António Esteves reagiu na sua página de Facebook sobre a decisão da Assembleia da República em ter mantido as comemorações no dia 25 de abril e no dia 1 de maio, em pleno estado de emergência e pandemia da Covid-19.
O jornalista da RTP não está de acordo com esta decisão e explica porquê.
“O paÃs está praticamente parado, as pessoas obrigadas, e bem, a ficarem em casa, não há aulas nas escolas, todos os eventos foram cancelados, há empresas à beira da falência, pessoas a perder empregos, salários cortados, profissionais de saúde exaustos e muitos ficaram doentes, pessoas a lutar pela vida e outras a morrerem na luta inglória contra a Covid-19. Pessoas de quem a maior parte dos familiares não se pode despedir nem participar no funeral“, começou por escrever.
“Mas haverá cerimónias do 25 de Abril e comemorações do 1 de Maio com várias justificações completamente absurdas e criativas, mas nenhuma que justifique o facto de ser imprescindÃvel comemorar estas datas de forma pública. Como se a liberdade e os direitos dia trabalhares dependessem destas coisas. Os sinais errados que dá – de que há uma elite que não precisa de respeitar as regras que impõe – e a revolta que está a gerar são um perigo e podem deitar a perder todo o trabalho feito até aqui”, acrescentou.
“O desfasamento de uma certa polÃtica em relação à realidade acaba sempre como todos sabemos, com um divórcio cada vez maior entre eleitos e eleitores.
Depois admiram-se e ninguém percebe porque ganham terreno alguns populismos. Fazem como no futebol, apostam no erro do adversário. Não tem sido difÃcil”, rematou.
