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Jornalista da RTP1 reage às críticas por ter fechado ‘Jornal da Tarde’ com “Pronúncia do Norte”

A Televisão
4 min leitura

O jornalista Hélder Silva quebrou o silêncio após 48 horas de grande polémica entre a RTP1 e a TVI.

O pivô do canal público falou agora pela primeira vez e depois de saber que a TVI não pretende transmitir o discurso gravado pela RTP de Marcelo Rebelo de Sousa.

Mantive-me calado durante mais de 48 horas para evitar o agravamento de qualquer cisão num país que, por estes dias, precisa de estar mais unido do que nunca. É, repito, apenas isso que me move. Mas depois de ter lido o que escreveram alguns colegas de profissão – poucos, felizmente, decidi publicar este esclarecimento“, começou por escrever.

Há dois dias, fiz o que tenho feito desde o início da pandemia. Sugeri uma música para fechar o ‘Jornal da Tarde’: GNR/Isabel Silvestre – ‘Pronúncia do Norte’. Não esperava com isso explicar os motivos da exponencial diferença de número de mortos e infetados pela COVID-19 entre o norte e o resto do país! Essa explicação já a demos há muito na RTP porque o fenómeno tem semanas”, frisa.

O jornalista explica ainda que “quis com isso homenagear a região do país mais martirizada pela pandemia“.

Ainda na mesma publicação, Hélder Silva relembra que afirmou que “o vírus não distingue educação, cultura, pontos cardeais, nem pronúncias“. “Não ataquei ninguém, não fiz qualquer referência a erros de qualquer estação concorrente. Tudo o que disse é factual. Aparentemente, aos olhos de alguns colegas de profissão – poucos, felizmente – o que fiz é mais grave do que dizer-se e escrever-se que 35% da população portuguesa morre ou está infetada porque é ‘menos educada, mais pobre e envelhecida’. Sim, porque o problema não foi apenas aquele título. Aquilo foi dito na reportagem em causa“, acrescenta.

“Desde o início da Pandemia, apresentei o Jornal da Tarde, pelo menos 18 dias. Fechamos praticamente todos com música sugerida por mim. Italiana, quando o surto devastou Itália. Espanhola, quando a epidemia derrotou Espanha. Mas agora que o Norte de Portugal ultrapassou os dez mil infetados, não podia fazer qualquer referência à região sob pena de melindrar quem dividiu em vez de unir, com um ‘erro grosseiro’ – como os próprios admitiram – que não deveria ter ocorrido nem ali ‘nem em jornal nenhum’?! A sério?! A isto chama-se ‘virar o bico ao prego'”, sublinha.

Como português e não como jornalista ou nortenho, registo com agrado o pedido de desculpas da TVI. Na RTP, vários diretores demitiram-se ou foram demitidos por muito menos. Já pedi desculpas muitas vezes quando errei e mesmo quando disso não tinha qualquer responsabilidade Registo igualmente algo que não deixa de ser paradoxal. Que alguns profissionais que mais escrutinam a sociedade – poucos, felizmente – sejam tão susceptíveis ao escrutínio dos seus próprios erros. A esses colegas de profissão que se sentiram muito ofendidos, aceitem por favor as minhas desculpas! Agora vou focar-me em fazer o que sempre tentei fazer com rigor: notícias“, remata.

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