Privatização da RTP suspensa

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Parece que, afinal, ao contrário do inicialmente previsto, a privatização de um dos canais da televisão pública vai ser adiada, ou, na pior das hipóteses descartada pelo atual governo. Quem o garante é a edição desta segunda-feira do jornal I.

Segundo o referido jornal, a privatização da RTP não será acelerada, ao contrário do que se especulou recentemente e acontecerá, tal como prometido por Pedro Passos Coelho “em tempo oportuno”, “na melhor das hipóteses nunca; na pior das hipóteses na próxima legislatura, se o PSD voltar a ganhar as eleições.”, avisa o I.

De facto, a privatização da televisão pública tem provocado diversas polémicas e opiniões por parte de entendidos na matéria, sendo que um dos grandes opositores é mesmo Francisco Pinto Balsemão, presidente do grupo Impresa, a que pertence a SIC, que motivou, inclusivamente, uma carta escrita pelo próprio aos seus trabalhadores onde se podia ler: “É preciso lutar contra as manobras dos que, nos bastidores da política e do poder económico, aproveitam a ocasião para tentar fragilizar-nos e tornar-nos mais vulneráveis? Lutaremos até ao fim e, sublinho, sem medo.”

Quem não concorda com este adiamento são os responsáveis da Ongoing, um dos maiores candidatos à aquisição da RTP. Ainda ontem, em entrevista ao Correio da Manhã, a presidente da Ejesa (uma empresa sócia da Ongoing que actua no Brasil), Maria Alexandra Vasconcelos, defendia, interrogada sobre se iria olhar para privatização da RTP: “Vamos, não sei se com maior ou menor interesse, porque o formato não está esboçado. Mas vamos olhar.”

Com este adiamento da privatização da televisão do estado, o governo vai concentrar-se na reestruturação da empresa, adianta ainda o I. Com o final do mandato de Guilherme Costa, atual presidente do Conselho de Administração, em Dezembro próximo, Pedro Passos Coelho e companhia arranjarão um substituto que tenha como principal missão a tal reestruturação “de maneira a obter-se uma forte contenção de custos operacionais já em 2012, criando, assim, condições tanto para a redução significativa do esforço financeiro dos contribuintes, quanto para o processo de privatização”, a tal que, continuando a citar o programa do governo, deverá ser “concretizada oportunamente e em modelo a definir face às condições de mercado”.

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