Catarina Furtado sobre série ‘Príncipes do Nada’: “Refugiados obrigados a fugir à morte!”

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A apresentação da nova temporada da série ‘Príncipes do Nada’ está agendada para o próximo dia 2 de junho. Este sábado, Catarina Furtado falou sobre a sua experiências nestas causas humorísticas.

A apresentadora recorreu às redes sociais para partilhar com os fãs um pouco da sua experiência nesta nova temporada.

Está quase a estrear na RTP, a minha nova série Príncipes do Nada, (produção Até ao fim do Mundo) e é dela que vos falo nesta Varanda de Esperança, com o coração aberto e ao mesmo tempo nas mãos, um estado permanente em que vivo desde que aceitei há 20 anos, o papel de Embaixadora de Boa Vontade do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), um cargo voluntário que me inspirou depois a fundar a Associação Corações Com Coroa”, começou por dizer.

“Tenho conhecido pessoas com dinheiro e sucesso e um gigante vazio interior, uma insatisfação baseada na ambição e na necessidade de regar um umbigo, já está muito entupido. Encontrei a minha felicidade também através do exercício da empatia ao serviço dos meus dias. É uma opção: querer ou não saber. As discriminações, os racismos, as violências, as indiferenças têm por base a ignorância, uma arrogância moral com sustento no medo. Fiz reportagens no Bangladesh, Líbano, Grécia, Uganda e Colômbia. Ouvi histórias de enorme coragem, sofrimento e esperança. Refugiados obrigados a fugir à morte! Chorei e ri ao seu lado e prometi fazer chegar a vós os seus apelos! Não estamos a falar de terroristas! Vi pais num pranto, impotentes; ratazanas a morder as crianças nas tendas indignas onde dormem; lamentos de profunda desilusão pela constatação de que afinal a Europa humanista é uma utopia. Mas também vi muita solidariedade entre eles e Esperança. Pior, só a morte. Foi para fugirem dela que pagaram a traficantes e arriscaram tudo nos mares inseguros. Quando a pandemia começou a minha enteada estava a fazer voluntariado na Ilha de Samos, Grécia. Quisemos que voltasse. Mas não fomos os únicos. Os refugiados com quem se cruzava no trabalho humanitário, foram os primeiros a dizer “Vai embora, Maria. Tu tens oportunidade de escolha. Nós não. Não te preocupes connosco!””, acrescenta ainda.

É o contrário disto que gostava de vos pedir: preocupem-se sim, com os cerca de 70 milhões de pessoas (13 milhões são crianças) que vivem nestas condições. São afinal tão parecidas connosco. Isso assusta?“, questiona, por fim.

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