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Jornalista da RTP defende-se após criticar discurso da diretora-geral da Saúde

Duarte Costa
4 min leitura
Reprodução

O jornalista da RTP António Esteves criticou recentemente a estratégia de comunicação de Graça Freitas, diretora-geral da Saúde. Isto porque nas sucessivas conferências de imprensa que tem dado já apontou várias datas diferentes para o pico da pandemia de COVID-19: “O mais prudente (…) era evitar estes palpites de pura futurologia”, atirou.

Poucas horas depois, e perante o mediatismo que a publicação que fez ganhou, o profissional de comunicação viu-se na obrigação de esclarecer que o objetivo não foi o de arrasar Graça Freitas, mas antes sublinhar aquilo que considera ser um “erro de comunicação”.

“Ao contrário do que andam a espalhar alguns sites dedicados a difundir notícias falsas, eu não arrasei – mas quem sou eu para isso? -, não lhe pedi silêncio – pelo menos total, mais uma vez, quem sou eu para isso? -, nem sequer critiquei fortemente ou fui deselegante para com a diretora-geral da Saúde”, começou por explicar através de um texto que publicou na rede social Facebook.

“Limitei-me a assinalar o que considero ser um erro de comunicação, ou de passagem da mensagem, num caso concreto, no exercício dos meus direitos à opinião e à livre expressão. Obviamente que o objetivo é retardar o pico para não provocar o colapso do Serviço Nacional de Saúde na capacidade de resposta, mas aventar datas é um erro: Ninguém sabe nem pode prever quando vai acontecer o pico”, frisou.

De seguida, anexou a essa mesma publicação aquela que tinha sido feita anteriormente, ainda que com “uma ou duas frases novas apenas para esclarecer os que insistem em não saber ler”.

Ler aqui:

O pico da pandemia em Portugal já esteve previsto para finais de março, para início de abril, passou para meados de maio e já vai em finais de maio. Hoje já andam a dizer que a situação só vai normalizar quando houver uma vacina. Daqui a seis meses, um ano, um ano e meio?

Parece-me que o mais prudente, numa fase em que todos queremos que todos fiquem em casa, era evitar estes palpites de pura futurologia, porque na verdade ninguém sabe o que vai acontecer. Depende das medidas, do comportamento das pessoas, de tantas coisas que não estão previstas em nenhum estudo. Até porque estes dados vão mudar todos os dias, obviamente!

Logo, ninguém pode prever quando vai ser o pico. Há que explicar isto de outra forma! Quando não houver factos concretos relevantes para reportar deve optar-se pelo silêncio, é mais prudente. Coisa que já devia ter sido feita há muito tempo. Ou então manda-se o número 1 de quarentena e opta-se pelo número dois para evitar que o cansaço faça o seu estrago.

Basta ter memória para nos lembrarmos de tudo o que já se disse desde o início desta crise, quando as autoridades de saúde acreditavam que a coisa nem chegava a Portugal e ia ser levezinha. Silêncio, por favor! Que falem os dados. Bons ou maus. Deixem os estudos para os matemáticos.