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Hélder Reis faz desabafo emocionante sobre a morte da mãe

Duarte Costa
3 min leitura
SIC

A mãe do apresentador da RTP1 morreu no início deste ano, aos 84 anos. Cerca de três meses depois, Hélder Reis partilhou no blogue que gere, ‘Água em Azeite’, um emocionante desabafo relacionado com a sua irreparável perda.

De seguida, é possível ler todo o texto escrito pelo profissional do canal público, no qual sublinhou que “uma mãe não morre” e lhe agradeceu todo o “amor, serenidade, resistência, humildade, sabedoria e paz” que sempre lhe proporcionou.

A minha mãe teve o melhor nome que a vida lhe poderia dar, Margarida. As margaridas são flores simples e com rosto feliz. Na entrada da nossa casa, a minha mãe plantou margaridas, eram as melhores boas-vindas a quem entrava. Sou o filho mais novo da minha mãe Margarida, tive a sorte de ter uma mãe madura na vida, experiente no sentimento, tive-a perto de mim durante 44 anos, que bênção. Somos 5 filhos, tivemos a felicidade de sermos amados por uma mulher que foi professora, ainda há alunos que a chamam de professora, costureira, agricultora, dona de casa, uma cozinheira de mão cheia, apicultora, mulher e mãe. Sempre mãe. Cheia de vidas.

Amava rir, lembro as gargalhadas que dava, fechava os olhos de tanto rir. Não fosse ela nome de flor, era uma apaixonada por flores, e como ficava triste quando alguma lhe morria. Flores do campo, orquídeas, estrelícias, avencas, suculentas, rosas, catos e próteas. O meu pai bem que lhe pedia para fazer no jardim uma horta, mas nunca conseguiu tirar-lhe o lugar das flores. Tivemos um cato que viveu mais de 20 anos, era regado com amor, em doses suaves.

Gostava de poesia simples, de música serena, de pessoas que falassem baixo, nunca gostou de gritaria e confusões da vida. Era uma mulher da terra apaixonada pela praia, os melhores verões eram os que íamos os dois de bicicleta até beijar o mar. Ainda há pouco tempo me dizia: ‘as ondas são um mistério tão grande’. E perdia-se a olhar para elas. A praia agora é menos praia porque a Margarida não está lá para olhar o mar.

A minha mãe era uma mulher simples e sabemos tão bem como é difícil e sábio ser-se simples num mundo tão complicado. O meu amigo Nelson ensinou-me que uma mãe não morre. Ainda não aprendi bem esta lição, mas, sendo assim, até já, mãe Margarida, doce Guidinha, como lhe chamavam quem lhe conhecia o coração. Obrigado por tanto amor, serenidade, resistência, humildade, sabedoria e paz. Até já, mãe.

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