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Júlio Isidro prepara final de carreira e já tem alguns planos para o futuro

Duarte Costa
4 min leitura
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Júlio Isidro tem 75 anos de vida e 60 de carreira. Atualmente, dedica-se ao ‘Inesquecível’, na RTP Memória, e acredita que será o seu último programa.

Na rede social Facebook, o apresentador revelou que, mesmo em tempos de pandemia, continua a deslocar-se aos estúdios da RTP quatro vezes por semana. Fá-lo com o maior dos cuidados: máscara, mãos lavadas e muito álcool-gel. “Quase não saio da semiobscuridade da sala de edição“, contou. O trabalho dá alguma cor aos seus dias e ajuda-o a “não pensar demais em cenários negros“.

Dedicado ao ‘Inesquecível’, na RTP Memória, Júlio Isidro confessou que este será, “decerto, o último programa” da sua já longa carreira. Porém, não se afastará por completo da vida profissional. Uma “entrevista no Canal 1“, “um minuto no ‘Natal dos Hospitais’” ou “a locução do concerto de Ano Novo de Viena de Áustria“, quem sabe, ainda terão a sua presença.

Leia aqui o texto completo de Júlio Isidro:

Mesmo nesta emergência, vou à televisão quatro dias por semana: três para editar as peças que contam as vidas dos meus convidados e um para gravar dois ‘Inesquecíveis’.

Em semanas alternadas, gravo dois ‘Trás Prá Frente’ com os meus queridos companheiros. Vou protegido. A máscara que mudo após quatro horas, as mãos lavadas quase que compulsivamente e muito álcool-gel. Quase não saio da semiobscuridade da sala de edição que partilho com o editor Sérgio Alexandre, já um amigo.

Almoço a solo, uma sandes e uma fruta, e volto a casa a meio da tarde. Se estivesse em total confinamento, talvez que a hipótese de contágio estivesse reduzida a menos de 10%. Na televisão, sei que todas as medidas não são exageradas para me defender do vírus, mas tenho consciência de que devo trabalhar para não pensar demais em cenários negros.

A palavra de ordem é… Distrair-me. Por outro lado, sinto e sei que o ‘Inesquecível’ é televisão útil e que pode preencher alguns vazios de muita gente. Se tem algum cabimento o conceito «Recordar é viver», talvez que esteja a aligeirar vidas feitas de portas fechadas ao mundo.

E não são apenas os ‘velhos’ como eu, porque há muitos ainda jovens que querem saber de onde veio o teatro, o cinema, a televisão e as canções de hoje e, particularmente, quem foram os seus protagonistas. O ‘Inesquecível’ será, decerto, o último programa da minha vida.

Depois, pode vir a acontecer uma entrevista no Canal 1, num programa de dia, conferências sobre o que foi a televisão e a rádio, as chamadas entrevistas de vida para encher jornais e revistas, e até talvez convidado para o lançamento de um lar para seniores. Novos lançamentos de relógios, perfumes, roupa desportiva e desfiles de moda, passaram a estar fora da lista dos jovens diretores de marketing… E têm razão.

Continuarei a ir ao Natal da Casa do Artista, talvez convidado para um minuto no ‘Natal dos Hospitais’, que já fiz 56 vezes, e gravarei mensagens de telemóvel para programas onde se homenageiam artistas da minha geração.

Se me solicitarem, terei gosto em fazer a locução do concerto de Ano Novo de Viena de Áustria. Já são muitos anos a levantar-me às 8 da manhã no primeiro dia de cada ano. Amanhã, continuarei no meu posto, disposto a fazer o melhor que sei, a apostar na sorte desta roleta onde não quero que me saia o Joker. Obrigado pelo inúmeros votos de saúde que me vão mandando“.

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