelo menos duas semanas, com uma epidemia que se iniciou há três meses na China, o que leva o governo português a demorar um mês a tomar a decisão de recomendar o uso de máscaras a todos os portugueses em espaços interiores fechados?

A ministra da Saúde, que acaba de anunciar uma nova norma da DGS, insiste em dar prioridade aos sintomáticos e profissionais de saúde e depois às pessoas com funções essenciais em contacto com outras.

Sabem quantas pessoas estão agora na conferência de imprensa do Ministério da Saúde? No mínimo, 8. Eu, sempre que lá tenho ido, levo sempre máscara. Há duas semanas. Não deveria a ministra hoje dar o exemplo?

A ministra da Saúde disse que tinha um parecer sobre máscaras, há uma semana, em entrevista ao jornalista Carlos Daniel. Mas passou-se uma semana. E os portugueses continuaram sem orientações que entretanto a própria OMS tornou claras, recomendando também ela o uso de máscaras.

Sabemos que Portugal não tem uma curva ascendente nem preocupante. Mas já morreram 535 portugueses vítimas de COVID-19 e há um país parado.

Dito isto, esta equação é difícil mas o conhecimento existente já nos permitia ter tirado esta conclusão mais cedo.

Uma das maiores vantagens de Portugal nesta pandemia, além da posição geográfica, é o tempo de avanço que tivemos em relação a Espanha e Itália.
Daí ser tão importante olharmos para exemplos como a República Checa, que tendo entrado na pandemia um dia antes de Portugal, disseminou logo máscaras e hoje já tem estabelecimentos comerciais abertos e quatro vezes menos mortes do que Portugal.

Numa pandemia, não basta fazermos bem. Quando se trata de vida ou morte, trata-se de saber decidir o melhor. O melhor para um país inteiro. Não nos iludamos com auto-elogios que se tornam mais agradáveis aos ouvidos como os que ouvi por aí este fim de semana.

Como já disse e repito, há 535 vidas que se perderam. Não são números e não são apenas velhos. São portugueses, avós e pais de alguns de nós que merecem tudo de nós!”