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Entrevista a Jorge Gabriel

Diana Casanova
9 min leitura
Aos 41 anos, é uma das melhores companhias diárias do público português. O apresentador da “Praça da Alegria” trocou a rádio pela televisão em 1992, quando pela primeira vez participou num casting para a SIC, e foi construindo uma carreira sólida, passo a passo. Com um sorriso próprio de quem está de bem com a vida, Jorge Gabriel falou com SapoFama e abriu um pouco mais o livro da sua vida, numa altura em anda na estrada com o programa “Verão Total”.

É um homem vaidoso?
Não sou nada vaidoso…

Agora que está mais elegante, é assediado na rua?
Não. Minto! Sou assediado, sim, mas por todas as pessoas com mais de 65 anos, que é o público da “Praça da Alegria”.

E gasta muito dinheiro em roupa?
Não gasto nenhum dinheiro em roupa. É muito raro fazer compras para mim porque a Modalfa faz o favor de me vestir (risos).

Não faz nenhuma extravagância?
Sim, faço algumas extravagâncias com sapatilhas, ou melhor com os ténis, como se diz aqui por Lisboa. É aí que eu gasto algum dinheiro, e tenho de todas as cores possíveis e imaginárias.

Quais foram os ténis mais caros que já comprou?
Não sei! Talvez 100 ou 120 euros. Mais do que isso não dou. Recuso-me. Depois também gosto muito de relógios, mas já não compro um há imenso tempo.

E para os filhos e para a mulher, já gasta mais?
A Modalfa também os veste (risos). É capaz de haver algumas extravagâncias mas nada assim de extraordinário.

“ASSALTO À CARTEIRA”

Podemos considerá-lo, então, um homem poupado, não é verdade?
Quando gasto dinheiro gosto de ter a sensação de que estou a usá-lo em alguma coisa que efectivamente me dê prazer. É impensável para mim gastar 500 euros num par de sapatos por exemplo. Pois cada vez que os usasse ia olhar para eles e pensar: “Oh meu deus, os meus ricos 500 euros!”. Tenho um bom telemóvel, mas fui eu que o paguei. Agora, não sou de extravagâncias. Uma coisa que me arrepia é o dinheiro que se gasta em restaurantes. Acho uma loucura. Eu jamais bebo vinho num restaurante porque acho que é um assalto à carteira.

Os preços não lhe agradam?
Eu sou uma das pessoas em casa que faz compras e por isso sei o preço das coisas. Chegar a um restaurante e ver a mesma garrafa de vinho que comprei lá para casa quinze vezes mais cara, acho uma anormalidade.

Mas, então, é o Jorge quem vai às compras?
Sim e gosto imenso mas nem sempre tenho oportunidade. Não me importo nada e sou capaz de fazer algumas extravagâncias no supermercado.

Então quando chega a casa, a sua mulher confere as contas?
Não. A minha mulher vai sempre comigo (risos).

PRENDAS PARA OS FILHOS

Incentiva os seus filhos a poupar? Tem por hábito passar essa mensagem?
Os meus filhos felizmente não têm limitações. Andam nas escolas que querem, vestem-se da maneira que gostam e os brinquedos também são hi-tech. Só que têm que merecer as coisas que ganham. Não podem apenas dizer: paizinho, eu quero! Isso não chega de modo nenhum. O meu filho é um indivíduo fantástico, é de civismo e de um respeito pelo próximo incrível. Neste terceiro período na escola esforçou-se imenso para melhorar a média. Resultado: foi para Londres tirar um curso de inglês porque mereceu.

Mas já lhes recusou algum presente?

Eu gosto de surpreender os meus filhos quando eles conseguem alcançar alguma coisa a que se propõem. Sei o que eles querem e sei do que gostam. Se realmente eles cumprem com o que devem enquanto filhos, então por certo que aquilo que eles mais desejam vai aparecer em casa. É tudo uma questão de justiça face aos nossos comportamentos. Mas é evidente que como qualquer pai, quando há um pedido gosto de responder.

Faz o mesmo com sua mulher?

Bem, presentes para ela não é só quando merece (risos). Surpreendo-a algumas vezes, mas o amor é outra coisa, é outro campeonato!

Qual foi o momento mais romântico que já lhe proporcionou?
Eu não gosto de avaliar as coisas que faço. Mas já lhe fiz tantas surpresas… Posso dizer que as nossas viagens às Maldivas foram inesquecíveis.

Mas já foram assim tantas vezes?
Já fomos às Maldivas três vezes. “Alugámos” os nossos filhos aos avós e fomos só os dois. É um sítio fantástico e acho que todas as pessoas mereciam ir lá só uma vez para constatar toda aquela beleza. Com o nível do mar a subir todos os anos, é provável que um dia aquelas ilhas desapareçam.

E um jantar a dois preparado por si?
A minha mulher cozinha na perfeição e se fosse arriscar-me a fazer alguma coisa para ela estaria sempre aflito, porque de certeza absoluta que as coisas não iriam sair bem. Ofereço-lhe flores quando ela menos espera.

É “FANTÁSTICO” TER TRABALHO

Já têm destino para estas férias?
Hei-de ter férias se tudo correr bem, mas só depois do dia 9 de Agosto, que é o último programa que vou fazer de “Verão Total”. Só nessa semana é que vou pensar no destino para descansar. Vão ser mais de quinze dias de férias e regresso com a “Praça da Alegria” na segunda semana de Setembro.

Prefere a praia ou o sossego do campo?
A partir do momento em que temos filhos, a nossa primeira preocupação são eles e com a minha vida tão ocupada eu tenho que tentar satisfazer os gostos deles. Se eles preferem praia e piscina, é isso que vão ter.

Mas umas feriazitas já vinham a calhar, não é verdade?
Se pudesse ser já, acredite que não me importava nada. Paciência! Nos tempos que correm ter trabalho e ser escolha por parte de quem manda nas opções de grelha é fantástico. E nós temos é que aproveitar as oportunidades que surgem. Houve uma altura em que eu disse que para a RTP até fazia a meteorologia, o que deu origem a muitos comentários. Mas digo que não é só para a RTP, é para qualquer estação de televisão em que se trabalhe. Qualquer profissional, num momento de crise como este, deve ter disponibilidade para fazer um pouco de tudo. A RTP está agora com esta iniciativa do “Verão Total” e se é preciso percorrer quilómetros e andar de um lado ao outro do país, então vamos embora! É esta agora a nossa função.

E o Jorge Gabriel não se importa nada?
É fantástico estar com o público e perceber o quanto as pessoas gostam de nós e o quanto se orgulham por mostrar a sua terra. O programa é em directo e o público está diariamente com as personagens de que gosta e que recebe na sua televisão. No fundo, o que a RTP está a fazer é serviço público, porque está a mostrar ao mundo, através da RTP Internacional, aquilo que o país proporciona. Recentemente estivemos em Macedo de Cavaleiros e fomos mostrar uma praia fluvial que nenhum de nós conhecia e que acredito que 90% do portugueses também não. É uma paisagem idílica no meio de Trás-os-Montes, no distrito de Bragança, com a temperatura da água a 25 graus e de repente está ao alcance de todos. Limpa, bandeira azul, reconhecimento europeu…não é para todos!

Entrevista de Joana Côrte-Real @ SapoFAMA

Redatora e cronista