Carlos Rodrigues, diretor da CMTV, criticou a nova taxa de apoio à RTP que o Governo prevê para o próximo Orçamento do Estado.
A RTP deverá receber mais 9 milhões de euros durante o próximo ano, por força de uma nova taxa que será aplicada através dos operadores de serviços de televisão paga. O diretor da CMTV manifestou-se indignado com a medida num texto que publicou na edição desta semana da revista TV Guia.
“Se vier a ser um facto consumado, duas coisas se exigem: em primeiro lugar, temos todos o direito de saber muito bem o que vai ser pago com este dinheiro, qual o plano da empresa. Depois, merecemos a garantia de que não voltaremos a ter o mesmo problema muito em breve. Mesmo que de garantias destas esteja o inferno cheio“, escreveu.
Orçamento do Estado prevê novo apoio à RTP
O próximo Orçamento do Estado, ainda dependente de uma aprovação na Assembleia da República, prevê um aumento do apoio do Governo à RTP.
Atualmente, a estação pública de rádio e televisão recebe uma contribuição que é retirada aos contribuintes através da fatura da eletricidade. Contudo, no próximo ano, deverá ser acrescentada uma nova taxa através dos operadores de serviços de televisão paga.
Caso o próximo Orçamento do Estado seja aprovado nos moldes atuais, NOS, MEO, Nowo e Vodafone não vão pagar dois euros por subscritor, como é agora, mas sim quatro. Metade do valor será para o Instituto do Cinema e do Audiovisual (ICA) e a outra metade para a RTP.
Segundo o jornal Correio da Manhã, a RTP passará a receber cerca de 200 milhões de euros por ano, sendo 191,7 milhões referentes à taxa na eletricidade e 8,6 milhões com o aumento da taxa na televisão paga.
Por este motivo, a Associação dos Operadores de Comunicações Eletrónicas (Apritel) já veio dizer que tal decisão do Governo pode resultar num aumento dos preços para os consumidores.
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