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«Príncipes do Nada»: Casamentos forçados e crianças escravizadas no episódio desta semana

David Soldado
3 min leitura

Catarina Furtado regressou à antena da RTP 1 no passado mês de janeiro com a quarta temporada de Príncipes do Nada. Agora com um novo parceiro, o Instituto Camões, o programa volta à televisão portuguesa com diferentes histórias de pessoas que trabalham diariamente pela melhoria do mundo nas mais diversas áreas. O novo episódio é transmitido esta quinta-feira, dia 9 de fevereiro, a partir das 21 horas. 

No episódio desta semana, Catarina Furtado viaja até à Guiné-Bissau. É ouvida o relato de Mariana, uma jovem vítima de casamento forçado. Este testemunho vivido na primeira pessoa alerta para a cruel realidade de que, todos os anos, 15 milhões de meninas e jovens são forçadas a casar antes dos quinze anos. A jovem está agora sob a protecção da organização não governamental (ONG) SOS Crianças Talibés, que acolhe crianças e jovens em situação de risco. A prioridade da instituição é combater as redes de tráfico e exploração infantil entre a Guiné e o Senegal. Por isso, além de um centro de acolhimento, a ONG tem ainda um centro escolar que possibilita a realização de estudos corânicos.

Esta iniciativa quer evitar que os pais guineenses entreguem os seus filhos a “falsos professores”, que prometem levar as crianças para o Senegal com o intuito de estudar o Alcorão e depois acabam por escravizá-las. Talibés é o nome dado a estas crianças que são obrigadas a mendigar dinheiro e comida nas ruas. Estima-se hoje que cerca de 50 mil rapazes, entre os 5 e os 15 anos, têm sido submetidos a maus-tratos no Senegal. De entre estes, muitos são guineenses.

Segue-se uma visita à Ilha de Moçambique onde Catarina Furtado e a sua equipa conhecem o projeto Cluster da Cooperação Portuguesa. A Ilha de Moçambique, classificada pela UNESCO como Património da Humanidade desde 1991, tem sido alvo de várias intervenções implementadas pelo Camões, Instituto da Cooperação e da Língua. O ensino técnico-profissional é uma das apostas do projeto através da Escola Profissional da Ilha de Moçambique (EPIM). A visita estende-se à residência da escola, cujo objetivo é combater o abandono escolar dos que são de longe. Aqui, vivem 260 alunos. São ouvidos alguns dos seus sonhos. O Cluster tem também apostado no ensino pré-escolar e na aprendizagem do português, na preservação e na reabilitação do património histórico-cultural, bem como na gestão e no ordenamento territorial e urbanístico. A intervenção do projeto Cluster na Ilha começou em 2011 e irá continuar até 2018. Conta com o apoio de diferentes parceiros portugueses e moçambicanos.

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