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«Ministério do Tempo» acabou de vez

Diana Casanova
4 min leitura

A série Ministério do Tempo tem estado involta em polémica, depois de exibida a primeira temporada e numa altura em que já decorriam as gravações da segunda temporada. De facto, depois de em junho o elenco ter denunciado a falta de pagamento de salários , mais recentemente e após o pagamento dos valores em dívida, as gravações estariam perto de recomeçar, tal como noticiado pelo A Televisão.

Contudo, agora surgem novas notícias que dão conta do final de Ministério do Tempo, estando, inclusivamente, a estação pública «em maus lençóis». «Ao que parece quem está em maus lençóis é a RTP. A produtora tinha de pagar os direitos da série aos espanhóis e nem isso fez. Agora Espanha está a responsabilizar o canal do Estado por esta falta de pagamento e pela emissão dos episódios sem qualquer autorização», referiu uma fonte à TV7Dias.

Essa mesma fonte refere num email partilhado com colegas do elenco de Ministério do Tempo: «trabalhei muito durante quatro meses, tive em quatro meses seis dias de folga. Nunca um dia de trabalho tinha menos de 14 horas. Ninguém me obrigou, mas durante dois meses eu sabia que a empresa não podia contratar mais ninguém, porque não havia dinheiro. Foi por isso que me matei a trabalhar, a tentar entender como se podiam rentabilizar os projetos, a cortar custos, a negociar pagamentos, a fazer contactos para product placement, para parcerias… Já sabia que o Luís Valente não era um Maurício [anterior sócio da produtora], mas é um Valente e isso não abona a seu favor. O Luís decidiu mentir-me e tratar-me mal. Além disso, nunca me deu condições de trabalho, obrigou-me a uma equipa caríssima[…] O Luís pediu-me que lhe estruturasse uma equipa em 72 horas quando soube que o Miguel Guerreiro estava em filmagens. Sabem porquê? Porque iam vencer prazos no banco… A RTP tinha de aceitar uma nova equipa para acalmar o banco e dar-se a desculpa de que a RTP contratou a equipa e que, por isso, habia atrasos. Nessa fase havia atrasos essencialmente porque o valor que estava destinado para equipamento não foi gasto em equipamento e isso inviabilizou as filmagens na altura em que os atores tinham agenda. Salvaguardei as disponibilidades dos atores e era possível terminar os seis episódios em outubro. Era possível se o Luís Valente cumprisse a parte dele no acordo. Tenho vencimentos em atraso, eu e a equipa contratada».

A concluir este texto, a mesma fonte realça: «Aos responsáveis que podem fazer algo, entreguem a série a outra produtora, porque a equipa não merece que tudo morra e porque os últimos episódios têm temáticas ótimas. O Tomás Múrias, argumentista e grande sobrevivente do projeto, merece uma vénia porque andou a escrever em pós-operatório, e com a esposa prestes a dar à luz, para cumprir prazos».

Redatora e cronista