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“O Tal Canal” vai regressar

A Televisão
3 min leitura

O programa de humor, que foi um sucesso da televisão portuguesa nos anos 80, vai regressar agora em DVD. O formato viu alguns dos seus programas repetidos quando a RTP1 comemorou os seus 50 anos. Serviu para relembrar a sua existência e agora pode-se adquirir o programa. Expressões como “Não me chame ‘condensa’ que me põe tensa”, “Ai, querida, é tão terra a terra, tão heróis do mar…”, “imeeensa paprica”, “que pomada!” ou “olá juventude” fizeram parte do quotidiano dos portugueses.

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O programa, que foi um dos sucessos do humorista Herman José, vai estar disponível nesta época natalícia, em DVD, pelo preço de 34,95€.

Foi em 1983 que surgiu “O Tal Canal”, o programa que parodiava a televisão portuguesa e a sociedade daquela época. “…o programa foi um êxito. O impacto foi de tal maneira grande que houve uma ruptura com o humor mais revisteiro que se fazia”, explicou Herman José ao jornal “Diário de Notícias”. “A ideia de um programa na televisão surgiu em 1979 de um minigrupo. Até pensámos que o nome seria Hermanias, mas o programa foi recusado. Depois houve a oportunidade de o fazer mais tarde, com o nome O Tal Canal, quando o PS ganhou as eleições e o José Niza foi para a RTP. Ele fez parte de uma gente mais atrevida na televisão pública. Parte dos louros de O Tal Canal é dele. É preciso não esquecer que cinco anos depois tive um programa [Humor de Perdição] censurado e retirado do ar”, relembrou.

A personagem que mais marcou Herman José no programa foi “Tony Silva”, o cantor hispânico “creador” de toda a música “ró”. “Ele nasceu antes, no “Passeio dos Alegres”. N’ “O Tal Canal” autonomizou-se e cresceu. Mas talvez a que tenha marcado mais as pessoas tenha sido o “José Estebes”. Lembro-me de que a direcção da RTP teve dúvidas se a personagem ia ferir susceptibilidades das pessoas do Porto. E com razão. Mas foram as pessoas do Norte que mais acarinharam o “Estebes” e foi um sucesso enorme”, contou Herman José.

A questão de satirizar a televisão surgiu “Porque era a maneira mais fácil de chegar às pessoas nos anos 80. Tudo o que acontecia aparecia na televisão, com dois canais. E não como agora em que tudo é mais disperso com dezenas de canais, Internet… Naquela altura, o País parava para ver uma telenovela”, explicou. Em relação ao programa, houve uma altura em que o humorista não se orgulhou dele; “Hoje, sim. Tenho uma visão mais distanciada. Foi um programa mais amador e olho para ele com carinho.”

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